Tudo se conjuga, no Médio Oriente, para o combate final entre Israel e o Irão. O Hamas e o Hezbollah são meros instrumentos por procuração de Teerão para desgastar o poder militar israelita, mas pressente-se que nada ficará como era até Outubro do ano passado.
Telavive destruiu a capacidade operacional do Hamas, está fortemente empenhada em acabar com o «Estado» dentro do Líbano que é o Hezbollah, com mais meios militares fornecidos pelo Irão, e para isso terá de usar forças terrestres para controlar e eliminar as posições do grupo terrorista.
Teerão sabe que não demorará muito a ter de enfrentar as Forças de Defesa de Israel. Esse combate está aprazado e levará a alterações geoestratégicas impensáveis há um ano. Quem desencadeou este inferno, inaceitável para todos, cometeu uma das maiores e mais irrefletidas decisões políticas e militares deste século – a outra foi a invasão da Ucrânia – , e isso deverá ser atribuído ao mandante e não apenas aos executores.
O Líbano poderá recuar décadas em mortes e sofrimento, para não falar de destruição, e a sua frágil paz interna, dificílima de alcançar, arrisca-se a desaparecer neste conflito entre Israel e o Hezbollah.