Numa cidade de um planeta muito distante da terra, havia um grave problema: as nuvens estavam muito perto do solo e as pessoas não conseguiam andar direitas. Andavam agachadas, a rebolar, às cambalhotas, enfim…
O João, que tinha 7 anos e era o miúdo mais esperto da cidade, já andava a pensar no assunto há muito tempo. Ele costumava conversar com o seu melhor amigo que, ao contrário dele, não era lá muito esperto. Mas davam-se muito bem e um dia, quando conversavam, o João teve uma ideia. Chamou logo o povo da cidade, pegaram todos em paus e começaram a bater nas nuvens. Bateram, bateram, mas nem um milímetro subiram.
A ideia falhara, mas o João não desanimou e continuou a pensar. Passou um mês e nada. Até que no terceiro mês, o João teve uma ideia esplêndida. Pegou num microfone e gritou:
– Vizinhos, tive uma ideia maravilhosa! E que tal irmos para cima das nuvens!?
E os vizinhos murmuraram entre si:
– Mas que ideia parva!
– Que loucura!
– Impensável!
Depois de um bom bocado, os vizinhos pensaram melhor e começaram vozes na cidade a dizer:
– Bem, é a única opção que temos. Ou ficamos todos marrecos.
Essas vozes chegaram até ao João e a cidade meteu-se ao trabalho.
Começaram então a construir escadas. Mas havia um problema: como é que as escadas se apoiavam nas nuvens? Seria preciso, mesmo assim empurrá-las um pouco para cima.
Ninguém sabia como resolver o problema. Até que o amigo do João teve uma ideia: encavalitarem-se uns em cima dos outros até conseguirem empurrar as nuvens a uma altura razoável.
Primeiro ninguém ligou nenhuma à sua ideia, porque o amigo do João nunca tinha acertado em nada, mas depois concluíram que se calhar a ideia não era má. Então lá se encavalitaram e empurraram as nuvens um pouco para cima.
Agora já podiam encostar as escadas às nuvens. As pessoas começaram a subir e, com o sol a brilhar nos seus olhos radiantes, começaram a construir a sua nova cidade.
Todos os habitantes ficaram felizes e nunca mais ficaram marrecos.