“Irei defender outro clube com toda a certeza, porque, como tenho dito, tenho contrato com o Sporting de Braga até 2025. Cada dia que passa, mais próximo estarei da minha saída, porque é o final de contrato”, assumiu Artur Jorge.

Aos jornalistas, o treinador defendeu que “também fruto daquilo que tem sido o trabalho feito, daquilo que têm sido as conquistas” alcançadas, “seguramente” e “com toda a certeza [terá] a oportunidade para poder trabalhar noutros clubes”.

“Quando essa oportunidade surgir, cá estaremos para poder então fazer o mesmo de sempre: dar o melhor, ter a ambição e continuar a ganhar”, completou.

Artur Jorge falava aos jornalistas à margem do Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), onde participou com Paulo Sousa e José Luís Mendes no painel sobre “Treino em contexto de alto rendimento”.

Questionado sobre se o futuro será em Portugal ou fora, Artur Jorge admitiu não saber, mas mostrou-se disponível para as duas possibilidades, apesar de, atualmente, o foco ser o Sporting de Braga, que ocupa o quarto lugar da I Liga de futebol.

“Neste momento, estou extremamente satisfeito, muito contente por continuar a servir o Sporting de Braga e é nesse sentido que eu até 2025 olho para o meu futuro imediato”, reforçou.

Quanto à atual ambição, é “muito clara, a de continuar a ajudar o Sporting de Braga a ganhar” como tem ganho.

Aos jornalistas falou ainda no percurso dentro do Sporting de Braga, como jogador e como treinador, e reconheceu que chegou ao patamar máximo, porque o clube acreditou nele.

Artur Jorge defendeu que “persistência, competência e aquilo que é o autoconhecimento” serão “sempre fatores determinantes para os treinadores” progredirem ou “tentarem estar num patamar mais alto”.

O Fórum da ANTF termina hoje em Viseu, cidade europeia do Desporto em 2024, e conta com a presença de mais de 1.100 treinadores de futebol e futsal, sendo o “mais participativo de sempre”, disse à agência Lusa o presidente, José Pereira.

IYN // AMG

 

Na cerimónia de atribuição da Medalha de Mérito Cultural – que decorreu esta tarde nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro precisamente no dia em que Herman José faz 70 anos e que terminou com um bolo e os parabéns – António Costa considerou que “não por acaso” se celebra os 50 anos de carreira do humorista na mesma altura em que também a democracia portuguesa comemora o mesmo meio século de vida.

“O Governo português presta-lhe esta pública homenagem, concedendo-lhe a Medalha de Mérito Cultural, em reconhecimento do inestimável trabalho de uma vida dedicada à televisão e às artes do espetáculo, à rádio e, em especial, pelo seu trabalho pioneiro como humorista incondicionalmente comprometido com a liberdade”, enalteceu António Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, Herman José “iniciou a sua carreira de ator precisamente poucos meses depois do 25 de abril de 1974” num espetáculo de revista chamado “Uma no cravo, outra na ditadura”.

Costa recordou os programas da sua autoria como o Tal Canal e Hermanias, que representaram uma “mudança histórica” e “revolucionária no tipo de humor” que se fazia em Portugal, considerando que Herman inventou “verdadeiramente o humor moderno em Portugal”.

“Com Herman José a nossa democracia saiu da televisão a preto e branco, ganhou cor, riu, riu-se e fez-nos rir. Com Herman, crescemos em democracia e a democracia cresceu na sua liberdade”, enfatizou.

Segundo o primeiro-ministro, “a absoluta liberdade” que Herman José levava ao horário nobre na televisão do Estado, quando ainda não havia televisões privadas, era “um verdadeiro teste da maturidade para uma democracia ainda jovem”.

“O humor é vital para qualquer sociedade democrática porque põe à prova a liberdade de expressão nessa sociedade. Com Herman José aprendemos que, mesmo em democracia, fazer humor é por vezes, um ato de coragem”, recordou, referindo-se ao programa Humor de Perdição que foi “abruptamente suspenso” pela RTP por causa de uma rubrica com entrevistas históricas.

Costa lembrou ainda que, anos mais tarde, um sketch sobre a Última Ceia “desencadeou um abaixo-assinado de protesto com 250 mil assinaturas que só não teve consequências porque desta vez a direção da RTP resistiu”.

“A sucessão de programas televisivos de que é autor desde a década de 1980, até aos nossos dias, quase sem interrupção, faz de Herman José um caso singular de longevidade televisiva”, enalteceu.

