A Exame Informática foi conhecer POD- Point of Disruption, uma novidade da consultora global de negócio e tecnologia, NTT DATA. Trata-se de um laboratório de inovação, instalado nos espaços de trabalho da companhia, em Lisboa, que pretende inspirar as organizações a adotarem soluções suportadas por Inteligência Artificial (IA) e tecnologias emergentes. Integrado na rede internacional de laboratórios digitais da NTT DATA, este espaço é um reflexo da aposta da companhia na investigação e desenvolvimento de soluções de base tecnológica.

Cocriação de soluções transformadoras

Como o nome indica, o POD posiciona-se como um ponto de partida para as organizações construírem o futuro com tecnologia. Ali, os decisores têm acesso a um conjunto de casos de uso que podem ser experimentados para inspirar novas abordagens aos desafios de negócio. É um espaço imersivo, dedicado à inovação e a tecnologias emergentes, como a IA e GenAI, no qual a NTT DATA dá aos seus clientes a possibilidade de desenharem e cocriarem soluções transformadoras de negócio.

Orientado para o desenvolvimento de soluções de inteligência artificial, inclui ainda tecnologias inovadoras como Internet of Things, Extended Reality e Metaverse.

Recentemente, um estudo da Forrester deu conta de que oito em cada 10 líderes entendem que a colaboração com parceiros tecnológicos facilita a adoção de IA generativa em escala, demonstrando a relevância de estruturas como o POD – Point of Disruption para promover a democratização desta tecnologia.

Futuro digital sustentável

A NTT DATA é parte integrante do Grupo NTT, sedeado em Tóquio, e é uma consultora global de negócio e tecnologia com receitas de aproximadamente 30  mil milhões de  dólares resultantes da prestação de serviços a 75% das empresas do Fortune Global 100.

Anualmente, investe cerca de 3,6 mil milhões de dólares  em I&D, de modo a apoiar as organizações e a sociedade a avançar com confiança e de forma sustentável para o futuro digital.
Enquanto Global Top Employer, distinção atribuída à empresa no início de 2025 e que certifica as boas práticas em matéria de RH, conta com especialistas em várias áreas e em mais de 50 países, a que se soma um vasto ecossistema de parceiros e startups.

Palavras-chave:

Um estudo publicado no Journal of Computer Graphics Technique detalha um novo formato de compressão de imagem que pode gravar mais pontos de informação por pixel, inclusive de elementos nos comprimentos de onda de luz ultravioleta ou de infravermelho. Os autores, Alban Fichet e Christoph Peters, da Intel, explicam que os ficheiros espectrais podem conter 30, 100 ou mais pontos de dados por cada pixel da imagem. Esta possibilidade aumenta exponencialmente a riqueza da informação que é possível extrair dos ficheiros de imagens.

As fotos e imagens convencionais guardam dados em três cores, (RGB, de red, green e blue). Para conseguir ver-se a verdadeira cor e comportamentos da luz são necessários muitos mais dados, entrando aqui a imagem espectral, que guarda a intensidade de luz em dezenas ou centenas de comprimentos de onda específico, entrando no quase infravermelho e quase ultravioleta. No estudo publicado, são discutidas imagens contendo dados em 31 a 81 canais distintos, além dos três já citados, explica o ArsTechnica. Para operar nestes canais, as imagens espectrais usam formatos de elevada precisão, como os números de ponto flutuante nos 16-bits ou 32-bits, bastante mais avançado do que as imagens de 8-bits.

Estas imagens mais detalhadas podem ser usadas em diversos cenários: fabricantes automóveis percebem melhor como a tinta vai parecer em diferentes luzes; na renderização de simulações, é possível ver como efeitos óticos (como arco-íris de prismas ou fluorescências) se irão comportar; por fim, cientistas usam imagens espectrais para identificar materiais pelas suas assinaturas de luz únicas. Este tipo de imagens já foi usado por astrónomos para analisar as linhas de emissão espectral de uma explosão de raios gama para identificar os químicos aí presentes, por físicos para reconstruir as cores originais de fotografias do século XIX e para mostrar mensagens e anotações escondidas em manuscritos medievais.

