Apresentado na semana passada num encontro de pediatras, nos Estados Unidos, este estudo dá como provado que os benefícios dos livros para bebés de seis meses são reais e prolongam-se por vários anos.
Os investigadores americanos acompanharam 250 bebés, “recrutados”, com as suas mães, a partir de um hospital. As crianças foram seguidas desde os seus meses até aos quatro anos e meio. Às mães foi perguntado quando dias por semana liam aos seus filhos e como era esse tempo passado na leitura, ou seja, se apontavam para as imagens e falavam sobre elas aos seus bebés.
Os investigadores descobriram que tanto a quantidade como a qualidade desta leitura precoce tinham efeitos na literacia nos anos seguintes. A qualidade da leitura, então, mostrou efeitos ainda mais duradouros, levando a diferenças consideráveis nas capacidades de leitura e literacia quando as crianças chegavam aos quatro anos e meio, o que mostra que não é só a leitura em si que importa, mas também a conversa com os bebés, neste caso a propósito dos livros.
“Penso que a leitura é um contexto realmente importante para estas interações ricas em linguagem acontecerem”, afirmou Carolyn Cates, líder do estudo e professora no departamento de pediatria da Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque, em declarações ao The Huffington Post.
Estas conclusões não são caso isolado. Investigações anteriores corroboram esta importância da leitura em voz alta para os bebés. Uma delas, por exemplo, recorreu a ressonâncias magnéticas ao cérebro de crianças em idade pré-escolar e concluiu que aquelas a quem eram habitualmente lidas histórias mostravam maior atividade nas partes do cérebro que ajudam à compreensão das narrativas e visualização das imagens.