<#comment comment=”[if gte mso 9]> Normal 0 false false false MicrosoftInternetExplorer4 <#comment comment=”[if gte mso 9]> <#comment comment=” /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:””; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”; mso-ansi-language:PT; mso-fareast-language:PT;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} “> <#comment comment=”[if gte mso 10]> As inundações que ocorreram na Madeira, numa dimensão nunca vista, e com impressionantes resultados (à hora que escrevo, 42 mortos, 250 desaparecidos, 70 hospitalizados, quedas de pontes, destruição de estradas, ruas e casas), causaram em todos os portugueses, sem excepção, uma profundíssima consternação, tanto no Continente como nas Regiões Autónomas, e um genuíno impulso de solidariedade nacional. Não houve “cubanos”, como antigamente, alguns, chegaram a rotular os seus irmãos continentais. Felizmente!
A Madeira sofreu uma catástrofe natural terrível, talvez relacionada com os desequilíbrios que têm vindo a manifestar-se, em todos os continentes neste nosso planeta, ameaçado pela falta de bom senso do ser humano. A verdade é que a Ciência deu aos homens um enorme poderio, capaz de destruir os equilíbrios da natureza e o próprio planeta. Nunca houve, que saibamos, tantas e tão graves catástrofes ditas naturais. Tremores de terra, tsunamis, erupções vulcânicas, inundações, calores excessivos, ventos ciclópicos, escassez de água potável, presumivelmente provocados pelas alterações climáticas.
Seja como for, o nosso dever de portugueses, neste momento tão grave da sua história, consiste em ajudar a Madeira manifestando-lhe a nossa total solidariedade, com palavras e, sobretudo, com actos. Foi o que fez, sem perda de tempo, o primeiro-ministro. Na verdade, nunca se sentiu naquela ilha, que é um verdadeiro paraíso natural e turístico, uma catástrofe tão grande e que deixasse atrás de si um tão enorme rasto de mortes, sofrimentos e destruições. Como disse Alberto João Jardim, com a voz embargada: “É preciso sepultar os mortos e cuidar dos vivos”, lembrando o Marquês de Pombal, quando do terramoto de Lisboa, em 1755. Claro que não há, felizmente, comparação possível. Na Madeira ocorreu uma catástrofe muito menor. Mas, mesmo assim, de enorme dimensão à sua escala. Daí que Portugal inteiro deva agora voltar-se para a Madeira e ajudá-la, quanto puder e sem limitações.
O Presidente da República manifestou a sua preocupação. O primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna voaram para a Madeira no próprio dia e prometeram pôr militares, bombeiros, médicos, enfermeiros e técnicos diversos do Continente à disposição das autoridades da Região. Alguns já estão a actuar no terreno. Cumpriram em tempo recorde – e bem – o que deles se esperava.
Algumas vozes da Oposição Regional ergueram-se para denunciar erros da ordenação do território e de construções em áreas por onde correm linhas de água na baixa do Funchal. Não creio que seja o momento para fazer recriminações. Agora é, essencialmente, o momento de ajudar. Para que não surjam ressentimentos, com discussões, quando se impõe apenas e tão-só a solidariedade entre irmãos da mesma Pátria.
A reconstrução das estradas, das pontes, do leito das ribeiras, das casas e das lojas inundadas de lama vai levar tempo e custar muito dinheiro. Mas tem que se arranjar. Não duvido. O Governo Regional da Madeira solicitou auxílio ao Governo Central e a Bruxelas. Tudo deve ser feito para lho dar – e levar a União Europeia, através do Fundo Especial para catástrofes, a fornecê-lo, igualmente.
A reconstrução das zonas baixas do Funchal, da Ribeira Grande, do Curral das Freiras e dos restantes pontos mais atingidos vai levar tempo, como disse. Não é, seguramente, uma tarefa fácil de conseguir. Na altura própria devemos, então sim, aprender com os erros urbanísticos, se é que os houve, e não os cometer agora. Mas sem recriminações quanto ao passado, que são de todo inúteis e desnecessárias. E se as houvesse, distrair-nos-iam do essencial: a oportunidade que nos oferece este infelicíssimo acontecimento para aproximar mais os portugueses do Continente e das Regiões Autónomas. Somos todos e tão-só Portugal, na riqueza da nossa diversidade e na reciprocidade do nosso afecto.