“Sabemos que o contexto político é bastante adverso e não posso deixar de lamentar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tenha contribuído, de alguma forma, para toda a instabilidade política que temos vivido, para que a descrença das pessoas se tenha transformado num voto de protesto ao invés de um voto de confiança nas forças políticas do espetro democrático”, observou Inês Sousa Real.

A deputada reeleita assegurou, todavia, que tem “a certeza absoluta, caso o país vá novamente a eleições, que os portugueses vão a olhar para aquilo que possam ser soluções construtivas na Assembleia da República e não por forças populistas não democráticas”.

Inês Sousa Real comentava os resultados eleitorais no quartel-general do partido para a noite eleitoral, na sala do Rei, na Estação Ferroviária do Rossio, em Lisboa.

“Marcelo Rebelo de Sousa tem repetidamente levado o país para ciclos eleitorais. Já é o segundo mandato que temos interrompido por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, mesmo perante o perigo de estendermos a passadeira à extrema-direita no nosso país”, alertou.

Inês Sousa Real recordou ainda a suposta confusão entre o nome da Aliança Democrática (AD) e o Alternativa Democrática Nacional (ADN) nos boletins de voto, dizendo que o partido de Bruno Fialho cresceu, apesar de não ter conseguido eleger qualquer deputado. O ADN obteve, segundo dados do Ministério da Administração Interna, 100.044 votos (1,63 %).

“Não podemos em democracia andar a brincar com vida das pessoas. Os portugueses estão a passar muitas dificuldades, veem o custo de vida a aumentar, veem também a ficar para trás o seu direito e acesso à habitação, o direito à educação, à saúde, aos transportes públicos. Temos fundos comunitários para investir no país que também não se coadunam com estes ciclos políticos e claramente houve uma instabilidade política para a qual Marcelo Rebelo de Sousa também contribuiu, que, em nosso entender, em nada ajuda para que possamos fazer as reformas estruturais que o país precisa”, lamentou a cabeça de lista do PAN por Lisboa.

“Não podemos deixar de ser críticos ao Presidente da República, porque não é pelo facto de a sua cor política agora ser a sua cor vencedora que temos, neste momento, uma estabilidade política. Não é esse o resultado desta noite eleitoral, ainda que a AD tenha vencido as eleições do ponto de vista matemático, não nos podemos esquecer que estamos perante um contexto muito fragilizado”, reforçou.

A líder do PAN indicou que ainda não é sabido se o presidente do PSD vai ceder “à tentação de dar a mão Chega”.

“Não podemos ter aqui claramente uma força política e uma coligação (…) que ponha em causa os direitos fundamentais no nosso país, como a igualdade”, afirmou, salientando que o Chega e a AD põem em causa os valores democráticos.

Inês Sousa Real deixou ainda críticas aos membros que abandonaram o partido, nomeadamente o antigo porta-voz André Silva, dizendo que houve “um oportunismo” nas desfiliações que “não se coadunam com colaborar com o partido”.

“Já ficou claro, este dia, que os portugueses respeitam o trabalho que o PAN fez, senão não nos tinham dado mais de 100 mil votos e não tínhamos crescido em todo o país”, acrescentou.

O PAN contabilizou nestas eleições legislativas 118.574 votos (1,93 %) contra os 88.127 (1,58%) registados em 2022, segundo os resultados provisórios. 

Depois de ter conseguido eleger André Silva em 2015, o PAN assegurou quatro lugares no parlamento em 2019, mas voltou a ter um único representante após as legislativas de 2022, mandato que manteve nas eleições de domingo.

 

JML // PC

Já passava da 1h30 da manhã quando foram contabilizados os votos da última freguesia portuguesa por apurar, Algueirão-Mem Martins, em Sintra, Lisboa, que confirmaram os resultados da noite: a Aliança Democrática é a força política mais votada, com 28,63% dos votos e 79 mandatos nas eleições legislativas.

O mapa do País pinta-se, agora, de formas diferentes com o Norte a ser dominado pela direita (além de Leiria), assim como os Açores e a Madeira, e o Centro até ao Sul pela esquerda. No distrito de Faro, o Chega foi o grande vencedor, conseguindo 27,19% dos votos.

Infografia de Manuela Tomé

“É minha expectativa fundada que o sr. Presidente da República, depois de ouvidas todas as forças políticas, me possa indigitar para formar Governo”, afirmou Luís Montenegro, no início da sua declaração à imprensa, no hotel em Lisboa onde a AD se concentrou.

