Portugal continua a ter o Rt (índice de transmissibilidade; indica, em média, quantas pessoas são contagiadas por cada infetado) mais baixo da Europa. Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), revelou que o R é agora de 0,74, embora a redução tenha vindo a “desacelerar nos últimos 15 dias”. Está abaixo de 1 em todas as regiões do continente (sendo só superior nas regiões autónomas).
O perito, que começou por dizer que o “cenário é descida”, alertou para o aumento da mobilidade: o “indíce de confinamento era de 78% em 28 de janeiro” e nos últimos 15 dias baixou para 62%.
Em comparação com outros países da Europa, “continuamos a apresentar o R mais baixo e com uma incidência já perto dos 120 por 100 mil habitantes”, clarificou. Em relação às medidas de confinamento, Portugal tem, em conjunto com a Grécia, Reino Unido e Irlanda, as mais restritivas.
As infeções desceram em todas as faixas etárias, “sendo a redução mais acentuada entre os 25 e 50 anos.”
A apresentação da “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal” que reúne especialistas e políticos no auditório do Infarmed terminou com uma boa notícia. “As projeções” para o número de doentes internados em cuidados intensivos “falharam por excesso”, disse. “Os valores que foram apresentados por João Gouveia há 15 dias foram antecipados” e agora há 240 doentes em UCI, sendo que a previsão para o final do mês é agora de “120 doentes em UCI”.
Em resumo final da sua intervenção, Baltazar Nunes notou que “próximos passos deverão levar em conta as projeções positivas, mas o R está a aumentar, a mobilidade também e há uma tendência de aumento da incidência ao nível dos países europeus”.