O novo formato Spectral JPEG XL usa um truque matemático para tornar os ficheiros mais pequenos, guardando cada transformação numa forma diferente. Os investigadores da Intel aplicaram os mesmos conceitos que são usados na compressão MP3 na música para preservar individualmente os padrões de comprimento de onda e, quando tudo se junta, recriar a informação espectral original.

Embora alguma informação seja sacrificada com a compressão, os investigadores prepararam o formato para descartar os detalhes que menos impacto tivessem, focando-se em manter os detalhes mais importantes da informação visual.

Com o formato a gerar ficheiros de tamanho bastante mais reduzidos, há um grande potencial para aplicações, mas a comunidade terá de acompanhar o desenvolvimento e refinar desta solução. O facto de se ‘perderem’ elementos pode tornar impraticável algum tipo de uso no campo científico, mas alguns investigadores podem bem aceitar o nível de perda para colher os benefícios de ter imagens muito mais ricas e detalhadas.

A empresa de Inteligência Artificial xAI, de Elon Musk, é a nova dona da rede social X, que Elon Musk também detém. O negócio fez-se por 33 mil milhões de dólares (Musk comprou a rede de microblogging há uns anos por 44 mil milhões) e coloca a xAI valorizada nos 80 mil milhões de dólares agora. “Esta combinação vai desbloquear um potencial imenso ao fundir as capacidades avançadas de IA da xAI e a experiência com o alcance massivo da X”, descreveu Musk.

Recorde-se que quando Musk comprou o Twitter anunciara a intenção de o tornar uma “app para tudo”, mas ainda está longe desse cenário. Agora, a Inteligência Artificial da xAI e a ferramenta Grok vão poder ter acesso a um vasto manancial de dados da X. O Grok, recorde-se, anunciou recentemente uma integração com o Telegram também.

O movimento de colocar uma das suas empresas como dona da outra não é inédito, com Elon Musk a ter feito o mesmo quando a Tesla Motors adquiriu a SolarCity em 2016, dando origem à Tesla como a conhecemos atualmente.

Já em janeiro, noticia o The Verge, sabia-se que os funcionários da xAI eram também trabalhadores da X, como portáteis e acesso à base de código da X, numa aproximação que já deixava indiciar este negócio.

Sobre a aquisição (e a desvalorização da X em 11 mil milhões de dólares face ao valor pago por Musk), a CEO Linda Yaccarino publicou que “o futuro não pode ser mais risonho”.

“A X é uma praça digital, onde mais de 600 milhões de utilizadores ativos vão procurar em tempo real a fonte da verdade e que, nos últimos dois anos, transformou-se numa das empresas mais eficientes do mundo, posicionando-se para entregar um futuro escalável. O futuro da xAI e da X está ligado. Hoje, anunciamos oficialmente o passo para combinar dados, modelos, computação, distribuição e talento”, lê-se no comunicado assinado por Elon Musk.

Palavras-chave:

Um tribunal francês considerou esta segunda-feira Marine Le Pen e oito eurodeputados do partido da extrema-direita Rassemblement National (RN) culpados por desvio de fundos europeus para pagar a funcionários do partido entre 2004 e 2016. “Ficou estabelecido que todas estas pessoas estavam efetivamente a trabalhar para o partido, que o seu legislador (da UE) não lhes tinha dado quaisquer tarefas. As investigações também mostraram que não se tratava de erros administrativos … mas de desvio de fundos no âmbito de um sistema criado para reduzir os custos do partido”, referiu o presidente do tribunal Bénédicte de Perthuis, que considerou que ficou provada a existência de um “sistema” dentro do partido.

Segundo a sentença, Marine Le Pen fica impedida de se candidatar nos próximos cinco anos a cargos políticos, o que impossibilita a líder da extrema-direita de se candidatar nas eleições presidenciais de 2027, sucedendo a Emmanuel Macron, mesmo que recorra da decisão. “Trata-se de garantir que os representantes eleitos, tal como todos os que estão sujeitos à lei, não beneficiam de um regime preferencial”, disse Bénédicte.

Le Pen foi ainda condenada a 4 anos de prisão, dois com pena suspensa. A líder política, de 56 anos, deixou o tribunal antes de saber a sentença. 

