Drones sobrevoaram e permaneceram, durante horas, em vários aeroportos de países nórdicos, como a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Qual a razão para serem estes membros da NATO e não outros, mais próximos da Rússia, como, por exemplo, Helsínquia? A Dinamarca fala em ataques híbridos, destinados a assustar, e prepara-se para invocar o artigo 4.º do Tratado da Aliança.
Será uma histeria coletiva? Serão drones lançados a partir da Rússia ou da Bielorrússia? Ou atos praticados por russos infiltrados nesses países? Sim, não, talvez. Já se percebeu que não estão armados, que só voam a determinadas horas e que parecem controlados pela mesma IA. Estarão a ser lançados e comandados a partir de Kaliningrado?
Todas as hipóteses são admissíveis, mas, antes de se tratar de um problema militar grave provocado por Moscovo, seria muito importante descartar hipóteses internas de tentativas de aproveitamento da instabilidade entre os aliados do Norte. Tudo é diferente quando caças e drones russos, facilmente identificáveis, violam as fronteiras da NATO, como aconteceu na Polónia.
As provocações de Moscovo merecem um aviso sério, mas não o que fez Trump na ONU: “Sim, podem abater os aviões”, em jeito de conversa lateral e de café. Razão tem Donald Tusk, primeiro-ministro da Polónia, que alertou para a falta de credibilidade dessa resposta de Trump. Abate-se e, depois, os EUA fazem de conta que não é nada com eles. Tudo isto é inquietante e preocupante. Os nervos estão à flor da pele.
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