Está de volta o maior evento português de músicas do mundo: o Festival de Sines. Nos dois próximos fins de semana deste mês (de 22 a 24 e de 27 a 30), a cidade alentejana acolhe 36 espetáculos de 23 países de todo o mundo. Uma viagem que vai do fado à música urbana da África do Sul, passando pela folk chinesa, a rebetika grega, a maloya da Ilha de Reunião, o gnawa marroquino ou o flamenco da Estremadura espanhola.
António Zambujo, o intérprete que mistura fado com melodias do canto alentejano e harmonias da bossa nova, marca a abertura da festa, a 22, às 18 e 45, no palco do Castelo, onde se irão concentrar os concertos do primeiro fim de semana. No mesmo dia, o senegalês Cheikh Lô e o rock progressivo com influências de heavy metal e música árabe dos Secret Chiefs 3, constituído por três antigos membros de Mr. Bungle. Sábado, 23, destaque para a folk de Manner, ‘filho’ da cultura nómada do povo cazaque de Xinjiang, no interior da China, e para o projeto Congotronics vs. Rockers, que junta 10 músicos de grupos congoleses e 10 da cena rock alternativa. Aduf, o projeto do percussionista português José Salgueiro, faz as honras do palco ao terceiro dia, 24, a que se segue o flamenco popular dos De Tangos y Jaleos, raramente mostrado fora das cerimónias privadas das famílias ciganas da Estremadura espanhola e o ganês Ebo Taylor, nome maior do afrobeat.
E a festa ainda só vai a meio. No segundo fim de semana, os concertos estendem-se ao palco da avenida contígua à Praia Vasco da Gama, que é estreado, a 27, pela jovem banda portuguesa Rakia, às 20. Na mesma noite, destaque também para o ganês Blitz The Ambassador, que une o rap ao poder instrumental das orquestras africanas, no Castelo. Quinta-feira, 28, a grande canção urbana da Grécia – a rebetika – invade o Festival Músicas do Mundo com o quarteto Apsilies, a que se segue o concerto do projeto Desert Slide. No dia seguinte, a 29, o trio feminino Ayarkhaan mostra a música tradicional da república russa da Iacútia, que recorre apenas ao canto gutural e ao berimbau metálico, e os alemães Dissidenten trazem uma fusão de rock e música árabe. O último dia da festa é assinalado, sobretudo, por uma sonoridade africana: CaBaCe, banda portuguesa vencedora do concurso Rock Rendez Worten 2010, o músico cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, fundador dos míticos Simentera (e agora ministro da Cultura), e Sly & Robbie, a dupla lendária do reggae, acompanhada pelo cantor Junior Reid.
Mas nem só de música se faz esta festa do mundo. Entre 22 e 30 de julho, estão patentes três exposições de fotografia, no Centro de Artes de Sines (CAS) e no Centro Cultural Emmerico Nunes; há projeções de filmes, todos os dias, às 15 e 30, no auditório do CAS; e encontros com escritores, como Lídia Jorge (a 26, às 18 e 30) e Sérgio Godinho (a 27, às 17), também no CAS.