A política portuguesa tem vários fenómenos curiosos, um partido social-democrata que é identificado como sendo de direita, o único partido comunista estalinista com representação parlamentar e até um partido que juntou trotskistas, maoístas e uma espécie de revisionistas (que saíram em 2014). Qualquer um destes casos pede meças ao outro em excentricidade, mas basta conhecer um bocadinho da história da extrema-esquerda para se saber da, digamos, improbabilidade de vermos maoístas e trotskistas de braço dado.
O Bloco de Esquerda (BE) é assim um partido invulgar desde o seu nascimento. Um caso único na história na extrema-esquerda europeia. Apesar de ser um partido eminentemente anticapitalista e revolucionário, institucionalizou-se e, claro, as alterações na sua liderança são importantes para o nosso processo democrático.