Dia 22 de abril é o Dia da Terra: um pretexto para refletirmos sobre os desafios relacionados com o bem-estar do planeta e a vida que ele suporta, sobre a cidadania global, as comunidades sustentáveis e o nosso papel no planeta em que vivemos.
Se estás a pensar que todos os dias deviam ser dias da Terra, tens razão. Deviam mesmo! Mas os adultos têm coisas estranhas. Às vezes precisam de inventar motivos especiais para pensarem em coisas que são bastante óbvias. E é bastante óbvio que o planeta Terra é a única casa que temos (pelo menos, por enquanto) e, se o destruirmos, ficamos numa situação muito difícil. Por isso, aproveita esta oportunidade para fazeres alguma coisa boa por esta Terra em que vivemos e que pede tão pouco em troca.
Como sempre, podes contar com a Fundação Calouste Gulbenkian para te dar ideias. Miúdos e graúdos estão convidados a celebrar este dia com oficinas criativas, conversas, filmes, concertos, performances, danças, mostra de experiências científicas, atividades de bioblitz e garden sketching. E este ano há uma novidade: também haverá festejos “fora de portas”, na Praça do Centro Comercial Fonte Nova, em Benfica, no âmbito do “CAM em Movimento”.

O que achas de arrancares esta celebração com um bioblitz? Também chamada Maratona da Biodiversidade, esta é uma atividade em que se procura identificar o maior número de seres vivos possível, numa determinada área, num determinado período de tempo. Como importante local de passagem e de residência de muitas espécies, o Jardim Gulbenkian presta-se a este tipo de atividade, que transforma qualquer participante num elemento ativo do processo de monitorização de espécies.
14:00–16:45, no Jardim (Ponto de encontro: Edifício Sede – Sala 1). +12 anos
Gratuito, com levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 09:30 na Bilheteira do Edifício Sede.

Outra opção é assistires ao concerto-performance O canto dos pássaros: concerto para ouvidos atentos. Aqui o músico e compositor Nuno Cintrão inspira-se no canto dos pássaros para criar a sua música. Com uma guitarra e alguns objetos sonoros inesperados, o público é convidado para uma viagem sonora que vai fazer soltar as asas da imaginação. Um incentivo extra para, daqui em diante, nos lembrarmos de fazer uma pausa diária para ouvir os passarinhos.
11:30–12:10 / 15:00–15:40, no Jardim ─ Bosque nascente. Qualquer idade (crianças até aos 12 anos devem ser acompanhadas por um adulto). Entrada livre
Árvores: as rainhas do planeta

É quase impossível pensar no Dia da Terra sem pensar em árvores. Se estás de acordo, não podes perder a Viagem à mata portuguesa em 10 árvores: espinheiro, sabugueiro! Nesta oficina performativa vais conhecer algumas árvores características da mata portuguesa nas suas dimensões históricas, botânicas, literárias, culturais e mitológicas. Serás guiado através de uma experiência ecológica multissensorial, uma viagem ativa ao mundo das árvores e aos mundos que elas nos abrem.
10:00–11:00 / 11:30–12:30, no Edifício Sede ─ Sala 1. Qualquer idade (crianças até aos 12 anos devem ser acompanhadas por um adulto). Gratuito, com levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 09:30 na Bilheteira do Edifício Sede.

Adoras desenhar? Então talvez a tua atividade de eleição seja esta: Desenho para mentes curiosas: a Fénix. Já ouviste falar da Fénix? Este pássaro é um dos mais famosos da mitologia grega e tem sido uma inspiração para inúmeras histórias fantásticas. Nesta oficia, além de ficares a conhecer todos os segredos desta ave fascinante, vais poder dar largas à imaginação e aprender a desenhá-la. Só tens de trazer um lápis 2B e 6B, uma barra de grafitte, papel ou bloco de desenho (gramagem mínima 90g) e uma folha de papel colorido. Ah, e muita curiosidade!
10:30−12:00, no Museu Calouste Gulbenkian ─ Galeria Principal; 7−13 anos
Gratuito, com levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 09:30 na Bilheteira do Edifício Sede.

Fora do Jardim Gulbenkian, na Praça do Centro Comercial Fonte Nova, em Benfica, poderás participar em família na oficina criativa Proteger a biodiversidade urbana. Aqui o objetivo é chamar a atenção para a biodiversidade nas cidades e áreas urbanas que, regra geral, passa despercebida aos nossos olhos. São várias as espécies da flora e da fauna que convivem connosco no dia-a-dia e podemos ajudar a preservá-las, por exemplo, criando comedouros e caixas-ninho para aves ou construindo abrigos para insetos.
10:00–12:00, na Praça do Centro Comercial Fonte Nova, Lisboa. Famílias com crianças dos 6 – 10 anos. Com interpretação em Língua Gestual Portuguesa. Entrada livre sujeita à lotação
A grande utilidade das minhocas