Já o PS é o segundo partido mais votado, com 28,66%. No seu discurso após os resultados eleitorais, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do partido, reiterou que não votará qualquer moção de rejeição que seja apresentada no início da nova legislatura a um Governo minoritário da AD, porque não tem condições para apresentar um executivo alternativo. Contudo, em relação à possibilidade de viabilizar à AD o Orçamento do Estado para 2025, considerou esse cenário “praticamente impossível”, dizendo que o seu partido “está forte e unido”.

Pedro Nuno Santos esperou até à última, para reagir aos resultados eleitorais, destas legislativas antecipadas. Porém, numa invulgar curta declaração inicial, veio recusar alimentar esperanças socialistas de que o partido possa vir a ser Governo.

Prometeu liderar uma oposição à AD, ao mesmo tempo que pretende levar a cabo uma reforma dentro do PS, que traga novos dirigentes e permita voltar a “merecer a confiança” do País. Isto é, apesar de derrotado, o secretário-geral passou uma mensagem: se estava (e chegou a mostrá-lo timidamente) desconfortável com a herança de António Costa, durante a campanha, é agora a altura de se livrar dela. Tanto que, nas últimas palavras, no Hotel Altis, nenhuma foi para o anterior líder e ainda primeiro-ministro.

“Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS”, apontou Pedro Nuno, que não teve sequer na primeira fila Costa – que chegara ao quartel-general uma hora e meia antes.

Além disso, recusou apontar baterias ao Chega, tendo em conta a votação expressiva que este partido da extrema-direita obteve: “Não há 18,1% de portugueses racistas e xenófobos em Portugal. Mas há muitos portugueses descontentes. Queremos recuperar a confiança destes portugueses; mostrar-lhes que as respostas para os seus problemas não passam nem pelo Chega, nem pela AD”. “Trabalharemos no futuro para conseguir, e voltar a ter, connosco os descontentes com a política e os descontentes com o PS”, disse, frisando que “o PS nunca deixará a liderança da oposição para o Chega e para André Ventura”.

Pedro Nuno reconheceu derrota tendo ao seu lado Carlos César, presidente do partido, e João Torres, diretor de campanha

No fundo – mesmo não o tendo dito diretamente -, nem a alegada estratégia de Costa, aplicada em janeiro de 2022 contra Rui Rio, de esvaziar o peso político PSD à conta da visibilidade do Chega, é sequer para manter: “O tempo da tática na política acabou. Comigo não há tática”.

A essa hora, quando falou, o PS estava residualmente à frente da AD no número de votos (cerca de mais dois mil), mas com menos deputados (76 contra 79). Em comparação com janeiro de 2022, os socialistas tiveram menos 480 mil votos. Ainda faltam contar os votos das comunidades portuguesas no estrangeiro, que conseguem eleger quatro deputados, nos círculos da Europa e de Fora da Europa.

Pedro Nuno não quer (mesmo e nem por sombras) governar

Todavia, Pedro Nuno Santos defendeu que não valerá a pena aos socialistas fazerem contas para conseguirem formar uma maioria à esquerda, tendo em conta que uma eventual moção de rejeição apresentada pela direita seria o cenário mais provável com ele próprio iria ver-se confrontado. E também não se mostrou interessado em liderar um Executivo, mesmo que lhe seja pedido.

“Não podemos estar a manter o País em suspenso mais 15 dias, quando é quase impossível, ou improvável, que o resultado no ciclo das comunidades mude as coisas. Não vale a pena estarmos aqui a fazer de conta. Não há possibilidade de o PS apresentar uma alternativa (à AD)”, explicou.

Líder do PS mostrou-se indisponível para alimentar expetativas sobre contagem de votos nos círculos da Europa e Fora da Europa

Pedro Nuno não o disse, mas a sua intervenção foi de quem já prevê novas eleições, mas aí já com um PS formatado à sua maneira. “Vamos agora falar com os portugueses, vamos ouvir e perceber as suas razões [para terem votado como votaram]”, assumiu. Depois despediu-se de todos no Hotel Altis, de uma ponta à outra e até de dois socialistas que cochichavam no fundo da sala – um deles com a mão sobre a boca: Pedro Costa, filho de António Costa, e Frederico Francisco, secretário de Estado das Infraestruturas, que está sob a alçada do primeiro-ministro.