Marine Le Pen e os outros 24 arguidos estavam acusados de contratar assistentes para trabalharem para o partido com fundos do Parlamento Europeu. O tribunal francês estima que o prejuízo totalize os 2,9 milhões de euros em despesas com “pessoas que trabalhavam, de facto, para o partido”.

Os projetores estão na moda – algo que se nota pelo número de novos modelos que têm sido lançados. E é fácil perceber porquê: estão a melhorar muito na qualidade de imagem e prometem tamanhos de ecrã gigantes quando comparados com os televisores. Além disso, são práticos – ocupam menos espaço e até podem ser transportados com maior facilidade. Decidimos transformar o nosso teste num FAQ (perguntas e respostas), para que perceba o ‘fenómeno’ e também este modelo específico, o Samsung The Premiere 9.

O que é o The Premiere?

É a linha de projetores premium da Samsung. Mas não daqueles antigos como usávamos na escola. É uma versão muito mais moderna, muito melhor em todos os sentidos. A ideia, no entanto, é a mesma: um pequeno aparelho que projeta uma imagem de grande tamanho numa superfície plana.

Moderno em que sentido?

A tecnologia de imagem dos projetores melhorou substancialmente. No caso deste modelo da Samsung é utilizada a tecnologia laser (que por si só já é sinónimo de maior definição de imagem), mas a triplicar: existe um laser para cada cor primária (vermelho, azul, verde). A tecnologia laser além de garantir uma maior nitidez visual, neste caso de laser triplo, garante também uma melhor reprodução de cores e níveis de luminosidade superiores. 

E quão grande é o projetor?

Vamos dizer… grandito. Não é gigante, mas não é pequeno. Vai seguramente precisar de alguma força de braços para conseguir transportar em segurança o Samsung The Premiere 9 de um lado para o outro (pesa 11 kg). Mas este acaba por ser um ponto positivo – é mais fácil transportar este projetor do que um televisor. Ou seja, pode montar facilmente um cinema em qualquer divisão da casa desde que tenha parede suficiente para isso.

Samsung The Premiere 9

Como assim parede suficiente?

Apesar de este ser um projetor de ultra curta projeção (basicamente, basta estar a 11 centímetros da parede para criar uma projeção gigante), este modelo da Samsung foi criado especificamente para grandes projeções. O intervalo de projeção é entre as 100 polegadas e as 130 polegadas (entre 2,5 metros e 3,3 metros de diagonal). É um modelo topo de gama, criado para proporcionar, de facto, uma experiência próxima ao do cinema (e aí o tamanho importa). No entanto, caso queira a qualidade de imagem, mas não um tamanho tããão grande, é possível ajustar em percentagem o tamanho do ecrã (por exemplo, definir para 100 polegadas, mas depois ‘encolher’ em 20% o tamanho, para ficar com 80 polegadas).

Uau, um ecrã de 130 polegadas…

Exato! E a experiência é mesmo de encher o olho. E aqui podemos entrar mais em detalhe sobre a questão da qualidade de imagem. Há dois claros destaques neste Samsung The Premiere 9: as cores e o brilho. A saturação das cores, para aquilo que é habitual nos projetores, é muito boa. Conseguimos imagens muito vivas, o que tende a tornar alguns conteúdos (como desenhos animados, filmes de ficção científica e videojogos) mais apelativos. E se o conteúdo tiver um alto contraste dinâmico (HDR), melhor. E não exageramos quando dizemos que a experiência está de facto próxima daquela que conseguimos num cinema. É que o brilho, tipicamente um fator que deixa a desejar, aqui existe em quantidades abundantes. Mas o brilho garante mais – garante também uma melhor gradação das cores, e, no contexto dos projetores, melhor gradação dos tons escuros, ajudando a dar mais definição e textura às imagens. O único senão é que elementos demasiado brilhantes podem parecer, por vezes, sobreexpostos.

E qual a resolução?

A resolução deste The Premiere 9 é muito boa. A projeção final em Ultra HD garante definição a todos os conteúdos, mas é a mistura entre resolução e projeção a laser (que dá um recorte mais aprimorado aos elementos) que torna tudo mais apelativo. Isto para dizer que apesar do tamanho grande da projeção (tipicamente, o aumento de tamanho ‘dilui’ a nitidez), nunca sentimos que há uma perda significativa da qualidade de imagem. Além da resolução, outro elemento que nos encheu o olho foi a excelente fluidez de imagem. Apesar de não suportar taxas de atualização acima dos 60 Hz, vimos uma fluidez visual que está ao nível do que encontramos em televisores.

