O conceito chegou de avião, à boleia das companhias low cost, mas rapidamente se espalhou a outras áreas. Hotéis, lojas, imobiliário, telecomunicações e, agora, até os cabeleireiros entram nesta espécie de mercado alternativo. Criado, sobretudo, para quem uma ida ao salão ainda é um luxo ou para aqueles que não dispensam o toque de um profissional. Depois deste artigo já não tem motivos para continuar a adiar a mudança de visual. Na lista de baixo custo incluem corte, secagem, coloração, madeixas, enfim, os serviços comuns em qualquer cabeleireiro, sem esquecer o tratamento do cabelo. É certo que dispensam o “cafezinho” de cortesia ou as revistas “cor-de-rosa” para entreter os clientes, mas nem por isso deixam de parte a imagem apelativa, soluções inovadoras e produtos de qualidade.
O mais recente projeto de Jorge Castro não ocupa uma casa antiga, nem possui esplanada ou bar, como acontece na cidade de Espinho, mas continua a ocupar-se da imagem, ou seja de cabelos, rosto e corpo. O primeiro low cost do cabeleireiro abriu no Porto há duas semanas, e até final do ano o conceito vai estender-se à Baixa e à Foz. Ao contrário do que acontece na primeira academia, aqui os valores, além de consideravelmente mais baixos, mudam todos os meses. O trabalho é feito de igual forma, mas “com uma técnica diferente”, garante. Fazem uma gestão de tempo mais apertada, permitindo assim atender um maior número de clientes. Jorge Castro não vai cortar ou pentear, mas foi ele quem formou os seis profissionais que aqui trabalham. “Quero assumir o conceito low cost, sem perder a qualidade”, salienta. Daí não deixar de usar produtos Wella, SP e Sebastian.
“Quando se tem vários espaços é mais fácil negociar o preço com as marcas.” Até final do mês por apenas €6 pode lavar e pentear o cabelo, para cortar terá de desembolsar mais €10, e se optar pelas madeixas o valor atinge os €50. Em qualquer destes serviços está incluído o champô e o condicionador. Para os homens, o corte fica-se pelos €10.
Na Academia Jorge Castro as tendências apontam para muita luz e cor, visíveis em nuances e reflexos, os cortes curtos e desalinhados, com franjas à imagem dos anos 70, e estão agora ao alcance de qualquer bolsa.
NO INTERVALO DAS COMPRAS
Se não fosse a indicação low cost na fachada, ninguém diria ser este um lugar diferente do primeiro espaço. Não faltam móveis antigos recuperados, cinco grandes espelhos, à frente dos quais se sentam os clientes e, claro, os tons dourados. “É uma imagem de marca”, justifica. Tem ainda uma área reservada à estética, onde realizam tratamentos de rosto e corpo, massagens, fotodepilação e tatuagens.
No Oh My Cut! o conceito de estética não é abrangente, fica-se pelo cabelo. Ao contrário do que acontece em Espanha, a cadeia optou por se instalar num centro comercial para abrir o primeiro espaço em Portugal. O designer Pep Sempere dispensou o azul, o verde e o rosa, usados no país vizinho, para criar um conceito mais sóbrio no The Style Outlet, em Vila do Conde.
É um espaço amplo e despretensioso, onde preto, dourado e branco se entrelaçam. Em resposta a quem vive sob “a ditadura do relógio”, o Oh My Cut! oferece um serviço sem espera. Através do sistema Get your time enviam um sms, gratuito, a avisar quanto tempo falta para ser atendido. Pode, assim, ir às compras, sem perder a vez. A cada duas semanas renovam o calendário de promoções. “Como ir ao cabeleireiro não pode ser uma seca, temos um serviço adaptado à necessidade dos clientes”, diz Manuela Nunes, a gerente.
Em apenas sete minutos lavam (€9), em 15 cortam (€13) e as madeixas (€21) só ultrapassam a meia hora devido aos tratamentos. Antes de meter a tesoura, há sempre uma conversa prévia. “Queremos tratar o cabelo e não estragar “, esclarece. Além de indicar tratamentos, ensinam como fazer. “A ideia é que as pessoas continuem a arranjar o cabelo em casa.” Não é por acaso que a tendência lançada este ano pela Oh My Cut! aponte para cabelos curtos, desalinhados, sem cor ou fantasias, para não complicar.
Além do serviço Cut and go, para adeptos de um look ao natural, há ainda lugar reservado para um Final touch, o mesmo é dizer “faça você mesmo” e dispense o toque profissional. “Além de escovas e secador, oferecemos todos os produtos para finalizar”, adianta a gerente. E se, depois de cortar ou secar o cabelo, precisa de retocar a maquilhagem não se iniba. Ali mesmo ao lado, encontra diversas sombras, rímel e bâton.
MUDAR DE VIDA
“É um conceito low cost que engloba soluções inovadoras”, tem uma “forma diferente de estar no mercado”, e a cada dois meses “todos os cabeleireiros recebem formação de processos e tendências”. Por tudo isto, Manuela Nunes, que passou os últimos anos a pentear famosos nos estúdios da RTP, em Vila Nova de Gaia, não resistiu ao convite para integrar a equipa.
Ao contrário de Manuela, Rogério Gonçalves não corta nem penteia, mas viu nesta área uma oportunidade para mudar de vida. Frequentou um curso de análise capilar e, em conjunto com Eliane Macedo, a mulher, abriu o Novo Espaço, na Rua Júlio Dinis, no Porto. O negócio correu bem, de tal forma que, agora, um ano depois, inaugurou um segundo em Matosinhos. “O conceito low cost é uma ideia comum aos dois”, explica. Se há uns anos “os elevados preços” apenas “permitiam a uma elite visitas regulares ao cabeleireiro”, com a concorrência e os novos produtos “a situação alterou-se”. Além do baixo preço, para cortar gasta apenas €5 e para mudar o tom do cabelo €16, Rogério Gonçalves tem sempre em atenção a qualidade dos produtos usados. “Depois de muita pesquisa sobre marcas é possível oferecer um serviço de qualidade, a preço acessível”, explica. Assim, optou pela linha completa da marca italiana Farmavita, à base de sementes de óleo de girassol. “Todo o serviço tem uma base científica, o que faz aumentar a confiança do cliente”, assegura.
Neste lugar, que prima pela simplicidade, tentaram “criar uma imagem leve e agradável” para “não intimidar os clientes”. “Todas as pessoas merecem ser mimadas”, justifica o gerente. Alargar o conceito a outras cidades será o próximo passo.
AS NOSSAS SUGESTÕES:
JORGE CASTRO ACADEMIA
R. Alves Redol, 436, Porto
T. 22 494 9650
Seg-Sáb 9h-20h
OH MY CUT!
The Style Outlet, Lj. 118, Av. Fonte Nova, 400, Vila do Conde
T. 22 928 0963
NOVO ESPAÇO
R. Júlio Dinis, 554, Porto
T. 22 606 3745
Seg-Sáb 9h-19h
BELLREAL
R. Adelino Samardã, 4, Vila Real
T. 259 098 196
Ter-Sex 9h30-13h, 14h-19h
Sáb 9h-13h, 14h-19h
EMME CABELEIREIROS
R. Paulo VI, 128, Guimarães
T. 253 419 335
Qua-Sáb e Seg 9h30-19h30
Galerias Bolama, R. Veiga de Fora, Guimarães
T. 253 571 379
Seg-Sáb 9h-22h, Dom-Fer 9h-20h
PAULA MEIRA
R. de Talvai, Santo António Shopping, Lj. G, Vila Nova de Famalicão
T. 252 318 437
Seg-Sáb 9h-20h
Dom-Fer 9h-12h (Só por marcação)
SUBLIME TENTAÇÃO
Centro Comercial Brasília, R. Luís Veiga Leitão, 116, Lj. 108, Porto
T. 22 018 6341
R. Mestre Guilherme Camarinha, 53, Porto
T. 22 017 7897
R. Oliveira Monteiro, 202, Porto
T. 22 019 0469
R. do Passeio Alegre, 320, Porto
T. 22 240 3658
R. Faria Guimarães, 483, Porto
T. 22 240 3661
R. Ló Ferreira, 53, Matosinhos
T. 22 016 8375
Av. Oliveira Martins, 53, Gondomar
T. 22 241 0092
R. Marquês Sá da Bandeira, 600, Gaia
T. 22 014 6677
Seg-Sáb 8h-20h