Estava quase toda a gente a dormir no nossos país quando a terra tremeu. Um sismo assustou muitas pessoas que acordaram sem perceber o que se estava a passar. As janelas abanavam, os copos tilintavam nos armários e muitos cães ladravam ao sentir o abalo.
Segundo a Proteção Civil – que é o órgão responsável por alertar e acudir os cidadãos em casos de perigo como estes – tratou-se de um terramoto de magnitude 5.3 na escala de Richter, que é o nome que se dá à escala usada pelos cientistas para medir a força dos terramotos. O máximo é 10.
Este teve o seu epicentro (ou, para simplificarmos, o ponto de origem) no mar, a cerca de 60 quilómetros da costa de Sines, uma cidade situada no distrito de Setúbal, mas há relatos de pessoas que o sentiram do norte de Portugal ao Algarve.
Depois de analisados os registos e algumas pequenas réplicas (sismos menos intensos que por vezes se seguem a um sismo mais forte), as autoridades garantem que não existe perigo de tsunami, o que por vezes acontece após um sismo com origem no mar.
Provavelmente, já estudaste na escola o grande terramoto de 1755, que destruiu grande parte de Lisboa, e que também foi seguido de um tsunami. Se não, mas tens curiosidade, podes ler este artigo, onde o Luís Almeida Martins relata o que se passou naquele dia.
Os terramotos não são todos iguais. Descobre as diferenças
A superfície do nosso planeta é formada por várias placas tectónicas, quase como se fosse a carapaça de uma tartaruga. São elas que permitem que os continentes se movimentem. E para isso são necessárias grandes quantidades de energia provenientes do interior da Terra. Estes fenómenos ocorrem lentamente, ao longo de milhares de anos. Mas um dia a Terra pode revelar a sua energia na forma de erupções vulcânicas e tremores de terra. Estes últimos ocorrem quando as rochas no interior da crosta terrestre acumulam energia até um limite e libertam-na na forma de ondas elásticas.
1. Zonas Convergentes
Se na Terra existe um local onde o fundo marinho se forma, também na Terra existe uma zona onde o fundo marinho é destruído, transformando-se em magma. Estas zonas são as chamadas fossas abissais, onde duas placas chocam e a mais pesada mergulha para debaixo da outra.
É esse deslizar que vai acumulando energia que, quando é libertada, está na origem dos sismos mais violentos do nosso planeta. É o caso do que aconteceu no Japão!
2. Zonas Divergentes
O magma, que se encontra abaixo da crosta, ascende até à superfície e faz afastar as duas placas tectónicas ao longo de uma cadeia montanhosa, o rifte. Ao arrefecer, o magma dá origem ao basalto, a rocha que constitui o fundo marinho e, ao ascender, provoca tremores de terra. O arquipélago dos Açores localiza-se no ponto onde se encontram três placas tectónicas: a euroasiática, a africana e a americana. Por isso, é a zona do nosso país onde se registam mais sismos.
3. Zonas Conservativas
As placas tectónicas deslizam lateralmente uma na outra, em sentidos contrários. Podes perceber o que ocorre nestas zonas se unires as palmas das tuas mãos e fizeres força com a mão da direita para a frente e com a esquerda para trás. Imagina o mesmo na superfície da Terra! A força entre as duas placas faz que quando a energia entre elas seja muito grande a terra estremeça com muita violência. É o caso da Falha de Santo André, na costa Oeste dos Estados Unidos da América.
Este texto foi parcialmente publicado na edição n.º 83 da VISÃO Júnior e atualizado a 26 de agosto de 2024