Palavras-chave:

Face a estes resultados (escrevo, agora, às 01h05 de dia 11) em que ninguém obtém uma vitória clara – e o Chega até parece que ficou em primeiro lugar -, foi com alívio que Pedro Nuno Santos veio, apressadamente, reconhecer uma derrota que ainda não é certa: nestas condições, o PS não quer governar. O PS a governar com esta fragmentação política e parlamentar e um partido Chega a zumbir aos ouvidos de manhã à noite, não conseguirá fazer nada. Nestas condições especiais, qualquer governo, especialmente socialista, se desgastará em dois tempos. Por isso, o PS deixa passar um governo minoritário da AD mas, quando chegar à discussão do Orçamento do Estado, a AD terá de ir pedir batatinhas ao Chega. Pedro Nuno Santos foi suficientemente claro: “Nós não deixaremos a liderança da oposição ao Chega”.

Dir-se-ia que, daqui a 15 dias, se os resultados apurados nos círculos da emigração revertessem esta derrota, e Marcelo indigitasse Pedro Nuno Santos, este não aceitaria. Nada, na Constituição, o obriga a aceitar, aliás. E avançaria o segundo mais votado. Mas Luís Montenegro disse que não governaria se não ficasse em primeiro. Por sua vez, Marcelo deixou passar informações segundo as quais não indigitará nenhum primeiro-ministro que não tenha ido a eleições. E Pedro Nuno disse que o PS trabalhará, nos próximos meses, para recuperar a confiança dos portugueses…

Só faltou a André Ventura ameaçar que vai enfiar uns tantos no Campo Pequeno…

A conclusão é a seguinte: Pedro Nuno acha que teve pouco tempo para se dar a conhecer ao eleitorado. E aposta tudo em novas eleições, no prazo máximo de um ano. Ou isso, ou – se não agora, mais tarde – o PSD vai mesmo ter de “casar” com o Chega. Ou deixar-se devorar por ele.

Talvez por tudo isto, na sua declaração de vitória, Luís Montenegro parecia estar a viver o seu segundo “momento-Madeira”. E foi com o ar de um mártir que cumpre o seu destino que, na primeira resposta aos jornalistas, fez a declaração mais importante da noite: repetiu que só tem uma palavra, no cumprimento de dois compromissos eleitorais: não governará se não ficar em primeiro. E não fará acordos com o Chega.

PS – O discurso de André Ventura tem lá todos os sinais de um líder autoritário e de alguém que não sabe ganhar. É um discurso de rufia, infantil, revanchista, vingativo, malicioso, prepotente e eloquente na demonstração da sua falta de estatura de homem de Estado. Faltou-lhe só dizer que, na primeira oportunidade, vai enfiar uns tantos no Campo Pequeno.

“Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar, não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação. Portanto, cabe aos outros assumirem”, disse Rui Rocha em reação aos resultados das eleições legislativas de domingo, na Estufa em Monsanto, distrito de Lisboa, onde decorreu a noite eleitoral da IL.

O dirigente liberal, que tinha ao seu lado no palco onde discursou o antigo líder da IL, João Cotrim de Figueiredo, frisou que o partido político contribuirá para uma solução, “naturalmente excluindo” as opções que sempre excluiram, referindo-se ao Chega.

Durante a campanha eleitoral, Rui Rocha deixou claro desde o início que nunca fará entendimentos com o partido de André Ventura.

“Estaremos cá para assumir as nossas responsabilidades, para contribuir para as soluções, para tornar Portugal um país mais próspero. Aguardemos os próximos dias”, vincou o líder da IL.

SVF // PC

Foi com a voz embargada pela emoção que André Ventura fez a sua declaração de vitória. Durante quase 15 minutos, o presidente do Chega atirou aos críticos e “apertou” Luís Montenegro, desafiando o líder do PSD a aceitar um Governo de coligação contando com o partido radical populista como parceiro. “Só um líder e um partido muito irresponsável deixará o PS governar, quando temos na nossa mão a oportunidade de ter um Governo de mudança em Portugal”, afirmou.

