O grupo Novo Banco já tem cerca de uma centena de potenciais candidatos (mais precisamente 90) à aquisição do seu portfólio que inclui o precioso terreno da Artilharia I, nas Amoreiras. “Com um ticket de entrada de aproximadamente 365 milhões de euros”, a carteira inclui 400.000 metros quadrados distribuídos por quatro terrenos – dois no centro de Lisboa (Amoreiras e Olivais) e dois em zonas prime no Algarve (Lagoa e Portimão), pode ler-se no comunicado divulgado segunda-feira pelas consultoras JLL e a CBRE. Todos os projetos estão em avançado estado de licenciamento para diferentes tipos de uso e representam “um volume potencial de vendas de 2 mil milhões de euros”, pode ler-se no comunicado.
Os interessados são maioritariamente internacionais, alguns dos quais suportados por entidades locais que atuam enquanto parceiros de capital e futuros gestores do desenvolvimento dos vários projetos.
Sublinhando tratar-se “de uma oportunidade única para criar uma das maiores plataformas de investimento para promoção imobiliária residencial e turística em Portugal” e que “permitirá aos investidores estabelecer uma presença com uma visão de longo prazo no país”, as consultoras lembram que “o terreno das Amoreiras representa a última oportunidade para desenvolver um projeto urbanístico de larga escala e estruturante para o centro de Lisboa”. Prevendo um total de construção de 130,000 metros quadrados distribuídos por cinco lotes residenciais, num total de 683 fogos, e um lote de serviços que poderá acolher diferentes usos como escritórios ou hotelaria. O terreno, a poucos metros minutos do Marquês de Pombal, tem ainda como atrativo o facto de se localizar junto da futura estação de metro prevista na extensão da rede metropolitana.
“Tratando-se de uma plataforma para desenvolvimento de construção nova em larga escala, os ativos já se encontram num estado avançado de licenciamento urbanístico, sendo que no decurso dos últimos cinco anos, o proprietário focou-se em desenvolver o processo de licenciamento dos projetos, nomeadamente com a atualização dos masterplans para uma melhor adequação às atuais tendências de sustentabilidade, eficiência energética e wellbeing dos utilizadores dos diferentes edifícios. Os usos, implantações e capacidades construtivas já se encontram também estabilizados”, refere-se ainda no comunicado.
Há muito que o terreno das Amoreiras estava a ser cobiçado pelos investidores e, nos últimos anos, o Novo Banco chegou a ser ‘sondado’ por grandes promotores, entre as quais a Fidelidade Investimentos Imobiliários, dos chineses da Fosun e dos também chineses da Level Constellation.
Recorde-se que o terreno – que chegou a estar à venda por €200 milhões – terá entrado no balanço do Novo Banco após falência da Temple, imobiliária de Vasco Pereira Coutinho que era a proprietária do imóvel.
Agora, e de acordo com a calendarização prevista, o processo de Non Binding Offers (NBO’s) deverá terminar em meados de Junho, sendo a conclusão da transação prevista para o final do ano de 2023.