Um buraco negro é uma região do Espaço da qual nada consegue escapar, tal a sua força de atração. Chama-se negro porque «engole» tudo, até a luz.
Por não emitir luz, torna-se muito difícil detetar um buraco negro. Mas tal é possível graças às ondas gravitacionais (que são ondulações do espaço) que os buracos negros emitem quando se fundem uns com os outros. Em forma de L, cada braço do LIGO, um observatório instalado nos EUA, mede 4 km de comprimento e é percorrido por raios luminosos. Quando as ondas gravitacionais passam pela Terra, os braços movem-se e afetam o percurso dos raios luminosos. E registam as ondas gravitacionais.
Para se entender o que são as ondas gravitacionais, é preciso explicar de forma muito simples o que é a teoria de Einstein. Ela diz-nos que há uma relação entre os corpos celestes e a forma do Espaço. Façamos uma experiência: pega num pano de cozinha e estica-o muito bem. Se atirares um berlinde para cima do pano, ele anda em linha reta. Se puseres uma bola de ténis em cima do pano, a bola deforma o tecido.
Se voltares a atirar o berlinde, ele já não faz uma linha reta, mas uma curva. Da mesma forma que a bola de ténis deforma o tecido, a Terra distorce o Espaço.
Se tivermos um objeto que é muito compacto, que tem muita matéria, ele pode romper o ‘tecido’ do Espaço, ou seja, forma-se aquilo a que chamamos um buraco negro.
A teoria de Einstein diz-nos que a matéria deforma o Espaço à sua volta e essa deformação “diz” à matéria como se deve mover. É por essa razão que a Lua orbita à volta da Terra, por causa da deformação do Espaço causada pela Terra. Não está errado dizer que é pela força gravítica da Terra, mas a explicação de Einstein é mais correta.
Em conjunto com outro instrumento, o VIRGO, o LIGO já detetou a colisão de cinco buracos negros.
No centro da galáxia na imagem, há um buraco negro supermassivo, ou seja, um buraco negro com uma massa muito grande. Um buraco negro supermassivo pesa
1 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 quilos!
Estes buracos puxam toda a matéria na sua proximidade com tanta força que aquecem muito e, ao aquecerem, emitem radiação. Engolem tudo, mas também expelem – o que vemos é gás e poeira a serem expelidos.
Na Via Láctea, há um buraco negro supermassivo chamado Sagitário A. O que vês na imagem é a radiação (raio X) emitida pela queda de matéria para dentro do buraco negro
Investigadores do IAstro: Rui Agostinho, Catarina Lobo e Francisco Lobo.
Este artigo foi originalmente publicado na edição nº 170 da VISÃO Júnior