Numa noite em que o Chega somou 1 milhão e 100 mil votos – conseguindo eleger 48 deputados –, André Ventura começou por decretar o fim do “bipartidarismo em Portugal”. Aliança Democrática (AD) e PS ainda disputam taco-a-taco a vitória nas eleições (faltam os quatro deputados do estrangeiro), o presidente do Chega afirmou que “a história já fez a sua escolha”, dando ao Chega a vitória nesta noite eleitoral.

Enlevado pela vitória, André Ventura apontou ao futuro, mas também… ao passado. Aproveitou o momento para “disparar” contra o Presidente da República, os partidos da esquerda, os jornalistas, as empresas de sondagens e ainda… o 25 de Abril. “Hoje começou a mudança que o País precisava há 50 anos”, sublinhou.

“Esta é uma vitória que tem de ser ouvida no Palácio de Belém, onde um Presidente da República procurou, à última hora, condicionar o voto dos portugueses”, disse, referindo-se a uma notícia avançada pelo semanário Expresso, na passada sexta-feira, que garantia que Marcelo Rebelo de Sousa não aceitaria um primeiro-ministro que substitua o atual líder do PSD, Luís Montenegro, e que apresentasse uma maioria de direita com o Chega. “O bom povo português sabia o que queria, não se deixou condicionar, e disse ao Palácio de Belém que quem escolhe o Governo são os portugueses”, declarou.

Mantendo a toada de vitimização, André Ventura alegou que o Chega “é o partido mais perseguido em toda a história da democracia portuguesa”, aproveitando para “atirar” aos jornalistas e comentadores: “Espero que engulam muitas das coisas que disseram ao longo dos últimos anos”. “Os portugueses querem futuro e votaram no único partido que lhes garante esse futuro. Trinta e três anos depois, o País deixa de ser de apenas dois partidos [numa referência ao momento em que o PRD implodiu]. E há um distrito inteiro, o Algarve, onde o Chega venceu”, numa referência aos resultados alcançados no círculo de Faro. “Quero que o País tire as conclusões daqueles que tentaram boicotar e prejudicar o partido”, acrescentou.

O entusiasmo crescente, levou o presidente do Chega a censurar as sondagens. “Espero que muito diretores das empresas de sondagens hoje se demitam”, disse, criticando os estudos que davam conta de “uma quebra” nas intenções de voto no partido na última semana da campanha eleitoral.

André Ventura quer governar: “Está escrito nas estrelas”

André Ventura atirou à extrema-esquerda que, diz, “sequestrou” redações, instituições e estabelecimentos de ensino desde o 25 de Abril. O presidente do Chega passou pelas bandeiras do partido – a alegada “ideologia de género” nas escolas continua a levar plateias ao êxtase. A principal mensagem, porém, acabou mesmo por ser dirigida a… Luís Montenegro. “O PS perdeu. O PSD, coligado com o CDS, fica um pouco acima do resultado alcançado por Rui Rio. O Chega quadruplicou os resultados eleitorais”, concluiu.

“O Chega pediu para se tornar a peça central do sistema político português e alcançou esse objetivo. Este país precisa de um futuro na luta contra a corrupção, contra as pensões miseráveis, os salários baixos, um País de futuro para os jovens (…) Encetaremos todos os esforços possíveis para encontrarmos um Governo alternativo ao PS. O nosso mandato é para governar Portugal nos próximos quatro anos. Só um líder e um partido muito irresponsável deixará o PS governar quando temos na nossa mão a oportunidade de termos um Governo de mudança”, disse André Ventura.

O apelo ao entendimento com o PSD – efusivamente saudado pela sala –, terminou com uma nova “certeza”: “Está escrito nas estrelas! Este foi o último degrau, o ultíssimo degrau… Esta enorme força nacional, não sei se daqui a seis meses, se daqui a um ano ou se daqui a dois, vai mesmo vencer as eleições”, concluiu aquele que, de facto, ficará na memória como o grande vencedor das legislativas de 10 de março de 2024.

“É minha expectativa fundada que o sr. Presidente da República, depois de ouvidas todas as forças políticas, me possa indigitar para formar Governo”, afirmou Luís Montenegro, no início da sua declaração à imprensa, no hotel em Lisboa onde a AD (coligação PSD/CDS_PP/PPM) se concentrou na noite eleitoral.

SMA // JPS

A bolsa de Tóquio abriu hoje em baixa, com o principal índice, o Nikkei, a cair 2,4%, para 38.736,53 pontos.

O segundo indicador, o Topix, perdeu 2,02% para 2.671,65 pontos, no início da sessão.

