A Amnistia Internacional (AI) pediu hoje aos Estados Unidos para retirarem as acusações contra Julian Assange, fundador do portal Wikileaks, e a sua libertação imediata da prisão de alta segurança no Reino Unido onde está há cinco anos.

“Os EUA devem retirar todas as acusações contra Assange, o que permitirá a sua libertação imediata da custódia do Estado britânico”, afirmou em comunicado a secretária-geral da Amnistia Internacional (AI), Agnés Callamard, acrescentando que é “inaceitável” que lhe tenham sido “roubados” anos de vida.

No dia em que se assinalam cinco anos da detenção do jornalista australiano de 52 anos, Agnés Callamard acusa os EUA de “atacar Assange por ter publicado informações que lhe foram transmitidas, mesmo que fossem de interesse público”.

“As autoridades americanas não conduziram uma investigação completa e transparente sobre os seus alegados crimes de guerra”, disse Callamard, referindo que “Assange é procurado por atividades que são fundamentais para todos os jornalistas e editores, que frequentemente recebem informações governamentais sensíveis de fontes externas”.

No comunicado, a AI refere ainda que “a atual perseguição a Julian Assange ridiculariza as obrigações dos EUA à luz do direito internacional e o seu compromisso declarado com a liberdade de expressão”, que pode pôr em causa “a liberdade dos meios de comunicação social em todo o mundo”.

A possível extradição do ativista para os EUA causa preocupações para a secretária-geral da AI que refere que Assange “correrá o risco de sofrer abusos graves, como o confinamento prolongado na solitária, o que violaria a proibição da tortura ou de outros maus-tratos”.

Julian Assange “não está verdadeiramente bem, está muito preocupado”, disse a mulher e advogada do ativista, Stella Assange, em entrevista à BBC, que já apontou o risco de suicídio.

Na quarta-feira, o Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou que os EUA “estão a analisar” o pedido do governo australiano para arquivar o processo judicial contra Assange, pela divulgação de documentos confidenciais.

“Penso que é um bom sinal (…) Parece que as coisas podem finalmente estar a caminhar na direção certa depois de cinco anos na prisão de alta segurança de Belmarsh e 14 anos desde que ele perdeu a liberdade”, afirmou Stella Assange, acrescentando que espera que “Joe Biden abandone o caso, como toda a comunidade dos direitos humanos e da liberdade de imprensa está a pedir”.

O tribunal britânico irá reconsiderar a autorização de Julian Assange para recorrer da sua extradição para os EUA a 20 de maio de 2024.

Em meados de fevereiro, o parlamento australiano votou a favor de solicitar aos EUA e ao Reino Unido a libertação de Assange, detido em Londres desde abril de 2019, depois de quase sete anos em exílio voluntário na embaixada do Equador na capital britânica.

A 26 de março, a justiça britânica suspendeu o julgamento para dar aos EUA a oportunidade de apresentar novas garantias diplomáticas sobre o tratamento de Assange em caso de ser extraditado, permitindo-lhe, se estas não fossem fornecidas, apresentar um último recurso contra a extradição.

Julian Assange foi acusado de 17 crimes de espionagem pelos EUA, ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, podendo enfrentar até 175 anos de prisão.

Para além disso, o jornalista foi indiciado de utilização indevida de computador pela divulgação há quase 15 anos no seu ‘site’ da Internet de uma grande quantidade de documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos EUA, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão.

MYCO (ANC) // JH

O processo da Operação Influencer que visa o ex-primeiro-ministro António Costa vai descer do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), confirmou hoje a defesa.

O advogado João Lima Cluny adiantou à Lusa ter recebido na tarde de hoje uma informação de que o processo relativo ao ex-governante irá mesmo descer para o DCIAP e acrescentou que vai fazer um requerimento para ser notificado da decisão do MP junto do STJ para poder avaliar a mesma.

A Procuradora-Geral da República (PGR) também confirmou a informação sobre a descida do processo ao DCIAP, adiantada primeiramente pela CNN.

“É o DCIAP, no entendimento dos magistrados titulares, o competente para assumir essa investigação”, referiu Lucília Gago aos jornalistas, à margem da tomada de posse da nova direção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), acrescentando que “as investigações criminais tomam o tempo necessário para avançarem, naturalmente que com a eficácia desejável, mas tomando o tempo necessário para ultimar essas investigações”.