Como funciona o ajuste da imagem?

Uma questão muito importante. Não existe um sistema automático de correção do posicionamento da imagem. O que nos parece impensável neste nível de preço (até projetores mais baratos incluem um sistema de ajuste automático). As opções para o ajuste da imagem são mexer fisicamente o projetor até ao ponto certo, sendo possível fazer ajustes extra graças a dois suportes de rosca que existem na base do equipamento. Já do lado do software, existe uma opção chamada Keystone, que nos permite, de forma mais precisa, ajustar a posição da projeção às nossas necessidades. Mas qualquer pequeno toque que o projetor sofra (como durante a limpeza do pó ou um gato aventureiro que tenha lá por casa) vai obrigar a outro processo de ajuste manual e que demora sempre alguns minutos.

É o único problema?

Já lhe dissemos que este projetor cria um ecrã de 130 polegadas em sua casa? Se nem este fator o faz esquecer os pontos fracos associados a esta tecnologia, enumerá-mo-los na mesma. Um elemento no qual este Samsung The Premiere 9 não convence tanto é nos contrastes, com as cores mais escuras a apresentarem uma tonalidade acinzentada. E só conseguirá espremer o melhor da qualidade de imagem deste monitor num ambiente devidamente escurecido. Experimentámos, por exemplo, usar o projetor durante o dia, numa sala sem estores, e a imagem fica ‘deslavada’, com cores muito pálidas. Portanto, há condicionantes para conseguir a melhor qualidade de imagem.

Pode substituir um televisor?

A resposta é um claro não, exceto se apenas ligar o televisor em casa, no escuro, para ver conteúdos específicos. Aliás, se as tecnologias de projeção fossem tão boas quanto os televisores em diferentes contextos de utilização, suspeitamos que essa seria a escolha preferencial dos utilizadores, pela versatilidade de utilização e pelo tamanho extra que garantem.

Há algo mais que deva saber?

Sim. Um dos grandes pontos positivos deste Samsung The Premiere 9 é a integração de um sistema de som. É por isso um cinema ‘tudo-em-um’. E garantimos que a experiência sonora não sendo equivalente à de sistemas dedicados (como um home cinema), surpreendeu muito positivamente. Dá-nos volume, dá-nos alguma capacidade de reprodução de graves, essencial para os impactos fortes dos efeitos sonoros dos filmes, e, talvez mais importante, dá-nos amplitude sonora. O som é projetado de forma a envolver-nos, o que contribui de forma positiva para a experiência cinematográfica.

Samsung The Premiere 9

E como posso ver filmes neste projetor?

É literalmente à escolha do freguês. O projetor tem um sistema operativo próprio (Tizen OS), através do qual temos acesso às principais aplicações de streaming de vídeo e de música: Netflix, Amazon Prime, Max, Disney+, RTP Play, YouTube, Spotify… Além disso, existem três ligações HDMI na traseira do projetor, que permitem ligar leitores multimédia, consolas de videojogos ou até mesmo um computador. Aliás, sentimos que é na parte do software que a Samsung puxa dos galões e se destaca da concorrência. É possível controlar outros equipamentos ligados à internet através da plataforma Smart Things, há opções próprias para a ligações a computadores Windows e Mac, e até uma outra para ligar facilmente smartphones Samsung ao equipamento.

Até dá vontade de comprar um!

Ainda para mais sabendo que há outros elementos bem feitos. O comando, pequeno, prático e com carregamento solar (ou por USB), só peca por ser branco (dispositivos que andam muito pelas mãos não deviam ser brancos…). Há um assistente digital, o Bixby, disponível para fazer pesquisas por voz (ainda que só fale em português do Brasil e que não seja tão completo nas funcionalidades como o Assistente Google). Permite-nos ter dois conteúdos a serem projetados em simultâneo (ideal para as grandes competições desportivas). Tem uma galeria recheada de imagens e ambientes dinâmicos que pode usar para ‘embelezar’ a casa quando não está a ver filmes ou séries. E promete uma vida útil de 20 mil horas (o que a uma média de seis horas de reprodução por semana, equivale a sensivelmente 60 anos de utilização). Mas…

Mas…?

