Tiago Farias explicou à agência Lusa que a implementação de autocarros elétricos tem como objetivos “servir melhor a cidade e os passageiros que diariamente utilizam a rede Carris, e a descarbonização, para retirar a emissão de poluentes no seio da cidade de Lisboa”.
Segundo o presidente da empresa de transportes, um serviço “com mais qualidade, melhor tecnologia e com veículos mais confortáveis e mais silenciosos” é uma forma de atrair mais passageiros.
Neste momento, a Carris já tem 11 autocarros 100% elétricos em circulação e prevê a aquisição de mais quatro “brevemente”, de forma a ter uma frota de 15, sendo que, ainda durante este ano, a empresa pretende lançar o concurso para comprar mais 30.
O orçamento para a aquisição dos 15 novos autocarros é de 7,5 milhões de euros.
Segundo a Carris, estes veículos têm uma autonomia de 170 quilómetros e o seu tempo médio de carregamento é de cinco horas.
O custo de carregamento de cada autocarro é de 25 euros por dia, valor que corresponde a cerca de quatro vezes menos do que atualmente é gasto, por dia, com os autocarros movidos a combustíveis fósseis, apesar de a aquisição de veículos elétricos ter um custo mais elevado.
Tiago Farias referiu que a empresa ainda não sentiu o impacto direto do novo coronavírus, mas admitiu a possibilidade de haver uma quebra de passageiros, especialmente se o “universo escolar encerrar”.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, frisou que estes autocarros oferecem “mais qualidade a todos aqueles que os utilizam”, sublinhando que a sua circulação tem um grande impacto na redução da poluição na cidade e “ajuda a cumprir os compromissos assumidos em matéria de emissões”.
O autarca indicou, em declarações aos jornalistas, que “foram alterados todos os protocolos de limpeza dos transportes, que são limpos diariamente com reagentes próprios”, para a prevenção do novo coronavírus.
Além disso, foi introduzida uma mudança no protocolo de atuação para eventuais casos suspeitos dentro dos veículos da Carris, que prevê que o autocarro em causa “regresse à base para ser limpo e devidamente tratado antes de poder voltar a circular”.
Todos os trabalhadores da empresa, sublinhou, “estão a receber ‘kits’ individuais que permitirão agir em caso de qualquer situação suspeita”.
Fernando Medina explicou ainda que a Câmara de Lisboa “tentou, no seguimento das orientações da Direção-Geral de Saúde e numa lógica estritamente preventiva, reduzir os elementos de concentração de pessoas e, dessa forma, os riscos de alargamento de contágio”, tendo suspendido vários eventos, organizados pela câmara pelo menos até ao dia 03 de abril.
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