JGO/FC // JMR

Cinco organizações francesas e internacionais de defesa dos direitos humanos apresentaram hoje uma queixa à Comissão das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) sobre a definição de perfis raciais pela polícia francesa.

“A definição de perfis raciais pela polícia francesa viola o direito internacional humanitário”, afirmaram as cinco organizações não-governamentais (ONG) no documento enviado à CERD, indicou uma delas, a Human Rights Watch (HRW), num comunicado.

Embora em França, o Conselho de Estado tenha reconhecido, em outubro de 2023, que a caracterização racial pela polícia não se limitava a “casos isolados”, o Governo não tomou qualquer medida para resolver o problema, referiu a HRW, acrescentando que foi essa “inação” que levou a que apresentassem uma queixa à comissão da ONU que controla o cumprimento da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, tratado de que França é parte.

Além da HRW, as restantes quatro entidades signatárias da queixa são a Maison Communautaire pour un Dévelopement Solidaire (Casa Comunitária para um Desenvolvimento Solidário, MCDS), a Associação Pazapas, a Réseau Egalité, Antidiscrimination, Justice Interdisciplinaire (Rede Igualdade, Antidiscriminação, Justiça Interdisciplinar, REAJI) e a Amnistia Internacional.

Estes grupos têm trabalhado para eliminar a caracterização racial nos perfis feitos pelas forças de segurança francesas desde que, em 2016, um acórdão histórico do Tribunal de Cassação condenou o Estado francês por “má conduta grave comprometendo a responsabilidade do Estado” em cinco casos de controlos de identidade.

Como atestam um vasto conjunto de trabalhos de investigação científica, relatórios de instituições independentes e testemunhos de numerosas vítimas, bem como de agentes da polícia, a caracterização racial tem sobretudo como alvo jovens negros e árabes ou considerados como tal, incluindo crianças a partir dos 10 anos, denunciaram as organizações.

“Estes controlos de identidade abusivos e ilegais, que estão generalizados em todo o país e profundamente enraizados nas práticas policiais, constituem uma discriminação racial sistémica”, sublinhou a HRW no comunicado.

As cinco ONG pedem ao órgão de especialistas da ONU em matéria de discriminação racial que reconheça a natureza sistémica do problema da caracterização racial em França e que defina medidas específicas que o Governo francês deve adotar para eliminar a discriminação em função da raça pelas forças de segurança nacionais.

Sublinham igualmente que “a persistência e a escala do flagelo da discriminação racial foram reconhecidas por numerosos organismos de defesa dos direitos, entre os quais organismos nacionais como o Defensor dos Direitos (Défenseur des Droits, DDD) e a Comissão Nacional Consultiva dos Direitos Humanos (Commission Nationale Consultative des Droits de l’Homme, CNCDH), e organismos europeus como a Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI)”.

No contexto da ação coletiva perante o Conselho de Estado, o DDD e o antigo relator especial das Nações Unidas sobre o racismo redigiram intervenções voluntárias apoiando os argumentos das associações.

“Ao não tomar as medidas necessárias para pôr termo a esta prática, o Governo francês não está a cumprir as obrigações que lhe cabem nos termos de vários tratados internacionais, incluindo a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial”, advertiram ainda as organizações.

ANC // SCA

O.J. Simpson, antigo jogador de futebol americano, morreu, esta quarta-feira, aos 76 anos, em Las Vegas, nos Estados Unidos, vítima de cancro da próstata, que lhe foi diagnosticado no início deste ano e que piorou nos últimos meses.

O anúncio foi feito na rede social X pela família: “No dia 10 de abril, o nosso pai, Orenthal James Simpson, sucumbiu à sua batalha contra o cancro. Ele estava rodeado pelos seus filhos e netos. Neste tempo de transição, a família pede que respeitem os desejos de privacidade”, lê-se.

O.J. Simpson foi julgado – e absolvido – num caso de duplo homicídio: em 1994, foi detido pela morte da ex-mulher, Nicole Brown, e do amigo, Ronald Goldman, alegado namorado de Nicole.