O preço. Este foi o projetor que nos deu, até ao momento, a melhor experiência cinematográfica chave na mão, entre qualidade de imagem, tamanho de imagem e qualidade sonora. Mas o preço além de só estar ao alcance de alguns consumidores, não é totalmente justificado. Já falamos da ausência do sistema de ajuste automático de imagem, mas também podemos referir a qualidade de construção desinspirada para este valor (que tal apostar em materiais como tecido, metal ou até mesmo madeira?). Em cima disto, testámos recentemente duas propostas da Hisense (com destaque para o PX3 Pro), cuja qualidade de imagem é também muito convincente e custa quase três vezes menos. Portanto, este Samsung The Premiere 9 acaba sempre por ser penalizado pela relação qualidade/preço mais fraca relativamente a outros rivais.

Tome Nota
Samsung The Premiere LPU9 | €7999
samsung.com/pt

Imagem Muito Bom
Som Muito Bom
Conectividade Muito bom
Software Excelente

Características Características Tamanho projeção: 100 – 130 polegadas • Resolução: 3840×2160 • HDR10+, HLG, Dolby Vision • Contraste: 1500:1 • Cores: 1,07 mil milhões • Brilho: 3450 lúmen • Vida útil anunciada da fonte de luz: 20.000 horas • Áudio: 2.2.2 canais (40 W), Dolby Atmos, OTS • 3x HDMI 2.0, 1x USB-A, áudio digital • LAN, Wi-Fi, Bluetooth 5.3 • Sistema operativo: TizenOS • 550×141,3×384,1 mm • 11,6 kg

Desempenho: 4,5
Características: 5
Qualidade/preço: 2

Global: 3,8

À medida que mais corpos vão sendo retirados dos escombros, sobe o número de vítimas mortais confirmadas do sismo de sexta-feira. São agora 1700 e 3400 feridos, mas mais de 300 pessoas estão ainda desaparecidas.

O sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter foi registado às 06h20 (hora de Lisboa) de sexta-feira e provocou o colapso de vários edifícios e monumentos em Myanmar, antiga Birmânia, no sudeste asiático.

Devido ao abalo, pelo menos 18 pessoas morreram, outras 33 ficaram feridas e 78 estão desaparecidas em Banguecoque, capital da Tailândia, segundo o balanço mais recente das autoridades locais, divulgado no domingo.

O sismo foi também sentido com intensidade em várias cidades do sul da província chinesa de Yunnan, embora até agora os danos registados tenham sido pouco significativos.

No domingo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o sismo em Myanmar no nível mais alto de emergência e lançou um pedido urgente para reunir oito milhões de dólares (cerca de 7,4 milhões de euros) para salvar vidas e prevenir epidemias.

De Emmanuel Macron, presidente da França, a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, passando pelo primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e pelo futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, as palavras repetem-se: “Temos de preparar-nos para a guerra”. A ladainha é idêntica, desde os bálticos a Portugal, com o inquilino do Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa, a advertir que o nosso país tem igualmente de reforçar o seu orçamento para a Defesa e a Segurança, em plena sintonia com dois dos seus potenciais sucessores – Gouveia e Melo e Marques Mendes. 
Como sabemos, a União Europeia considera que os habitantes do Velho Continente devem quanto antes preparar-se para qualquer catástrofe e, na passada semana, aconselhou-os a criarem um “kit de sobrevivência com água, comida enlatada, medicamentos, lanterna e um rádio a pilhas que lhes permita sobreviver autonomamente durante 72 horas. Alarmismo excessivo? Vários governos, serviços de informações e estados-maiores alegam que a Rússia de Vladimir Putin pode atacar um qualquer país-membro dos 27 até ao fim da década e que é preciso elaborar planos de prevenção face a um eventual conflito com Moscovo – ou ainda para enfrentar uma nova pandemia ou um cataclismo natural. O Executivo comunitário quer criar, nos próximos meses, um comité de coordenação que possa lidar com todo o tipo de ameaças, embora ninguém esconda que a prioridade é a “nova economia” que prevê o rearmamento da Europa, a duplicação da despesa militar conjunta – neste momento a rondar os 423 mil milhões de euros  – e a drástica redução das importações de material bélico dos EUA, que representa quase 60% do arsenais militares do lado de cá do Atlântico.  
Esta segunda-feira, às 10h, o primeiro-ministro português, Luis Montenegro, e o titular pela pasta da Defesa, Nuno Melo, vão participar na sessão de abertura de uma conferência incompreensivelmente intitulada “ Land Defence Industry Day“, no quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. Organizado por três organismos do Estado (idD Portugal Defence, AICEP e IAPMEI), o encontro visa “aprofundar a relação entre o Exército, que irá apresentar os seus programas no domínio terrestre, empresas nacionais, que apresentarão as suas capacidades em Veículos Terrestres e em Sistemas não Tripulados, e grandes fabricantes de plataformas militares.” Como já estamos oficiosamente em campanha eleitoral, não é de esperar que os dirigentes máximos da Aliança Democrática digam algo de concreto sobre como pretendem compatibilizar o propalado aumento do orçamento das forças armadas com a manutenção das despesas sociais e do Estado Providência. Era bom que o fizessem.