Neste momento do discurso, e arrancando risos da pequena plateia que assistiu ao momento intimista, o primeiro-ministro ainda em funções recordou personagens de Herman José cujas “frases e expressões, repetidas de episódio para episódio, entraram na fala do dia-a-dia dos portugueses”, citando alguma delas como “Não havia necessidade”, da personagem Diácono Remédios, ou “Este homem não é do Norte” e ainda “Onde é que estavas no 25 de Abril?”.

JF // JPS

O treinador, de 52 anos, deixa o clube minhoto no oitavo lugar do campeonato, com 28 pontos, numa temporada em que alcançou apenas sete vitórias, nos 28 jogos realizados.

Esta foi a segunda passagem de João Pedro Sousa pelo clube famalicense. O técnico treinou o Famalicão nas épocas de 2019/20 e 2020/21, tendo depois orientando o Boavista e os sauditas do Al Raed, regressando aos famalicenses em 2022/23.

“A SAD do Futebol Clube de Famalicão agradece o empenho e profissionalismo que o treinador sempre empregou ao serviço desta instituição e enaltece o indesmentível contributo para a consolidação do nosso clube no futebol português”, pode ler-se no comunicado colocado pelo clube na internet.

Na nota, o Famalicão enalteceu ainda o trabalho feito pelo técnico ao longo dos anos no clube.

“Foi sob o comando técnico do treinador João Pedro Sousa que o Futebol Clube de Famalicão obteve a melhor classificação (6.º lugar) e a melhor pontuação (54 pontos) de sempre na I Liga. O treinador tem ainda o nome inscrito na história do nosso clube, sendo o técnico com mais jogos na liderança técnica do Futebol Clube de Famalicão”, pode ler-se ainda.

JYA // VR

Palavras-chave:

“Ao longo de 2023 a Azores Airlines registou resultados líquidos positivos durante cinco meses consecutivos, tendo o resultado líquido de 2023 apresentado uma melhoria de 8,1 milhões de euros face a 2022, apesar de impactado por custos de reestruturação e por custos financeiros decorrentes de dívida contraída maioritariamente em anos anteriores”, informou o grupo aéreo, sem avançar o resultado líquido das companhias aéreas.

Tendo em conta que, no ano passado as companhias aéreas do grupo – Azores Airlines e Air Açores – comunicaram resultados líquidos negativos de 32,4 e 2,5 milhões de euros, respetivamente, foi possível perceber que o prejuízo da Azores Airlines foi de 24,3 milhões de euros em 2023.

No comunicado enviado hoje à comunicação social, refere-se que, relativamente à SATA Air Açores, “o resultado líquido do exercício foi fortemente condicionado pelos custos financeiros líquidos (8,6 milhões de euros) e pelos custos de reestruturação (1,6 milhões de euros)”.

O grupo realçou ainda que a SATA Air Açores reembolsou antecipadamente, em 20 de setembro de 2023, a totalidade do empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros, emitido em dezembro de 2022, cujo contributo para os gastos financeiros de 2023 ascendeu a cerca de seis milhões de euros, sendo estimada uma poupança total de 18 milhões de euros até 2026.

O documento destacou também que, no ano passado, a Azores Airlines e a SATA Air Açores atingiram 2,4 milhões de passageiros transportados e mais de 28.400 voos, enquanto as receitas ultrapassaram os 395 milhões de euros.

No caso da Azores Airlines, foi, pelo segundo ano consecutivo, o seu melhor ano de sempre em termos de passageiros transportados, com 1.445 mil passageiros (+33% face a 2022), alcançando 285,8 milhões de euros de receitas (+35% vs 2022).

Já o resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 21,6 milhões de euros, quatro vezes superior ao de 2022.

Por sua vez, a SATA Air Açores alcançou o melhor ano de sempre em termos de receitas, ascendendo a 109,5 milhões de euros e um EBITDA de 11,4 milhões de euros.

A companhia realizou mais 1.423 voos inter-ilhas do que em 2022, num total de 18.737 voos e o número de passageiros transportados situou-se nos 952.000, o que representou um crescimento de 14% (+114 mil passageiros) em comparação com o ano anterior.

MPE // EA

“O que realmente importa e o que nos choca é que a decisão ainda não foi adotada. Estamos a aproximar-nos do final de março e as discussões continuam”, afirmou Dmytro Kuleba, num ‘briefing’ ‘online’ para a imprensa estrangeira em Kiev.

