O urso-polar, conhecido por apresentar pelagem toda branca, é assim chamado por viver no círculo polar ártico. Esta região fica bem a norte do nosso planeta e é uma zona difícil para se viver. As temperaturas podem variar entre os -45ºC e o 5ºC! Que frio! É como um deserto de neve. Mesmo assim, o urso-polar tem aqui o seu habitat.
Aparentado com o urso-pardo, é, tal como eles, um grandalhão. Os machos podem atingir os dois metros e meio de comprimento e um metro e setenta de altura. Quanto ao peso, estes amigos chegam aos 800 quilos! As fêmeas costumam ser mais pequenas e menos pesadas. Ambos têm o pelo todo branco, mas o focinho, os lábios e as almofadas das patas são pretos.
Viver na neve: muita gordura e patas de corrida
Eles conseguem sobreviver nas zonas geladas porque têm uma camada de tecido gorduroso por baixo da pele que pode atingir quase 10 centímetros de espessura! Para além desta gordura estratégica, contam com pelos dispostos em duas camadas: uns mais pequenos, muito juntos uns dos outros, e outros maiores, com cerca de 15 centímetros. Além disso, estes pelos são ocos. Isto permite que tenham ar no seu interior e o ar é um bom isolante térmico.
Outro truque para sobreviverem ao frio extremo confortavelmente é a forma das suas patas. Para conseguirem correr e não se afundarem na neve, são largas e têm muitos pelos entre as almofadas, umas verdadeiras botas de andar na neve.
Caçar no gelo: vale tudo para ter jantar

Para se poderem reproduzir e sobreviver no frio, os ursos-polares têm de consumir grandes quantidades de carne e gordura. São um dos maiores carnívoros do planeta. Caçam focas quando estas estão a descansar no gelo ou quando vêm respirar à superfície. As suas grandes patas também os ajudam a nadar. Bons nadadores, mergulham nas frias profundezas à procura de novos locais de caça.
Quando não abundam animais, também se alimentam de carcaças de animais mortos. Como está muito frio, a decomposição e o mau cheiro não são um grande problema! E à falta de animais, podem sempre comer musgos e líquenes que encontrem em rochas.
Constituir família e arranjar toca

O urso-polar é um animal solitário. Só na altura do acasalamento, durante a primavera, é que se encontra com outros membros da espécie. Após o acasalamento, a fêmea ingere grandes quantidades de alimento para fortalecer as reservas de gordura, podendo aumentar quase 150 quilos! Quando começa o outono é altura de construir a toca, escavando um túnel na neve. Tem entre duas a três crias, alimentadas com leite da mãe.
Futuro incerto: a culpa é do degelo

Tal como muitas outras espécies, o urso-polar tem um futuro incerto devido a problemas ambientais. Devido ao aumento da temperatura global, o reino de gelo onde vive está a desaparecer! Sendo um animal adaptado ao frio, o calor não é seu amigo. Além disso, o facto do gelo estar a desaparecer obriga-o a percorrer grandes distâncias à procura de comida, que começa a escassear. Urso sofre!
Este texto foi originalmente publicado na edição nº103 da VISÃO Júnior.