FOZ CÔA

Esta é uma visita aos nossos remotos antepassados que se vestiam com «casacos» de peles dos animais que caçavam. Foi nos pedregulhos do vale onde encaixa o rio Côa, em Vila Nova de Foz Côa, que o Homem do Paleolítico Superior carimbou a sua arte. Com seixos afiados de quartzo ou de sílex, ele desenhou vários animais como representação das suas vivências diárias ou das suas necessidades espirituais.
As gravuras que subsistiram até hoje têm entre 25 e 10 mil anos e constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre. Daí, o Parque Arqueológico do Côa ser Património da Humanidade.
Foi mesmo junto ao rio que o Homem ousou desafiar a rudeza do xisto. Martelou em superfícies verticais até ver surgir, com maior ou menor realismo, contornos de cavalos, auroques, cabras e cervídeos.
As rochas da Ribeira de Piscos escondem a única figura humana visitável de todo o complexo. Situado em vale aberto, o núcleo da Penascosa inclui a gravura de um salmonídeo e a rocha com maior dimensão. Mas há mais para ver no Museu do Côa, uma espécie de portal para a descoberta da arte rupestre dos vales do Côa e do Douro.
Côa Parque. Rua do Museu, Vila Nova de Foz Côa. Museu e Núcleo de arte rupestre a partir de €10,5. Informações aqui e 279 768 260.
CITÂNIA DE BRITEIROS

Descoberta há mais de 130 anos, a Citânia de Briteiros fica a 15 km de Guimarães. Neste importante sítio arqueológico encontramos vestígios da romanização, datada do século I a.C., como as inscrições latinas, fragmentos de cerâmica, vidros e moedas. Mas o edificado não esconde a influência celta. Abandonada no século III, foi a capital política dos Callaeci Bracari, ou Brácaros, no início do século I, e onde, na casa grande circular, se reunia o consilium gentis.
Entre os ex libris mais importantes está o balneário, uma pequena câmara redonda ligada a um recinto quadrangular que servia para os banhos a vapor e de água fria. Sem dúvida, uma lição ao ar livre e um local perfeito para falar sobre a Idade do Ferro e os povos que habitaram o território a que hoje chamamos Portugal antes do domónio romano.
Estrada Nacional 309, Km 55, Briteiros. Visitas guiadas e informações: 253 478 952
MÉRTOLA

Um dos motivos que faz de Mértola um destino imprescindível para conhecer melhor a cultura islâmica é, precisamente, a Antiga Mesquita, construída de raiz em finais do século XII. Na fachada, o símbolo da Ordem de Santiago é o primeiro sinal da sua cristianização, mas as portas em arco de ferradura denunciam a origem da construção, assim como o mirhab, o nicho de oração muçulmano.
No cume da colina, a alcáçova do castelo que durante a Idade Média foi utilizada como cemitério, o que impediu que fosse destruída. É fácil identificar os pátios centrais das casas islâmicas, locais de passagem a céu aberto, muitas vezes com canteiros repletos de especiarias. A soleira das portas mostra como eram estrategicamente desencontradas para evitar olhares indiscretos. A única construção que preservou as paredes foi o criptopórtico, ideal para fugir ao calor de Mértola.
A câmara subterrânea, com 30 metros de comprimento e seis de altura, funcionava como cisterna das águas do Guadiana. Vindos do deserto, os árabes dominavam as técnicas de captação e distribuição de água, uma aprendizagem que deixaram na Península Ibérica.
TERMAS ROMANAS DE CHAVES

Aquae Flaviae, a atual Chaves, foi no tempo dos Romanos uma das mais importantes cidades do Noroeste da Hispânia, rodeada de terrenos férteis e próxima de minas de ouro e de águas termais, que brotavam da terra a mais de 70º C. Foi aqui que no, século I d.C, se construíram as termas medicinais romanas de Aquae Flaviae, que merecem uma visita, já que são o complexo termal romano mais bem preservado da Península Ibérica. Podemos ver as duas enormes piscinas, com mais de 13 metros de comprimentos onde os romanos iam a banhos – muitos deles por motivos de saúde -, mas também peças decorativas e artefactos excecionalmente bem conservados, em parte devido ao terramoto que destruiu o edifício principal deste complexo no século IV.
Museu das Termas Romanas, Largo do Arrabalde, Chaves. Grátis. Informações: 276 340 501 (ext. 330)
ALJUBARROTA

Se for ali para os lados da Batalha, pode deslocar-se com toda a comodidade até ao remoto 14 de Agosto de 1385, o dia em que se desenrolou a batalha de Aljubarrota, graças a uma «máquina do tempo» instalada em S. Jorge. Foi ali que há mais de 600 anos cerca de 6 mil portugueses desbarataram em menos de uma hora um exército castelhano de 40 mil homens e asseguraram a independência do País.
A tal «máquina» é, pura e simplesmente, o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota (CIBA), que põe à disposição de quem por lá passa os mais modernos meios informáticos e audiovisuais, de ecrãs interactivos a um filme de reconstituição histórica verdadeiramente esclarecedor, passando pela possibilidade de percorrer os locais reais onde se travou a batalha. Em anexo, um parque de merendas semeado de jogos e artefactos medievais e ainda um parque aventura para os mais novos.
Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. Calvaria de Cima. Bilhetes a partir de €5. Informações aqui e através do 244 480 060
JUDIARIA DO OLIVAL

