Letras
António Carlos Cortez: Bombardeamento verbal
É professor, poeta, ensaísta e crítico literário (aqui no JL) e todas essas forças criativas concentraram-se no seu primeiro romance, Um Dia Lusíada, agora nas livrarias numa edição da Caminho. Uma narrativa que é um poema, um poema que também se assume como ensaio, uma prosa que ora cria, ora glosa a obra de outros escritores e um narrador e uma personagem entregues a permanente diálogo. Sobre este “composto furioso”, que vai da Guerra Colonial ao 11 de Setembro, do ensino à revolução tecnológica, do verso à nota de rodapé, fala o seu autor e escreve Miguel Real
Luiz Schwarcz: O lado desconhecido de um editor de sucesso
O seu percurso editorial é marcado por inúmeros êxitos, mas a sua vida não tem sido um mar de rosas. De um lado, a criação da Companhia das Letras, a mais importante e influente editora brasileira da atualidade. Do outro, uma depressão que ergue obstáculos nos momentos mais imprevistos. Pelo meio, a história de uma família, a sua, que sobre as tragédias da Segunda Guerra Mundial e da perseguição nazi lançou um pesado manto de silêncio. Sobre tudo isto fala em O Ar que me falta, um relato autobiográfico duro e redentor que nos dá o seu retrato completo, com todas as zonas de luz e sombra. Entrevista com um editor que, pela sua experiência, não tem visto desvantagens na concentração editorial
João Barrento: o caminho certo da literatura
O reconhecimento de João Barrento com o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva
Spotify já disponibiliza letras das músicas
A nova funcionalidade permite-lhe cantar karaoke sem sair da aplicação
Uma questão de detalhe
Devemos uma constante atenção ao mundo, uma atenção poética, que possa atender ao detalhe, à minúcia, à letra com que se inicia cada palavra ou ao estremecimento que antecede cada gesto
José Eduardo Agualusa: Os Vivos e os Outros
Pré-publicação do novo romance de José Eduardo Agualusa, a chegar às livrarias
Spotify testa (outra vez) apresentar letras de músicas em tempo real
A Spotify parece ter retomado a parceria com a Musixmatch para voltar a apresentar as letras das músicas que estão a ser reproduzidas
De saco ao ombro
Alternativa ao plástico na hora de ir às compras, os sacos de lona ganharam dizeres e desenhos mesmo a pedir para andar com eles por aí
José Carlos de Vasconcelos é o vencedor do Prémio Vasco Graça Moura
“Para quem anda nestas coisas da Cidadania Cultural há quase 60 anos é, por um lado, um reconhecimento e, por outro, um estímulo”, disse José Carlos Vasconcelos à VISÃO. O diretor do JL reconheceu a importância da distinção para o jornal que dirige, que classificou como “uma luta de resistência desde há 35 anos”
O fim das utopias
Depois de ter levado os seus leitores a revisitar diferentes momentos da História de Portugal ( As Memórias Secretas da Rainha D. Amélia) cruzando-a com a de outros países, a do Brasil em A Voz da Terra e A Guerra dos Mascates, a de Goa em O Feitiço da Índia ou a de Macau em A Cidade do Fim, Miguel Real desafia-nos agora a acompanhá-lo numa viagem inesperada e surpreendente a um futuro distante em que as nacionalidades e as nações deixaram de ser as matrizes de identificação dos indivíduos e das sociedades.
Uma espécie de puzzle
"A excentricidade desta personagem é a procura da mulher com o rosto perfeito. " É desta forma que Mário Zambujal nos apresenta o protagonista 'malandro' do seu novo romance, Serpentina.
Entre ruínas
Marés, diz o escritor, mas para falar de O osso da borboleta também poderíamos utilizar a palavra ruína. Ao quarto romance, Rui Cardoso Martins deixa de lado a ideia de viagem, tão presente em E se eu gostasse muito de morrer, Deixem passar o homem invisível e Se fosse fácil era para os outros.
Pedro Eiras: A impossibilidade de Bach
Tenta nunca repetir-se, ser sempre o mesmo de formas muito diversas. Na poesia, na prosa, no ensaio, os livros de Pedro Eiras são uma constante surpresa, substâncias perigosas (expressão que chegou a usar no título de um deles) que cativam e inebriam.
Escritaria, em Penafiel: Ao som da música de Lídia Jorge
Arte pública, sessões de cinema, exposições, teatro de rua, conversas, conferências e lançamentos de livros. Penafiel vai vestir-se de gala para receber Lídia Jorge, a escritora homenageada da edição deste ano do Escritaria, o Festival Literário que a Câmara Municipal organiza pelo 7.º ano consecutivo.
Luísa Costa Gomes: Os mil e um paradoxos
Cinco anos depois de Ilusão (ou o que quiserem), Luísa Costa Gomes está de volta ao romance com Cláudio e Constantino, "novela rústica em paradoxos". E é justamente entre a ficção e a razão que corre este divertimento, em que dois irmãos são confrontados com mil e uma situações paradoxais.
Pessoa não é Deus
Pessoa está a pedir para ser libertado. Para escapar dessa mala. Que o deixem viver, para ser melhor venerado por todos que somos devotos dele. Do autor e do homem. Ainda é tempo. Esse é Pessoa, como o vejo. Longe do altar em que o prendem, injustamente, seus proprietários. Livre. Majestoso. Eterno
Fernando Pessoa Uma 'povoada' solidão
A partir de amanhã, 28, e até sábado, 30, decorre em Lisboao III Congresso Internacional Fernando Pessoa, com a participaçãode 40 conferencistas, enquanto saem novos livros, com novas abordagensda sua obra. O poeta dos heterónimos e autor do Livro do Desassossegonão para de atrair a atenção de estudiosos e criadores, e também o JLuma vez mais percorre os corredores do labirinto pessoano. Assim,ouvimos Jerónimo Pizarro e Manuela Parreira da Silva, autores de doisdaqueles novos livros, Inês Pedrosa, diretora da casa Fernando Pessoa,organizadora do congresso, cujo programa publicamos, destacandoquatro intervenções. A referência a outros livros, estreia de uma peça deteatro, no S. Luiz, o lançamento de um audiolivro, no Brasil, são outrosdestaques nestas páginas, com reproduções de obras de João Abel Manta(nunca antes 'publicada'), de Júlio Pomar e (na capa) Costa Pinheiro,e desenhos de Pedro Sousa Pereira
Gonçalo M. Tavares Uma ficção que pensa
Um "ensaio ficcional", o Atlas do Corpo e da Imaginação, hoje lançado com a chancela da Caminho, é a um tempo uma cartografia da obra do escritor e uma verdadeira filosofia de escrita. Um livro de centenas de páginas, com múltiplas possibilidades de leitura. Mais uma obra surpreendente no mapa do escritor, que avança na literatura portuguesa a toda a velocidade. À entrevista, a primeira que dá a propósito desta obra, juntamos a crítica de Miguel Real