Pedro Nuno Santos garantiu que 99% do Orçamento do Estado para 2025 será da responsabilidade do Governo, o que significaria que o restante 1% seria para o PS. Sendo assim, qual é o problema do Governo, do primeiro-ministro ou da AD? 1% é 1%, e não 10% ou 126%. Esta aritmética parece muito simples de aceitar, só que tem um pormenor: tirando o Governo, e mesmo assim nem todos os seus membros, quem é que já leu o OE para 2025?
Não sendo conhecido, é apenas presumido. Pode ter tudo o que o PS não quer, mas também não ter nada. É melhor voltar à teoria das percentagens: 90% do Orçamento do Estado está alocado há décadas. É apenas uma questão de atribuir mais ou menos milhões a cada uma das pastas. É igualzinho ao que os Governos de Costa faziam. É o custo do Estado, e afins.
Sobra, por isso, 9% para o Governo brilhar e 1% para o PS viabilizar. E nessa percentagem bem se pode atribuir mais ao SNS, às pensões e à habitação. Nada a discutir, presume-se. Resta o embrulho do IRS Jovem e do IRC. No último caso, a divergência reside na margem da descida e em quem pode beneficiar. Seria muito estranho que a social-democracia não se entendesse com o socialismo nesta vontade comum. São «pais» dos mesmos dogmatismos.
A inultrapassável divergência habita no IRS Jovem, que por acaso tem uma nova lei em vigor recentemente. Já existe, está em vigor, e daí não veio nenhum mal. O Governo quer mais – talvez não da forma como sugeriu – mas pode deixar essa medida para 2025. Se isso atrapalha um acordo de Estado, e não é propriamente bem vista, até pelos próprios jovens, então salve-se o Estado e a paz de espírito dos portugueses. Falta uma pergunta final: será que o PS só quer mesmo 1% do Orçamento? E viabilizará o OE se o Governo conceder, por agora?
Para os eleitores, um mexida no IRS Jovem e no IRC não vale a queda de um Governo que tem apenas 6 meses, uma crise interna insensata, e um país em gestão corrente. Entendam-se, por favor.
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