Nos últimos dias, tens com certeza ouvido várias notícias sobre a guerra entre Israel e o Hamas. Acreditamos que não é fácil compreenderes bem os acontecimentos ou, até, o que vem a ser a Faixa de Gaza, de que tanto se fala.
Esta guerra começou na madrugada de sábado, dia 7, quando Israel, um país situado no Médio Oriente, foi surpreendido por um ataque. Algumas cidades israelitas foram bombardeadas e invadidas por pessoas armadas que pertencem a uma organização palestina chamada Hamas.
Durante esses ataques centenas de pessoas foram mortas e mais de 150 foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza (à frente vamos explicar-te que sítio é este). Perante o ataque, o exército israelita respondeu com ataques à Faixa de Gaza, um território palestino, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas.
Até ao momento em que escrevemos esta notícia, já morreram mais de 2000 pessoas de ambos os lados e a situação pode piorar, pois os israelitas continuam a bombardear Gaza, cortaram a eletricidade naquela região, estão a bloquear a entrada de alimentos e combustíveis, deixando os seus habitantes numa situação muito difícil, e ameaçam agora invadir Gaza por terra.
O que é a Faixa de Gaza?
É um pedaço de território palestino (ou palestiniano, como quiseres) com cerca de 40 quilómetros de comprimento e 10 de largura – mais ao menos o mesmo que o concelho de Tomar – limitado de um lado pelo Mar Mediterrâneo e em terra por Israel e o Egito. Desde 2007 que este território é controlado pelo Hamas, uma organização política e militar palestina.
Há já muitas décadas que israelitas e palestinianos se confrontam, porque ambos reclamam o território que hoje pertence ao Estado de Israel, fundado em 1948. É, pois, um conflito muito antigo, que remonta ao final da Segunda Guerra Mundial.
Como sabes, os israelitas são judeus, e este povo foi, durante a Segunda Guerra Mundial, perseguido pelos nazis alemães. Muitos fugiram e sobreviveram, mas 6 milhões acabaram por ser assassinados em grandes prisões chamadas campos de extermínio (o mais famoso dos quais, de que decerto já ouviste falar, é Auschwitz). Quando a guerra terminou, a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que os judeus tinham direito a um território onde se pudessem instalar e formar um país.
O território escolhido foi a Palestina, no Médio Oriente, onde se situa Jerusalém, um lugar considerado sagrado por cristãos, muçulmanos e também judeus. Decidiu-se então «cortar» a Palestina em duas partes: uma para os judeus e outra para os árabes que já ali viviam há muitos séculos.
A guerra pela terra
Ora, como facilmente compreenderás, os árabes não concordaram com a chegada dos judeus à região, pois consideravam que esse território era seu e não quiseram sair dali. Mas os judeus também não recuaram, argumentando que a Palestina tinha sido a sua terra até os Romanos os terem de lá expulsado há cerca de 2000 anos, e começaram então a ocupar o território.
Nessa altura, muitos palestinos tiveram de deixar a região que habitavam há séculos, enquanto outros permaneceram nos territórios ocupados pelos israelitas, que, com o acordo da ONU, acabaram por fundar o estado independente de Israel, em 1948. Compreensivelmente, palestinos e israelitas não se entendem e, nos últimos 75 anos, têm sido numerosos os conflitos entre uns e outros.
Mas nem todos apoiam a guerra. Há muitos israelitas e palestinos que desejam a paz. Foi isso que tentaram fazer Shimon Peres e Yasser Arafat, dirigentes de Israel e da Palestina, respetivamente, que, em 1993, assinaram um acordo. Durante algum tempo, este acordo acalmou os confrontos mas, infelizmente, não está a ser cumprido, e a paz deu novamente lugar à guerra.
Como já percebeste, esta é uma situação delicada, que dura há muito tempo. Vários países têm tentado chamar à razão as duas partes, para que se entendam, pois o receio permanente é que o conflito se alastre a outros países da região do Médio Oriente.
Se ainda tens dúvidas sobre este assunto, podes enviar-nos um e-mail para vjunior@visao.pt com o assunto “Guerra Israel Hamas” e nós tentaremos esclarecer-te na edição de novembro da VISÃO Júnior. Não te esqueças de escrever o teu nome e idade.