O micróbio foi nomeado ‘Microsporidia MB’ por cientistas do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos (Icipe), no Quénia, e da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, autores da investigação, que descobriu que os mosquitos portadores deste micróbio não abrigam o parasita ‘Plasmodium’, que provoca a malária, nem na natureza nem após uma infeção experimental em laboratório.
Além disso, o micróbio está presente também nos ovos e larvas dos mosquitos sem as matar ou causar danos óbvios, explicam os autores do estudo em comunicado.
Embora o ‘Microsporidia MB’ seja encontrado naturalmente em níveis “relativamente baixos” nos mosquitos transmissores da malária no Quénia, os investigadores acreditam que “pode haver maneiras de aumentar a sua proporção” para bloquear a transmissão da malária, tendo ficado demonstrado que esse tipo de intervenção tem também um “potencial transformador” no controlo da dengue, uma doença transmitida pelos mosquitos ‘Aedes aegypti’.
Um outro artigo publicado na revista Nature Ecology and Evolution dá conta de um estudo que conclui que as possibilidades de contrair malária por picadas de mosquito aumentam nas primeiras horas da noite, quando as pessoas estão mais expostas.
O mesmo estudo relata que o risco também aumenta pela manhã e que estas descobertas podem ter implicações nas medidas de prevenção de doenças, já que o uso de redes mosquiteiras tratadas com inseticida levou a uma diminuição global na incidência de malária, mas também modificou a hora do dia em que os mosquitos picam.
“Os mosquitos podem estar a modificar o seu comportamento para evitar o contacto com essas redes”, disse Matthew Thomas, do Penn State Research Center.
“A chamada ‘resistência comportamental’ pode ter enormes implicações para a saúde da população, porque se mais mosquitos picarem nas primeiras horas da noite ou da manhã, a eficácia protetora das redes mosquiteiras será reduzida”, explicou.
BYD // JMR