Neste inferno de chamas que percorre o país, há uma ajuda preciosa e voluntária que está em todo o lado, em todas as frentes, usando tudo o que tem à mão: é a população, de todas as idades e géneros, que tem sido a principal força de contenção dos primeiros focos de incêndio. Estão em direto em todas as televisões, e sem eles, tudo seria muito pior.
O Presidente da República e o Primeiro-Ministro não se podem esquecer destes portugueses não fardados, mas sempre motivados e abnegados, que surgem de todos os lados e com todos os utensílios para ajudar a combater as chamas. Auto-organizam-se, não dependem de nenhum comando nacional ou local, mas estão lado a lado com os bombeiros, a GNR e os outros dispositivos municipais.
Não conhecemos os seus nomes, não estão para dar entrevistas nem para ver o fogo passar, e sem descanso, estão sempre prontos para socorrer. Há situações em que, muitas vezes, são os únicos no terreno. São centenas, talvez milhares, e a sua ajuda tem sido decisiva. Quando as nossas autoridades enaltecerem todos os outros, que merecem, nunca se deverão esquecer deste povo corajoso que defende as suas terras, as suas casas, os seus bens e as suas vidas. Eles são os nossos heróis, sempre esquecidos nestas tragédias.
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