“É provável que uma grande proporção, aproximadamente 99% dos atuais casos de covid-19 em Victoria, tenham tido origem [nos hotéis] Rydges ou Stamford”, disse Charles Alpren, epidemiologista do Ministério da Saúde daquele estado australiano, durante uma investigação judicial, segundo o canal público de televisão australiano ABC.
O surto de Melbourne, detetado no final de junho, acumulou já mais de 17.200 infeções, tendo provocado até à data 351 mortes e levado ao confinamento dos cinco milhões de habitantes da cidade até meados de setembro.
O epidemiologista disse ainda que a sequência do genoma indica que 90% dos casos do surto estarão ligados a uma família de quatro pessoas que regressou à Austrália em 09 de maio e efetuou quarentena no Hotel Rydges.
O perito esclareceu que “o evento ou eventos de transmissão” nestes centros de quarentena não foram identificados, mas apontou que a família terá sido autorizada a sair, acompanhada por seguranças.
As declarações de Alpren coincidem com as de Ben Howden, diretor do Instituto Doherty, que disse aos investigadores que 99% dos casos registados em Victoria estavam ligados a três “redes de transmissão”.
Os dados indicam que a epidemia em Victoria, que hoje registou 222 novos casos de covid-19 e 17 mortes, já atingiu o pico e está a começar a estabilizar-se.
O estado vizinho de Nova Gales do Sul comunicou três novas infeções nas últimas 24 horas.
A Austrália, que registou quase 24.000 casos confirmados da doença desde o início da pandemia, além de 438 mortes, tinha relançado a economia, após ter controlado a epidemia, até ao ressurgimento da doença em Melbourne.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 770.429 mortos e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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