O chefe da diplomacia da Ucrânia referia-se a um pacote de ajuda militar calculado em cerca de 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros), que se encontra bloqueado há meses pela ala radical do Partido Republicano na Câmara dos Representantes em ano eleitoral dos Estados Unidos e quando a Ucrânia tenta conter os avanços de um Exército russo superior soldados e armas e munições.

Dmytro Kuleba estimou que “a ajuda americana chegará” no final, referindo que se trata de uma questão de “confiança na capacidade dos Estados Unidos para apoiar países que respeitam as mesmas regras e princípios que defendem em todo o mundo”.

O ministro disse que Kiev não descarta a ideia avançada pelo candidato republicano a um regresso à Casa Branca, Donald Trump, nas de que a ajuda norte-americana seja convertida em empréstimos em vez de donativos, mas quer conhecer pormenores.

Estas declarações surgem um dia depois de uma visita a Kiev de um aliado de Trump, o senador republicano Lindsey Graham, que apoia a proposta do antigo Presidente americano de conceder ajuda à Ucrânia sob a forma de empréstimos a juros zero.

No seu ‘briefing’ de hoje em Kiev, o ministro ucraniano voltou a alertar que “não tem dúvidas” de que a Rússia lançará um ataque contra outro país se triunfar na Ucrânia, razão pela qual apelou aos aliados para traduzirem mensagens de apoio político num maior envio de armas, uma vez que considera estar em jogo a estabilidade internacional.

Kuleba alertou que o Presidente russo, Vladimir Putin, que acaba de ser eleito para um quinto mandato até 2030, é guiado apenas “pela lógica e pela ambição expansionistas”, e, se for bem-sucedido na invasão que lançou na Ucrânia em fevereiro de 2022, atacará outros países europeus ou da Ásia Central.

“Ele quer restaurar a influência da União Soviética e do império russo, à custa do “Direito Internacional, fronteiras e regras”, acrescentou.

Na esfera diplomática, Kiev tem esperanças depositadas numa cimeira de paz a decorrer na Suíça, sem data ainda, porque, segundo Kuleba, estão a ser sincronizadas datas com as agendas dos líderes convidados, referindo que a situação na frente de combate “continua tensa”.

O chefe da diplomacia ucraniana destacou que as táticas de guerra russas são “brutais” e que as forças de Moscovo têm “vantagem nos céus”, razão pela qual a Ucrânia exige “mais e mais rápida ajuda militar” dos seus parceiros: “Recebemos muito apoio da Europa e dos Estados Unidos, mas na frente não vemos muitas armas”, lamentou.

Entre as prioridades estão sistemas de defesa aérea e mísseis de maior alcance para poder atacar eficazmente as instalações e postos de comando russos localizados nos territórios ocupados.

Kuleba também se referiu a “drones’, “os novos heróis da guerra” que “nunca serão suficientes”, apesar de a Ucrânia planear produzir mais de um milhão de dispositivos não tripulados só este ano, depois de ter criado um ramo nas forças armadas só para a gestão e uso destes engenhos.

O ministro ucraniano recorreu igualmente a um argumento de “matemática muito simples”, no sentido de que “seja qual for o preço de ajudar a Ucrânia, o preço de travar uma a guerra direta [com a Rússia] será muito, muito maior”.

Observou ainda que os parceiros europeus tomaram a iniciativa de aumentar “significativamente” tanto a sua própria produção militar como as aquisições de armas de países terceiros para ajudar a Ucrânia e “cobrir a lacuna” deixada pelo debate político nos Estados Unidos.

HB // APN

Palavras-chave:

Dirigindo-se ao Senado italiano (câmara alta do parlamento), num debate sobre o Conselho Europeu que se celebra esta semana em Bruxelas, e que tem o apoio à Ucrânia entre os principais pontos em agenda, Meloni defendeu uma “cooperação global” com Kiev e, um dia depois de polémicas declarações do seu parceiro de coligação Matteo Salvini a saudar a reeleição de Vladimir Putin, considerou que as eleições presidenciais na Rússia foram “uma farsa” e garantiu que “o sacrifício” do opositor russo Alexei Navalny “não será esquecido”.

