Devemos muitas coisas ao Partido Comunista Português, e não são daquelas que se resolvem com um muito obrigado, nomeadamente a luta contra a ditadura salazarista, a representação de partes da população com dificuldades históricas para se fazerem ouvir, a institucionalização democrática do protesto e a seriedade com que depois do PREC participou na consolidação da democracia liberal.
Consigo ouvir a voz de um estimado leitor a dizer: “Uh! Esta é a forma com que começam todos os textos em que mais abaixo se descompõe o PCP.” Eu não escrevi todos, mas não me espantaria se os que escrevi tivessem começado de forma similar. Há uma boa razão para isso: é verdade. Depois, é uma forma não só de agradecimento mas também de preocupação.