Ao fim de dois anos à frente do Tricky’s (o restaurante que caiu no goto dos lisboetas, com boa comida, vinhos naturais e uma banda sonora eclética), João Magalhães Correia, de 40 anos, sentiu necessidade de se exprimir de outra forma na cozinha. Quando surgiu a oportunidade de ficar com o Season, entre a Praça das Flores e a Rua de São Bento, no qual trabalhou durante dois anos, o chefe nem hesitou. “As obras foram feitas por nós num espaço de um mês e pouco. Foi uma grande loucura”, desabafa.

O Bar Alimentar abriu discretamente no dia 20 de março. “Não digo que é italiano para não ofender os puristas, prefiro dizer que é italianizado, feito à minha maneira e com ingredientes portugueses”, afirma. A gastronomia daquele país é-lhe familiar. João viveu em Itália durante oito anos, na maioria em Milão, aprendendo em restaurantes, mas, acima de tudo, recorda, com as mães dos amigos que “adoravam ensinar-me as suas receitas”.

Na sala do Bar Alimentar, contam-se cerca de 40 lugares, quatro deles virados para as janelas, de onde se acompanha o movimento da rua. O ambiente é acolhedor, à luz das velas, e na decoração saltam à vista os discos de Pavarotti, Demis Roussos e Sabrina e ainda o balcão, logo à entrada, onde são preparados os cocktails.

Ao jantar, há muito para partilhar à mesa, como o carpaccio de atum à Puttanesca, aqui em versão crua, com molho picante e pó de alcaparras (€12,50), um prato “bastante explosivo”, avisa o chefe. Também na categoria das sugestões para comer à mão (bastante gulosas, acrescente-se), destacam-se os cannoli com cebola caramelizada, bacalhau mantecato e pistácio (€3,50), o arancini de tomate e nduja (enchido da Calábria) e o aioli de alho assado e paleta de porco-preto (€4).

Na stracciatella, vignarola (mistura de vegetais) de favas, ervilhas, espargos e chilli de tomate seco (€13), o chefe utiliza o queijo “estilo burrata”, feito com leite cru da Ortodoxo, em Azeitão. “Tem uma qualidade que só provei em Itália”, diz. Para beber, a atenção recai nos vinhos naturais de pequenos produtores e nos cocktails, elaborados pela equipa do Imprensa Cocktail Bar. Vale a pena experimentar o Baggio (€10), com limoncello caseiro de limão e yuzu. Fresco, na dose certa de doçura, acompanha uma boa conversa.

Bar Alimentar > R. Nova da Piedade, 62, Lisboa > qua-sáb 18h30-2h > Reservas em letsumai.com/widget/bar-alimentar

 

Esta resposta foi dada por Luís Montenegro depois de o vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves ter retomado um desafio momentos antes feito pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, para que o Governo apresente um voto de confiança se quer realmente esclarecer se dispõe de condições de governabilidade.

O primeiro-ministro, porém, colocou a questão sobre as condições de governabilidade de forma oposta, colocando o PS no centro de decisão.

“O PS quis aqui virar o bico ao prego. Vamos contextualizar a situação: O PS não quer inviabilizar a formação do Governo e eu respeito e saúdo essa decisão. Mas, conferindo ao executivo capacidade para iniciar a sua atividade, isto quer dizer que o Governo deve ter condições para executar um programa que não se quis rejeitado”, sustentou Luís Montenegro.

Para o primeiro-ministro, por isso, essa atitude “de respeito democrático” do PS “deve durar para toda a legislatura”.

“Isso não é caucionar toda a ação do Governo, porque os deputados terão de avaliar em cada momento a bondade das nossas propostas e a consequência da sua eventual não aprovação, até ao momento em que eventualmente decidirão que o executivo não deve continuar a governar. Nessa altura, devem apresentar uma moção de censura”, alegou.

Luís Montenegro insistiu que o PS “não tem de secundar a ação do Governo”.

“Mas, em respeito pela decisão popular e já agora por si próprio — na noite eleitoral assumiu a sua vontade de ir para a oposição -, no cumprimento da sua palavra, e ainda por cima com o histórico de ter governado 22 dos últimos 28 anos, o PS decidirá. Queremos é responsabilidade e compromisso. E que isso fique muito claro deste debate: não rejeitar o programa, significa dar ao Governo as condições para governar”, reforçou.

