No ano passado, em Copenhaga, as expectativas eram altas e o resultado foi pouco mais que zero. Este ano, em Cancún, no México, nem os mais otimistas esperam grande coisa.
A 16ª Conferência das Partes (cimeira anual para definir políticas de combate às alterações climáticas, no âmbito da ONU), que começou na segunda-feira, 29, está apenas a ser encarada como um passo intermédio para discutir pormenores, ficando as decisões a aguardar pelo encontro seguinte, na África do Sul.
A crise financeira global e as recentes eleições nos EUA (que deram a maioria do Congresso aos Republicanos, mais próximos das indústrias do petróleo) impedem que se consiga muito mais do que isso. A China também não está disposta a adotar medidas que reduzam o seu crescimento económico anual de dois dígitos.
Por seu lado, a União Europeia, que já anunciara uma diminuição unilateral dos gases com efeito de estufa de 20% até 2020, tem sido praticamente ignorada nas negociações. Apesar de não haver perspetivas de se conseguir um acordo vinculativo, que efetivamente obrigue os países a diminuírem as suas emissões, deverão ficar definidas as regras de financiamento aos países menos desenvolvidos, para os ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas.
Antes de a cimeira terminar, no dia 10, já os olhos do mundo estarão, há muito, virados para a África do Sul.
SAIBA MAIS: Página Oficial da Cimeira de Cancún
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