Relativamente à “proposta apresentada pela França sobre uma possível intervenção direta”, Giorgia Meloni disse que a posição do Governo italiano “não é favorável a esta hipótese”, acrescentado tratar-se de um “prenúncio de uma escalada perigosa que deve ser evitada a todo o custo”.

A chefe de Governo reiterou, contudo, o apoio de Itália à Ucrânia, assinalando que “não se trata de um compromisso de fornecimento de armas, mas de um entendimento que diz respeito a uma cooperação global, como é natural com um Estado que iniciou o processo de adesão à União Europeia (UE)”.

Depois de, na véspera, o seu vice-primeiro-ministro Matteo Salvini (líder da Liga, partido populista de extrema-direita que integra a coligação governamental) ter causado polémica e mal-estar no seio do Governo ao saudar a reeleição de Putin no passado domingo — levando o líder da outra força da coligação, Antonio Tajani (Força Itália), a lembrar que cabe a si, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, a condução da política externa italiana -, Meloni hoje teceu duras críticas ao regime russo, considerando as eleições “uma farsa”.

“Reiteramos a nossa condenação das eleições fictícias realizadas nos territórios ucranianos e dos acontecimentos que levaram à morte de Alexei Navalny na prisão. O seu nome, enquanto símbolo de sacrifício em nome da liberdade, não será esquecido”, disse.

Relativamente a possíveis negociações de paz com Moscovo, Meloni lançou uma questão ao hemiciclo: “Como é que se pode sentar à mesa das negociações com quem nunca respeitou os acordos?”.

Por fim, a primeira-ministra italiana saudou “a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO”, advertiu contra qualquer atitude agressiva por parte da Rússia em relação a estes dois países, bem como em relação aos países bálticos, e defendeu que a UE deve dotar-se de “um financiamento adequado para a defesa, uma vez que a liberdade tem um preço”.

“O que precisamos é de uma NATO com duas colunas de igual peso, uma americana e outra europeia”, concluiu.

ACC // SCA

De acordo com Alfredo Biaguê, vários professores ligados ao Sindeprof (Sindicato Democrático dos Professores) não aderiram à greve “por medo de represálias” do Governo.

“Nas outras greves decretadas, os nossos associados foram cortados no salário, por isso muitos estão com medo dessa medida”, observou o dirigente.

O Sindeprof e a Frenaprof (Frente Nacional dos Professores e Educadores) são os sindicatos de docentes filiados na Frente Social, em representação do setor da Educação enquanto o Sinetsa (Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins) e a Sinquasa (Sindicato de Quadros da Saúde) representam o setor da Saúde.

A Lusa constatou, em Bissau, que praticamente todas as escolas públicas se encontram em funcionamento hoje, uma situação confirmada pelo presidente do Sindeprof.

Alfredo Biaguê observou que “alguns professores aderiram à greve”, mas admitiu que “muitos estão a dar aulas”.

“É o medo que está a funcionar”, declarou Biaguê.

A paralisação laboral é mais notória no setor da Saúde, nomeadamente no Simão Mendes, principal hospital da Guiné-Bissau, onde os técnicos prestam apenas os serviços mínimos.

No caderno reivindicativo da Frente Social constam, entre outros pontos, o pagamento de dez meses de salário em atraso aos professores e técnicos de saúde, a efetivação de novos quadros contratados pelo Governo para os dois setores, a adoção de um novo currículo escolar, bem como a melhoria de condições laborais.

Alfredo Biaguê notou que além destes pontos, o setor da Educação reivindica a reposição de subsídio aprovado pelo parlamento, mas eliminado pelo Governo, referente à carga horária dos professores.

O sindicalista afirmou que o Governo decidiu “de forma unilateral” substituir a carga horária por “subsídio de giz”.

“Uma coisa não tem nada a ver com outra”, sublinhou Alfredo Biaguê.

MB // JMC

Lusa/Fim 

O acórdão do Tribunal Constitucional (TC), conhecido hoje, argumenta que qualquer decisão tomada neste momento “seria inútil”, uma vez que as eleições legislativas já tiveram lugar no dia 10 de março.

Em causa está uma deliberação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que instou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a retirar das redes sociais referências a medidas na área da habitação, considerando tratar-se de “publicidade institucional proibida”, numa altura em que ainda decorria a campanha eleitoral.

“Se o Tribunal decidisse pela ilegalidade da deliberação nesta parte, isso não teria por consequência a imperiosidade da recolocação da informação nas ditas plataformas / redes sociais, posto que no momento em que se decide já nada impede o município e o seu presidente de o promoverem, visto que o ato eleitoral já decorreu e nada há mais a assegurar nos termos da deliberação”, pode ler-se no texto do acórdão do TC.