 

PMF // PC

 

 

A investigação sobre António Costa que corria no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) foi remetida para o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Segundo avançou a CNN, o procurador do Ministério Público no STJ considerou que, perdida a qualidade de primeiro-ministro, António Costa não tinha direito ao foro especial.

De acordo com a alínea a) do nº3 do artigo 11º do Código do Processo Penal, “compete ao pleno das secções criminais do Supremo Tribunal de Justiça, em matéria penal”, julgar “o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro pelos crimes praticados no exercício das suas funções”. Logo, o respetivo inquérito criminal também deverá decorrer nesta instância, desempenhando o Ministério Público junto deste tribunal as funções de investigador e um juiz conselheiro fará o papel de juiz de instrução criminal.

Porém, o procurador do Supremo terá entendido que, à semelhança de um acórdão do mesmo tribunbal proferido na Operação Marquês, o foro especial está intimamente ligado à “posição ocupada pelo Primeiro-Ministro enquanto tal. Significa o exposto que a razão de especialidade de jurisdição desaparece logo por ocasião da cessação de funções como consequência lógica do desaparecimento do seu fundamento”.

Segundo o Ministério Público, o ex-primeiro ministro é suspeito na Operação Influencer da prática do crime de prevaricação devido à aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação no Conselho de Ministros do dia 19 de outubro de 2023.

Esta semana, a VISÃO revela, na sua edição semanal, um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça com um entendimento completamente diferente ao tomado pelo Ministério Público, num caso que envolveu o antigo primeiro ministro José Sócrates e a jornalista Manuela Moura Guedes.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a forte atividade económica nos Estados Unidos e nos mercados emergentes ajude a impulsionar o crescimento global em cerca de 3% este ano, mas alertou para potenciais desafios nesta década.

Num discurso hoje, Kristalina Georgieva disse que “sem uma correção de rumo, estamos de facto a caminhar para os ‘Tepid Twenties’ [os tépidos anos 20] – uma década lenta e dececionante”.

Georgieva garantiu que a atividade económica mundial é fraca, tendo em conta as métricas anteriores, e a dívida aumentou, o que coloca grandes desafios às finanças públicas em muitas partes do mundo.

“As cicatrizes da pandemia ainda estão entre nós”, disse, apontando que elevadas perdas de produção, “com os custos a recaírem desproporcionadamente sobre os países mais vulneráveis”. 

A taxa de crescimento prevista de pouco mais de 3% é ligeiramente superior à projeção do ano passado. A média histórica é de 3,8%, segundo a agência Associated Press.

“O crescimento global é marginalmente mais forte devido à atividade robusta nos Estados Unidos e em muitas economias de mercado emergentes”, afirmou Georgieva.

O FMI e o Banco Mundial realizarão as suas reuniões de primavera na próxima semana em Washington, onde os ministros das Finanças, os banqueiros centrais e os decisores políticos discutirão as questões mais prementes da economia mundial.

 A reunião anual terá lugar numa altura em que vários conflitos ameaçam a estabilidade financeira mundial, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia e o conflito em Gaza. 

 

ALN // EA

Pouco depois de, em declarações aos jornalistas no parlamento o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter desafiado o Governo a apresentar uma moção de confiança, o deputado do PS e antigo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro António Mendonça Mendes acusou, no plenário, Luís Montenegro de andar à procura de desculpas para não governar.

“Parece que não quer ser primeiro-ministro, está a querer criar um clima para ir a eleições o mais rápido possível, ao dizer que as condições para executar o programa lhe devem ser conferidas pelo PS”, criticou.

Na resposta, Montenegro ironizou que até tem sido acusado de falar muito pouco e repetiu a ideia que tem defendido desde a tomada de posse.

“Há um Governo que saiu das escolhas dos portugueses nas eleições e o parlamento deve decidir se rejeita ou não o programa. Não rejeitando significa, seja qual for o voto do PS, que confere ao Governo a possibilidade deste iniciar funções para executar o programa”, disse, durante o debate do programa do XXIV Governo Constitucional.

E acrescentou: “Acha que eu queria apenas tomar posse para dizer que fui primeiro-ministro? Eu quis tomar posse para cumprir o programa de Governo, é assim tão difícil de perceber?”, questionou.

