Na sua entrevista de 31 de agosto à VISÃO, o capitão de mar e guerra Almeida Moura insinua, sem se atrever a afirmar, que meu pai, António Seixas Louçã, comandante da fragata “Almirante Gago Coutinho” em 25 de abril de 1974, estaria na disposição de bombardear a coluna de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço. E insinua também que esse bombardeamento só não se efetuou graças à insubordinação dos oficiais da fragata. Almeida Moura tenta fazer passar a sua versão sem a defender abertamente. Mas ambas as insinuações são falsas.
Em 2014, comemorava-se o 40º aniversário do 25 de abril e, fruta da época, um abaixo-assinado subscrito entre outros por Almeida Moura admitia a verdade essencial sobre aquele episódio. Referindo-se à ordem do Estado-Maior para preparar o bombardeamento, dizia Almeida Moura, ao lado dos seus cossignatários: “O comandante, alegando existirem cacilheiros e muitos civis no Terreiro do Paço, não cumpre a ordem.”