O índice Nikkei reflete a média não ponderada dos 225 principais valores da bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas.

EJ // VQ

Palavras-chave:

“O povo disse que a direita tem de governar e pediu à direita para governar. O nosso mandato, portuguesas e portugueses, é para governar Portugal nos próximos quatro anos”, afirmou André Ventura.

O líder do partido discursava no hotel que o Chega escolheu para acompanhar a noite eleitoral, depois de conhecidos os resultados provisórios que dão mais de um milhão e 100 mil votos ao Chega e pelo menos 46 deputados.

O líder do Chega disse que fará “todo o esforço possível para ter um governo alternativo ao PS nos próximos anos” porque Portugal não pode “ter mais quatro anos de socialismo”.

André Ventura afirmou também que sai destas eleições legislativas uma “maioria clara” entre o Chega e o PSD.

“Não é o que quereríamos, mas é o que o país tem neste momento. Só um líder e um partido muito irresponsável deixarão o PS governar quando temos na nossa mão a possibilidade de fazer um governo de mudança”, defendeu.

 

FM // PC

Palavras-chave:

“A zona de interesse”, inspirado no romance homónimo do escritor britânico Martin Amis, aborda o Holocausto através da banalidade da vida quotidiana da família de Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz durante a II Guerra Mundial, sem esconder os sons que vêm do campo de extermínio nazi, mesmo ao lado.

Jonathan Glazer lembrou as vítimas do ataque do Hamas, ocorrido em território isrealita em 07 de outubro passado, e também as vítimas da retaliação de Israel sobre a Faixa de Gaza.

O realizador dedicou o Óscar a Alexandria, uma mulher de 90 anos que tinha feito parte da resistência polaca à ocupação nazi, que conheceu durante as filmagens. Alexandria tinha 12 anos, quando aderiu à resistência. Glazer lembrou a sua coragem.

“A zona de interesse”, uma produção independente britânica, competia com “Eu, Capitão”, de Matteo Garrone, de Itália, “Dias perfeitos”, do realizador alemão Wim Wenders, candidato pelo Japão, “A sociedade da neve”, de J. A. Bayona, de Espanha, e “A sala de professores”, de Ilker Çatak, da Alemanha.

“Oppenheimer”, que lidera as nomeações, conquistou o primeiro Óscar da noite, através de Robert Downey Jr., distinguido como Melhor Ator Secundário.

Estavam também nomeados nesta categoria Sterling K Brown, por “American fiction”, Robert De Niro, por “Assassinos da lua das flores”, Ryan Gosling, por “Barbie”, e Mark Ruffalo, por “Pobres Criaturas”.

O segundo Óscar para o filme de Christopher Nolan foi o de Melhor Montagem, que competia com “Pobres criaturas”, “Anatomia de uma queda”, “Os excluídos” e “Assassinos da lua das flores”.

“Pobres criaturas”, do realizador grego Yorgos Lanthimos, nomeado para 11 Óscares, soma já três estatuetas: Melhor Design de Produção, Melhor Caracterização e Melhor Guarda-Roupa.

Nestas diferentes categorias, o filme que conta com um fado interpretado por Carminho superou favoritos como “Barbie”, “Oppenheimer”, “Assassinos da lua das flores”, “Napoleão”, “Golda”, “Maestro” e “A sociedade da neve”.

O Óscar de Melhores Efeitos Visuais foi para “Godzilla Minus One”, vencendo sobre “Napoleão”, “The Creator”, “Guardiões da Galáxia Vol. 3” e “Missão Impossível – Ajuste de Contas: Parte Um”.

Os Óscares celebram esta noite a 96.ª edição, no Dolby Theatre, em Los Angeles, numa cerimónia em que “Oppenheimer” é o mais nomeado dos filmes, com 13 nomeações, seguindo-se “Pobres criaturas”, com 11.

Com dez nomeações figura “Assassinos da lua das flores”, de Martin Scorsese, e “Barbie”, de Greta Gerwig, soma oito nomeações.

Os dez candidatos ao Óscar de Melhor Filme são “American Fiction”, “Anatomia de uma queda”, “Barbie”, “Os excluídos”, “Assassinos da lua das flores”, “Maestro”, “Oppenheimer”, “Vidas passadas”, “Pobres criaturas” e “Zona de interesse”.

ARYG/MAG (SS) // MAG