Na primeira ronda de pedidos de esclarecimentos conjuntos, Montenegro respondeu demoradamente às seis questões colocadas, embora tenha deixado um ‘recado’ conjunto para as bancadas do BE e do PCP, que criticaram o programa do Governo.

“Compreendo a vossa frustração, é uma confissão de incapacidade vossa, que estiveram seis anos de braço ou de mão dada com o PS e o resultado foi terem esvaziado muitas das cadeiras que tinham no parlamento de deixarem o Estado social no pior momento desde o 25 de Abril”, acusou o primeiro-ministro.

Pelo Chega, o líder parlamentar Pedro Pinto considerou que o programa do Governo apenas traz “promessas vãs” às forças de segurança e disponibilizou a ajuda da sua bancada para fornecer, de imediato, soluções para responder às reivindicações destes profissionais.

Na resposta, Montenegro disse ser “muito fácil esgrimir argumentos e escrever projetos que não têm sustentação financeira”.

“Vamos iniciar, já amanhã, conversações de forma a podermos ter uma solução que será tão rápida quanto for possível e que seja viável”, disse.

Pelo BE, o deputado José Soeiro questionou uma das medidas previstas no programa do Governo, uma taxa máxima de IRS para os jovens até aos 35 anos, dizendo que “mais de 80% dos jovens ganha menos de mil euros e não paga sequer IRS”.

“O seu programa não é para todos, todos, todos, é para muito poucos que ganham tudo”, acusou.

O primeiro-ministro disse querer “desfazer um equívoco” e apontou dois exemplos concretos.

“Um jovem com um salário de mil euros brutos paga neste momento de IRS 1.161 euros, com a nossa medida pagará 387. Um jovem que ganhe 1.500 euros brutos paga atualmente 2.847 euros e quando o IRS jovem for aprovado pagará 949”, contrapôs.

Pelo PCP, a líder parlamentar Paula Santos acusou o Governo de querer privatizar os serviços públicos e reduzir impostos para as grandes empresas, considerando que “cinco anos é demasiado tempo” para recuperar o tempo congelado dos professores.

Nas suas respostas, Montenegro contestou a afirmação de Mendonça Mendes de que o cenário macroeconómico do programa eleitoral da AD é irrealista e lamentou que o PS peça agora ao Governo que resolva “em 60 dias o que não conseguiu resolver em 3.050” e aproveitou uma pergunta do vice-presidente da bancada do PSD Miguel Guimarães para admitir que, na saúde, “não é possível resolver todos os problemas de um dia para o outro”.

“Os problemas vão demorar muito tempo a resolver, alguns são mais urgentes, daí o programa de emergência, mas há transformações estruturais a fazer”, disse, assegurando que “a âncora” do sistema continuará a ser o SNS, mas com recurso a privados e ao setor social como, de resto, disse já acontecer diariamente.

SMA // PC

Os novos portáteis da HP são um primeiro sinal do que está para vir – uma maior aposta dos fabricantes em componentes e funcionalidades relacionadas com Inteligência Artificial (IA).

“Está mais do que escrito e documentado os benefícios que traz ao mercado profissional o uso de IA, seja para maior produtividade, seja para desbloquear a criatividade. O objetivo final é as empresas serem mais competitivas, para oferecerem melhores serviços aos seus clientes”, começou por justificar Pedro Coelho, responsável pela área de computadores empresariais da HP Portugal, num evento de imprensa realizado nesta quarta-feira, em Lisboa.

E segundo o responsável, o caminho de utilização de ferramentas de Inteligência Artificial será híbrido. Algumas os utilizadores vão aceder através da web ou aplicações, sendo o processamento dessas tarefas feitas na cloud, em servidores especializados. Mas haverá funcionalidades de IA que serão executadas diretamente no computador, em chips especializados.

“Quando corremos [a IA] localmente, temos vários benefícios: responde mais rapidamente, não há transmissão de dados, também temos menores custos porque não estamos a incorrer em custos de subscrição de serviços de cloud, e também temos um ambiente mais seguro e mais privado. Tudo isto, de forma mais simples, nas mãos do utilizador”, sublinhou o porta-voz da empresa.

Pedro Coelho, responsável pela área de computadores empresariais da HP Portugal

É aqui que entra a nova linha de portáteis empresariais da HP. Equipados com as mais recentes gerações de processadores da Intel e da AMD, estes chips já integram núcleos de processamento neural (NPU), que estão otimizados para tarefas de IA.