Por outro lado, acrescenta o acórdão, “se o Tribunal Constitucional decidisse pela legalidade da deliberação da CNE, tão-pouco isso teria quaisquer consequências, porque no momento da decisão a mesma sempre já haveria caducado nesta parte, uma vez que a ordem nela contida não tem eficácia além do período eleitoral”.

A agência Lusa questionou hoje à tarde a Câmara de Lisboa sobre esta decisão do TC, mas ainda não obteve resposta.

O recurso da Câmara Municipal de Lisboa foi entregue no TC em 06 de março, mas a distribuição interna do processo só ocorreu no dia 12 de março, já depois do ato eleitoral.

Por duas ocasiões, a CNE deliberou instar a Câmara Municipal a retirar/remover conteúdo considerado “proibido” durante a campanha eleitoral, na sequência de queixas feitas por cidadãos.

Numa das ocasiões, a Câmara Municipal de Lisboa foi acusada de publicidade institucional ao colocar cartazes relativos às medidas implementadas pelo município na área da habitação, relativamente ao apoio às rendas e à reabilitação de fogos devolutos.

Posteriormente, Carlos Moedas foi instado pela CNE a retirar publicações que tinham sido feitas nas suas redes sociais sobre o projeto político da Aliança Democrática (AD) e nas redes sociais do município sobre medidas na área da habitação.

Na perspetiva da autarquia, os cartazes em causa são “um ato de prestação de contas, transparência e informação para com os munícipes, numa área fundamental e reconhecidamente tão difícil como é o acesso à habitação na cidade de Lisboa”, considerando que não está abrangida pela proibição constante da legislação relativa à realização de campanha eleitoral.

FAC (RCS/SSM/ARL) // MCL

Antoinette Sayeh, que participou num debate sobre a diversificação económica promovido pela Universidade Católica de Angola (UCAN), disse que há dois tipos de políticas para promover a diversificação económica — horizontais e verticais — e que Angola pode aprender lições de outros países altamente dependentes do petróleo.

Entre estes apontou a Malásia e destacou os efeitos benéficos das políticas horizontais, entre as quais políticas de estabilidade macroeconómica, desenvolvimento do capital humano e redução da burocracia que criam um ambiente favorável ao investimento.

Já no caso das políticas verticais que incluem, por exemplo, parcerias público-privadas, zonas económicas especiais ou incentivos fiscais, com medidas desenhadas para setores específicos, o FMI recomenda uma avaliação cuidadosa, medindo os prós e os contras e a eficácia face às deficiências no mercado que se pretende colmatar.

No caso dos incentivos fiscais, avisou que estes nem sempre são necessários e podem não se justificar num país com falta de receitas fiscais, além de serem subjetivos e mais suscetíveis à corrupção.

“Por isso, devem ser implementados de forma muito transparente”, recomendou a economista liberiana que foi também ministra das Finanças do seu país.

Quanto à diversificação económica, “é preciso pensar no longo prazo, porque não acontece de um dia para o outro”, e este é um dos aspetos em que “Angola precisa de refletir”, sublinhou Antoinette Sayeh.

Já para o economista e diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica da UCAN, Alves da Rocha, é preciso abandonar a “visão extremamente económica e redutora” da diversificação económica, que deve ser encarada nos seus aspetos antropológicos e sociológicos

Alves da Rocha – que lamentou a ausência do ministro do Planeamento, Vitor Hugo Guilherme, no debate para o qual tinha sido convidado – realçou que a diversificação em Angola “não está a acontecer”, acrescentando que o Estado continua a ter muitos vetores que obstaculizam a livre iniciativa, nomeadamente a burocracia.

Por outro lado, Antoinette Sayeh reconheceu os esforços das autoridades angolanas em termos macroeconómico, realçando que se “começou a fazer um caminho”, defendendo a continuação das reformas.

Para o economista Precioso Domingos, outro dos membros do painel, a diversificação demora ainda mais tempo quando é levada por “más ideias”, embora concorde que a estabilidade macroeconómica é um dos pontos de partida.

O também consultor observou que a economia angolana não cresce desde 2014 e destacou que o país não é livre em termos económicos.