Aqui, junto ao Fonte Nova, também poderás aprender a fazer vermicompostagem, que é o processo de transformar desperdícios orgânicos em composto de alta qualidade. É um processo simples, requer pouco tempo e não exige muito espaço. Como o nome indica, a vermicompostagem é feita por vermes (ou minhocas), é completamente inodora e produz um excelente composto para alimentar as nossas plantas.
15:00–18:00, na Praça do Centro Comercial Fonte Nova, Lisboa. +16 anos
Entrada livre sujeita à lotação
Estes são só alguns exemplos das diversas oficinas e workshops que poderás fazer para celebrar o Dia da Terra. Conhece o programa completo no site da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dá uma oportunidade aos bichos
Se vives longe ou não consegues deslocar-te à Gulbenkian, que isso não sirva de desculpa para deixares de celebrar o Dia da Terra! Vamos dar-te uma ideia: que tal passares um fim-de-semana a acampar para fazeres o teu próprio bioblitz? Talvez te assuste um pouco a ideia de ter tanta proximidade com insetos voadores e rastejantes, mas, sabes, todos os bichinhos fazem falta no ecossistema e, muito provavelmente, eles têm ainda mais medo de ti.
Escolhe um sítio que fique perto de um riacho ou de uma ribeira, assim terás oportunidade de observar mais animais: rãs, cobras de água, lagartixas, salamandras, morcegos, caracóis, borboletas – todos gostam de se passear na água ou perto dela. Os corpos de água também atraem passarinhos, que vêm para se alimentar dos insetos (estás a ver o que te dissemos sobre o ecossistema?) – o guarda-rios é um lindo pássaro de cor azul vibrante, se o vires, nunca esquecerás. Mas também tens os piscos, as alvéolas, os pintassilgos, os chapins, os verdilhões e as milheirinhas. E, claro, os patos.

Talvez encontres um pastor a apascentar as suas ovelhas ou cabras. E, se ficares muito sossegado, é possível que vejas um coelho, uma raposa ou um ouriço. Quando escurecer, poderás olhar para o céu e vê-lo iluminar-se com milhões de estrelas. Podes achar que já viste o céu noturno, mas, se vives numa cidade, acredita que não viste. É que as luzes dos candeeiros de rua não permitem que se veja o céu em todo o seu esplendor. Há até um nome para isso: poluição luminosa.
O meu álbum é maior que o teu!
Para que não te esqueças de tudo o que viste e aprendeste, faz um diário de viagem: aponta tudo, faz desenhos, colhe pequenas flores e plantas e prensa-as entre as páginas do teu diário. Se a tua onda é mais digital, tira uma fotografia a todos os animais que fores encontrando pelo caminho. Podes até fazer uma competição com a tua família e amigos: no fim do dia, quem tiver mais fotografias de bichinhos, ganha!
Outra ideia divertida é levares contigo uns binóculos para veres se consegues encontrar ninhos de passarinhos. Afinal, estamos na primavera e esta é a altura certa para descobrir novas vidas a despontar. Se descobrires um ninho, podes voltar lá todos os fins-de-semana, com os teus binóculos, e acompanhar o desenvolvimento dos ovos, ver os passarinhos a eclodir, vê-los a serem alimentados, observar o crescimento das suas penas e as suas atabalhoadas primeiras tentativas de voo.
Também podes trazer um pouco de natureza de volta para casa. Experimenta colher algumas sementes e semeá-las em vasinhos. Podes até fazer um diário fotográfico do nascimento de uma planta. Fazes assim: enterras a tua sementinha num vaso com terra e regas, certifica-te que o teu vaso apanha luz solar e que a terra está húmida, mas sem encharcar e todos os dias tiras uma fotografia para registar a evolução. A alegria que vai ser quando começares a ver um pequeníssimo rebento verde a despontar! E se cuidares da tua plantinha, vais ter uma recordação duradoura de um Dia da Terra bem celebrado.

Se o campismo não te convence, que tal fazeres um percurso pedonal na natureza? Na zona da grande Lisboa, por exemplo, tens diversas opções, logo a começar pelo Parque Florestal do Monsanto (sabias que o arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, responsável pelo Jardim Gulbenkian, pensou e desenvolveu outro projeto – o Corredor Verde – que liga a Gulbenkian a Monsanto?); tens também o Trilho da Ribeira das Vinhas, que vai de Cascais quase até à Serra de Sintra, ou o Passadiço da Duna da Cresmina, junto ao Guincho. No centro do país tens a floresta do Buçaco – se não conheces, tens mesmo de pedir aos teus pais que te levem lá, vais sentir que estás num mundo encantado. No norte não podes deixar de visitar o Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área protegida com mais de 70 mil hectares.
E quando regressares a casa, com o teu amor pelo planeta renovado, vais ver com outros olhos as pequenas grandes maravilhas que nos rodeiam e vais perceber que todas as árvores e flores, grandes e pequenas, começaram como a pequena semente que trouxeste para casa e que estás a cuidar para que cresça forte e saudável.
* Um conteúdo patrocinado é um artigo desenvolvido por uma marca, e não por um jornalista.