Este artigo é exclusivo para assinantes. Clique aqui para continuar a ler”

Palavras-chave:

Na última década, Portugal aumentou duas vezes e meia o número de pedidos de patentes apresentados junto da Organização Europeia de Patentes (OEP). No ano 2024, destacou-se em várias frentes: a quantidade de candidaturas submetidas foi a maior de sempre, aumentou 4,8% em relação ao ano anterior e superou a média da União Europeia (UE). Além disso, foi o segundo país europeu com maior percentagem de pedidos com assinatura de mulheres inventoras. De acordo com as conclusões do relatório Patent Index 2024, esse valor, de 48%, foi quase o dobro da média registada pela organização.

Apesar de Portugal valer apenas 0,17% no mundo dos pedidos de patentes, estes indicadores são boas razões para que o economista Sandro Mendonça, responsável pelo Observatório de Patentes e Tecnologia da OEP, acredite que “alguma coisa tenha acontecido na economia nacional”. Sublinhando que o número de pedidos subiu de 141 em 2015 para 347 em 2024, argumenta que “o sistema de inovação nacional dá sinais de uma consolidação robusta e sustentada. Compara-se bem com as referências internacionais e está a puxar pela média europeia. Uma prova disso é que o número de pedidos subiu quase 5%, entre 2023 e 2024, enquanto na UE, assim como no resto do mundo, diminuiu”. A nível global, o declínio foi de 0,1%.

Da análise dos mais recentes dados deste índice de patentes, Sandro Mendonça destaca também outro facto positivo. “Quando olhamos para as nossas exportações, são os bens de equipamento – máquinas, ferramentas – que lideram, mas nas candidaturas submetidas por entidades portuguesas são as áreas da alta tecnologia – tecnologias de informação e comunicação e tecnologias biomédicas, seguidas pelos produtos farmacêuticos – que se destacam, alinhadas com a tendência mundial.” Para o economista, “estes dados mostram-nos que a agenda do conhecimento está à frente das exportações, já que as patentes são um indicador da capacidade futura de inovação. Portugal já não é só cortiça, vinho, têxtil e calçado, setores esses que, apesar de tradicionais, são também muito inovadores.”

Grandes no topo

NOS Inovação, Altice Labs e Universidade do Porto são as três entidades que lideram a tabela dos mais inovadores em Portugal, com 22, 11 e 10 candidaturas submetidas à OEP, respetivamente. Face ao ano anterior, a NOS Inovação mantém o primeiro lugar, embora com um menor número de pedidos; a Universidade do Porto desce um lugar e a Altice Labs entra diretamente para a terceira posição. Metade dos dez primeiros requerentes de patentes portugueses são universidades ou centros de investigação, como o INESC Porto, a Universidade de Aveiro, a Universidade do Minho e a Universidade Nova de Lisboa. A região Norte de Portugal foi responsável por mais de metade dos pedidos de patentes junto da organização.