“O facto de as empresas privadas serem autorizadas a operar não significa que estamos numa economia de mercado. Não é possível ter um planificador central que pensa por todos nós e vai escolher os setores de atuação”, criticou, acrescentando que, ao contrário do que acontece noutros países, “(em Angola) os ministros não vão a debates, é de lamentar”.

 

RCR // ANP

Palavras-chave:

Numa declaração conjunta hoje divulgada pela Amnistia Internacional, as ONG alertam que os 2,3 milhões de palestinianos de Gaza que sobrevivem em estado de catástrofe “não resistirão apenas com o lançamento aéreo de ajuda humanitária ou com a sua chegada por via marítima”.

Por si só, “estas não são alternativas suficientes se não se considerar também a via terrestre”, defendem as organizações humanitárias, considerando “fundamental assegurar o acesso seguro e sem obstáculos de bens essenciais a partir dos pontos de passagem terrestres”.

As ONG lembram que enquanto um grupo de cinco camiões pode carregar cerca de 100 toneladas de bens essenciais, cada um dos lançamentos aéreos pode apenas dispensar algumas toneladas de ajuda.

Por outro lado, as organizações mostram-se preocupadas quanto ao risco da distribuição aérea, uma vez que “já houve relatos de, pelo menos, cinco civis palestinianos mortos devido ao lançamento de grandes pacotes com bens essenciais na Faixa de Gaza”.

O alerta das ONG — entre as quais se incluem, além da Amnistia Internacional, a Federação Internacional dos Direitos Humanos, a Oxfam, a Action Aid International, o Conselho Dinamarquês para os Refugiados ou a Médicos Sem Fronteiras — é feito um dia depois de a situação alimentar na Faixa de Gaza ter sido considerada catastrófica.

Segundo um relatório realizado por um grupo de organizações internacionais e instituições de ajuda humanitária conhecido como Iniciativa Integrada de Classificação da Fase de Segurança Alimentar (IPC), um em cada dois habitantes da Faixa de Gaza vive uma situação alimentar catastrófica, especialmente no norte.

O documento, publicado na segunda-feira, refere que mais de 1,1 milhões de habitantes de Gaza enfrentam “uma situação de fome catastrófica”, sublinhando tratar-se “do número mais elevado alguma vez registado” pela ONU com base no estudo sobre segurança alimentar no mundo.

A análise adianta ainda que o cenário ameaça espalhar-se por todo o enclave, colocando mais de dois milhões de palestinianos na mais ampla e grave crise alimentar do mundo.

“Desde o início da violência sem precedentes na Faixa de Gaza que as organizações humanitárias e de direitos humanos presentes no terreno têm sublinhado que a única forma de satisfazer as necessidades humanitárias da população palestiniana é através de um cessar-fogo imediato e permanente e do acesso seguro e sem obstáculos a bens a partir dos pontos de passagem terrestres”, afirmam as ONG no comunicado hoje divulgado.

Para estas organizações, os Estados têm de “exercer uma pressão política efetiva” que consiga “terminar com os bombardeamentos incessantes e as restrições à entrega segura de ajuda humanitária”.

Sublinhando que a situação de fome em que vivem as pessoas naquela região atingiu a maior proporção alguma vez registada numa população em crise de segurança alimentar, o grupo de ONG lembra que há famílias que não bebem água potável há meses e que passam dias seguidos sem comida.

Além disso, o sistema de saúde entrou em colapso total devido a surtos de doenças e ferimentos graves provocados pelos constantes bombardeamentos conduzidos pelas forças israelitas e a severa desnutrição e desidratação provocaram, recentemente, a morte de pelo menos 20 crianças.

Embora os Estados tenham, nos últimos dias, aumentado o envio de ajuda por via aérea para a Faixa de Gaza, os trabalhadores humanitários sublinham que as entregas de ajuda têm de ter um rosto humano até para “poder avaliar corretamente as necessidades das pessoas afetadas” e “restabelecer a esperança e a dignidade a uma população já traumatizada e desesperada”.

As ONG apontam ainda que alguns dos Estados — como os Estados Unidos, o Reino Unido ou a França — que estão a lançar ajuda humanitária por via aérea, também fornecem armas às autoridades israelitas.

“É necessário relembrar que nenhum país pode servir-se da ajuda humanitária para contornar as suas responsabilidades e deveres ao abrigo do direito internacional, incluindo a prevenção de crimes de atrocidade”, sublinham.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 31 mil pessoas, maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas.

PMC // SCA