Como é habitual nestas coisas, não se sabe de onde vem o nome Corno de Bico. Há a freguesia de Bico relativamente perto. Quanto ao Corno, os locais acreditam que tenha a ver com a forma cónica da serra. São 2175 hectares, 890 metros de altitude, o ponto mais alto do concelho de Paredes de Coura, classificado como área protegida em 1999.
Há por lá centenas de espécies protegidas, uma turfeira com um percurso pedestre, um carvalhal de Quercus robur, víboras seoanei, lobos, lontras, corços, cavalos e gatos bravos… Há também os vários edifícios do CEIA, o Centro de Educação e Interpretação Ambiental, que de modo exemplar conjuga a arquitetura contemporânea com a arquitetura Estado Novo de uma antiga escola primária.
Dos miradouros do Corno de Bico podem ainda ver-se os baldios da paisagem minhota e uma antiga colónia agrícola. Ficam as imagens de uma visita conduzida por Mário Sousa, 39 anos, o homem que nos guiou numa visita de seis horas em que se falou de preservação da natureza, de gestão ambiental e de ordenamento do território. Mesmo assim, se não tivéssemos quebrado as regras da Caravana VISÃO, aceitando a boleia da sua pick up, não teríamos conseguido ver tanto em tão pouco tempo. No entanto, para Mário, é a pé que nos apercebemos da maior parte dos pormenores. “Muitas vezes o que tem interesse são coisas muito pequeninas, pequenas plantas, pequenos animais. Ao virmos de carro, é verdade que vemos mais. Mas provavelmente não vemos aquilo que interessa”. A lição que não esquecerei: a presença dos homens na floresta é muito importante porque são eles que mantêm a paisagem. Aqui segue uma síntese, redutora, mas que vale (esperamos) pelas sensações que eventualmente possa causar.