Em 1386, João I mandou concentrar no bairro do Olival, dentro das muralhas medievais, os judeus que se encontravam dispersos pelas três judiarias do Porto. A nova judiaria era limitada por duas das portas dessa muralha: a do Olival e a das Escadas da Esnoga, hoje da Vitória, e ocupava um antigo olival que se foi urbanizando em redor de um eixo principal, hoje composto pelas Ruas de São Bento da Vitória e de São Miguel, cruzado por travessas perpendiculares. A Sinagoga situava-se no centro, onde hoje se encontra o convento de S. Bento da Vitória.
Mais tarde, no tempo dos cristãos-novos, estes são obrigados a fixar-se na Rua de S. Miguel, principal eixo do bairro. Foi aí, nos números 9-11, que se descobriu há poucos anos a Sinagoga secreta, cujo Hejal (local onde se guardavam os rolos da Tora) pode ser visto.
Zona Histórica do Porto. Informações: 223 393 480 (Departamento Municipal de Cultura e Ciência da CM do Porto)
FRAGATA D. FERNANDO II E GLÓRIA

Lançada à água em 1843 no estaleiro real de Damão (Índia), onde foi construída, esta fragata está ancorada em Cacilhas, na margem sul do Tejo, mesmo junto ao terminal fluvial. Foi o último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa e também a última “nau” a fazer a “Carreira da Índia”, que ligava Lisboa a Goa por mar. Desde a descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1497, por Vasco da Gama, as Armadas da Índia realizavam-na uma vez por ano, o que aconteceu até ao século XIX, altura em que se abriu o canal do Suez e se deu o advento da navegação a vapor.
Atualmente, os visitantes podem conhecer os seus quatro pavimentos, convés, bateria, coberta e porão, perceber como era a vida dos serus marinheiros e surpreender-se com o armamamento de guerra com que foi aparelhada. Contudo, curiosamente, apesar de ser uma embarcação de guerra, nunca participou num combate.
Cacilhas, Almada. Informações: 212 746 295 ou fernandoegloria@marinha.p
PALÁCIO DA PENA

No interior do palácio, mandado construir por D. Fernando II, viúvo de D. Maria II, sobre o que ali restava de um mosteiro hieronimita, combinam-se vários estilos arquitectónicos (neogótico, neomanuelino e neo-islâmico, entre outros) que lhe dá a sua aparência exótica, bem ao gosto da mentalidade romântica do século XIX. E isso pode ser visto nos arcos manuelinos com os torreões mouriscos, os vitrais com os azulejos e o trompe-l’oeil com o mobiliário em papier-maché.
Assente em grandes rochedos, as suas cores vivas que se erguem sobre o verde da montanha fazem dele um verdadeiro postal de Sintra. Foi, no século XX, uma das residências preferidas da rainha D. Amélia e foi ali que, depois do assassínio de seu marido, o rei D. Carlos I, se refugiou.
Sintra. Marcação de visita obrigatória, pode fazê-la aqui.
PALÁCIO DA AJUDA – “Ao serviço do Rei”

Preparem-se para uma verdadeira viagem no tempo até ao reinado de D. Maria Pia. Nesta visita teatral a um dos palácios mais importantes do nosso país, os visitantes vão assistir à preparação de um banquete para receber os monarcas espanhóis. Ao comando desta grande operação que exige pompa e circunstância, está o fiel mordomo da Casa Real, Vital Fontes. Será ele quem vai selecionar e treinar os novos ajudantes que terão de seguir as suas ordens. Uma encenação que vai encantar miúdos e graúdos, que ficarão a conhecer os meandros da vida palaciana.
Lisboa. Largo da Ajuda. Até 12 anos: €10/ €19/adulto/ €16/sénior e estudante. Informações: 919 692 766
CASA FERNANDO PESSOA

Foi nesta casa, no bairro de Campo de Ourique, que o escritor escreveu, leu e viveu os seus últimos 15 anos. Nos três pisos, os visitantes podem ver uma exposição sobre a vida e obra de Pessoa, a reconstituição do seu quarto e o «coração da casa», ou seja, a biblioteca composta pelos livros que lhe pertenceram. Para espicaçar a curiosidade dos mais novos, diga-lhes que vão conhecer a casa de um escritor que se «desdobrou» em vários homens inventados por si e que inventou há mais de 100 anos o slogan da Coca-Cola para Portugal: “Primeiro estranha-se. Depois, entranha-se.”
Lisboa. Rua Coelho da Rocha, 16-18. A partir de €2,5. Informações: 213 913 270