A HP aposta em sistemas próprios de IA para dar uma experiência mais completa ao utilizador. Um deles chama-se HP Smart Sense, que agrega dados sobre o funcionamento do computador, ajustando de forma automática o nível de desempenho e o comportamento térmico em função da posição na qual estamos a usar o portátil. Por exemplo, se estiver em cima da secretária, o desempenho é máximo. Já se estivermos a usar o portátil no colo, o desempenho é reduzido, para que a temperatura do equipamento seja mais baixa e mais confortável para o utiliador. É ainda capaz de detetar quando o computador está numa mochila, suspendendo-o automaticamente. “É computação contextual”, referiu o executivo da HP.

Outros sistemas são o AI Dynamic Color Tuning (afinação da cor do ecrã em função do local onde estamos), o Intelligent Hibernate (que gere a carga da bateria em função do nosso histórico de utilização do portátil) e suporta ainda o Windows Studio Effects, que permite, num único local, definir parâmetros para diferentes aplicações (como aplicar o mesmo fundo a diferentes sistemas de videochamada).

Além dos sistemas próprios da HP, Pedro Coelho diz que existem mais de 100 empresas de software que estão a atualizar os programas para que tirem partido dos NPU dos computadores.

“Com as novas arquiteturas com NPU dedicadas a correr estas tarefas de IA, conseguimos tirar mais desempenho e vamos libertar toda a restante carga de trabalho para os CPU e GPU. Estamos a conseguir qualquer coisa como 80% melhor desempenho gráfico, até duas vezes mais desempenho de software em IA, como os da Adobe, que estão a otimizar o software para tirar partido das novas características”, exemplificou Pedro Coelho.

Máquinas a caminho

O equipamento de referência do novo alinhamento da HP é o Elitebook 1040 G11. O portátil está equipado com um ecrã OLED de 14 polegadas (2880×1800 píxeis de resolução), processadores das gamas Intel Core Ultra 5 ou Ultra 7, tem até 32 GB de memória RAM e suporta Wi-Fi 6E. Em Portugal os preços começam nos 1500 euros.

Já o EliteBook 860 G11 está equipado com um ecrã de 16 polegadas (2880×1800 píxeis de resolução), processadores Intel Core Ultra 5 ou Ultra 7, tem até 64 GB de memória RAM e suporta carregamento rápido. Em Portugal os preços começam nos 1300 euros.

Além dos portáteis empresariais, a HP anunciou ainda a linha de workstations Zbook Power G11 (a partir de 1500 euros) e a linha de monitores HP Series 7 Pro, que vem substituir a linha profissional Z, e cujos modelos começam nos 400 euros no mercado português.

Além da clara aposta nos elementos de Inteligência Artificial, a HP também está a fazer valer a aquisição que do fabricante Poly há mais de um ano. Os novos portáteis da linha empresarial agora têm todos sistemas de som Poly Studio integrados e também usam ferramentas de áudio e vídeo deste fabricante. “Este é o momento em que colocamos no mercado sinergias tecnológicas entre as marcas”, disse Miguel Souto, responsável da Poly na HP Portugal.

Miguel Souto, responsável da Poly na HP Portugal

Além da integração das tecnologias da Poly nos portáteis da HP, a marca está a lançar também novos produtos. Destaque para a Poly E60, uma câmara PTZ (pan, tilt e zoom) destinada a espaços grandes de reunião. Tem zoom ótico de 12x, é capaz de gravar vídeo em resolução 4K e conta com um sensor de 8 megapíxeis. Vem equipada com o Poly Director AI, o software que faz a gestão de todos os modos dinâmicos de captura da imagem. Tem o lançamento previsto para maio e o preço não foi ainda anunciado.

Já a Poly V52 é uma câmara USB, mas que tem uma construção premium. Está equipada com um sensor de 20 megapíxeis, grava vídeo em 4k e tem um ângulo de abertura de 95 graus. Suporta ainda tecnologia de ligação à rede sem fios, que permite aceder remotamente à câmara. Chega ao mercado português também em maio.

Além destas novidades, a HP apresentou ainda uma nova tecnologia de impressão, chamada de TerraJet.