Para Sandro Mendonça, a forte presença na tabela de instituições de investigação e de Ensino Superior “mostra que há um grande compromisso do Estado português em transformar o modelo económico do País e em fazer alguma coisa pela competitividade futura”. Uma ideia subscrita por Pedro Rodrigues, vice-reitor da Universidade do Porto com o pelouro de Investigação e Inovação. “Temos feito um caminho de aproximação às empresas e ao mercado. Cada vez mais, os nossos projetos de investigação são feitos por consórcios alargados, envolvendo empresas, beneficiando de instrumentos e financiamentos para esse fim. Estes números do Patent Index, de alguma forma, ilustram isso”, afirma o docente.

Um dos projetos desenvolvidos de raiz no ecossistema da Universidade do Porto, onde muitas startups começam, e que permitiu que o conhecimento gerado fosse patenteado, é o da BEAT Therapeutics, uma startup de biotecnologia focada em terapias inovadoras para o tratamento dos cancros mais agressivos, como o do pâncreas. “Foi uma ideia que apareceu por volta do ano 2020, beneficiou do apoio da Universidade do Porto, cresceu, passou as fases todas e agora está lançada. É isto que nós procuramos fazer, dando passos consistentes, apoiando as ideias que são boas e que permitem criar valor”, diz ainda o vice-reitor.

Também no mundo das “telco”, a inovação é crucial para que as empresas possam diferenciar-se e competir entre si. “Precisamos de inovar para proteger o nosso negócio, mas os resultados têm de ser sentidos pelas pessoas para terem impacto no mundo real”, afirma o diretor da NOS Inovação, João Ferreira.

Com uma equipa de 278 pessoas na área da inovação, a empresa é a que mais investe neste campo em Portugal, com os números oficiais a indicarem valores superiores a 80 milhões de euros por ano. Nos últimos dois anos, a NOS Inovação duplicou o número de parcerias com universidades e centros de investigação, uma estratégia que pretende “replicar também com as startups”.

Em 2024, alguns dos pedidos de patentes apresentados pela NOS Inovação foram nos domínios de cibersegurança, conteúdos, fake news, metaverso, acessibilidade, etc. “Temos dado uma atenção especial à voz e à maneira como pode usar sistemas de Inteligência Artificial para detetar, por exemplo, chamadas fraudulentas”, explica João Ferreira.

Sublinhando que “a igualdade de género nas tecnologias é uma preocupação”, João Ferreira adianta que “praticamente todos os pedidos de patentes da NOS Inovação apresentaram mulheres como inventoras”. O critério também está a ser seguido pela Universidade do Porto. Segundo Pedro Rodrigues, “há mais pedidos apresentados por investigadoras mulheres, razão pela qual estamos a pensar em fazer algo específico para ser liderado apenas por mulheres”.

No Patent Index 2024, Portugal e Espanha são os dois países onde as mulheres inventoras mais se destacam ao nível dos pedidos de patentes. Uma realidade que, para Sandro Mendonça, “é reveladora dos estereótipos com que, às vezes, se olha para o Sul da Europa. Podemos estar ainda aquém do ideal, mas há um caminho que foi, e está, a ser feito”.

4 passos para registar uma patente

Uma patente é uma forma de proteger uma invenção, garantindo a preservação das características técnicas de um produto ou de um processo produtivo e a exclusividade do seu rendimento por um período de 20 anos, evitando que terceiros os produzam ou vendam sem permissão

1 – Pesquisar, pesquisar, pesquisar. Uma patente tem mesmo de ser inovadora no mundo inteiro. Nada deve ser divulgado (em feiras, exposições), se não perde-se a novidade – e a patente. Se o inventor precisar de fazer uma apresentação para arranjar financiamento, deve fazer um pedido provisório para se proteger.

2 – Apresentar o pedido e cumprir as formalidades técnicas. A invenção tem de ser muito bem descrita, com textos e desenhos. Pode iniciar-se o processo com uma patente provisória antes do certificado definitivo, que chega a demorar cerca de três anos.

3 – Internacionalizar. Uma patente registada apenas em Portugal tem pouco valor.

4 – Vigiar, para evitar cópias no mercado. O prazo de vida da patente é de 20 anos, garantindo a exclusividade na produção de um produto ou serviço.

Palavras-chave: