A grande fila de pessoas que se forma no início da linha férrea acusa o regresso do emblemático eléctrico de Sintra, a poucos passos do Sintra Museu de Arte Moderna.
Desde o passado dia 15 de Agosto (após uma breve paragem para obras de melhoramento do pavimento férreo) que as centenárias carruagens vermelhas e outras de cor amarela (datadas de 1903), voltaram à rua para transportar os passageiros, desde a verdejante Vila de Sintra até aos tons de azul e dourados da Praia das Maçãs.
A octogenária Cristina dos Santos é uma das primeiras a ocupar o seu lugar. Bem-disposta e conversadora, rapidamente se transformou na nossa “guia turística” (tarefa que desempenhou por iniciativa própria). Ao longo do percurso que dura cerca de 45 minutos, não deixou de assinalar na paisagem a presença do Centro de Ciência Viva, o Castelo dos Mouros, o Palácio da Pena e Monserrate. Mas antes de Cristina sair, na paragem de Colares, deixou-nos com a última informação em forma de pergunta: “Sabem como se chama esta igreja?” Sem nos dar tempo para a resposta, acrescenta rapidamente: Igreja de São Sebastião.
Depois de Colares, faltam ainda três paragens até ao final da viagem: Banzão, Pinhal e Praia das Maçãs.
Continuamos a conversa com o alentejano Manuel Claudino, 75 anos, que escolheu a sexta-feira, dia 21 (só se efectuam viagens às sextas, sábados e domingos, até dia 31 de Outubro), para passear com o seu neto Rafael.
Não é preciso ler a placa para nos apercebermos que estamos a chegar ao destino final, o cheiro a mar encarrega-se de nos dar essa informação. Às 11 horas, ouve-se o som da campainha (que substitui as actuais buzinas) tocar pela última vez.
Próxima estação: Praia das Maçãs.