Lisboa está em alta e muitos querem nela viver mas quando a capital do país apresenta preços similares a outras capitais europeias porque não abrir horizontes e ponderar outras hipóteses? Foi com esta linha de pensamento que Georges Bou Jaoude, CEO da LeapAssets não hesitou quando avançou para a aquisição de 260 lotes (num total de 140.000 m2) em Torres Vedras, num investimento de 200 milhões de euros, para a construção de um mega-empreendimento que se pretende direcionado para a classe média.
Localizado a 5 minutos de Torres Vedras e a apenas 30 minutos de Lisboa, a urbanização contempla o desenvolvimento de cerca de 800 a 1.000 fogos entre moradias e apartamentos numa área bruta de construção acima do solo de aproximadamente 140.000 m2 e onde estão previstos também zonas de retalho a complementar a área residencial. No total, após o desenvolvimento de todo o imobiliário residencial, a Portela da Villa terá capacidade para fixar cerca de 3.000 residentes, criando uma comunidade integrada, no seio da Região Oeste. Um T2 com 80 m2 custará cerca de 240 mil euros e um T3, com 300 m2 e piscina já rondará os 560 mil euros, para citar dois exemplos.
“Mais do que um investimento imobiliário, queremos fazer parte da solução para a crise habitacional que Portugal atravessa e a qual acreditamos que ainda se vá estender por alguns anos. O nosso foco é criar habitação para as famílias portuguesas, adequada ao seu rendimento, sem que isso implique prescindir do seu bem-estar, da proximidade, serviços, educação, comércio e cultura, e do acesso a uma casa de qualidade”, apontou Georges Bou Jaoude, Managing na sessão de apresentação do projeto, que decorreu em Lisboa, lembrando que o valor do m2 no Portela da Villa ronda, em média, os 3.000 euros, bem abaixo dos valores praticados em Lisboa.
“Se olharmos para os dados estatísticos oficiais da habitação, vemos que os preços de venda das casas novas em Lisboa rondaram os 5.200 €/m2 no final de 2022, valor elevado se tivermos em conta o contexto económico da maioria dos portugueses, e que tem afastado a procura da capital por parte dos mesmos. Além disso, mantém-se uma escassez estrutural de oferta. No último ano, por cada casa nova que se construiu no país, foram vendidas nove, provando que a procura se mantém muito superior à capacidade de reposição da oferta. Aliás, esta é uma situação que está agora mais pressionada pelo aumento dos custos de construção, que em 2022 subiram cerca de 12%”, reforçou ainda o responsável da LeapAssets, empresa que assume o estatuto de master developer no Portela da Vila, pelo que outros promotores poderão também adquirir lotes para construção.
Em termos do produto residencial, estão em estudo propostas para moradias geminadas, isoladas e em banda, bem como apartamentos, nas mais diversas tipologias. Além da componente residencial, o Portela da Villa prevê ainda o desenvolvimento de alguns lotes para uso de retalho, os quais estarão especialmente vocacionados para comércio de proximidade e conveniência, incluindo superfícies de média dimensão.
Entre as valências que o empreendimento planeia disponibilizar incluem-se jardim público com quiosque e esplanada, zonas de lazer e bem-estar como pista de fitness, uma horta comunitária e uma área de barbecue e piquenique. As comodidades de conveniência previstas incluem áreas de apoio para animais de estimação, tratamento dos resíduos e mobilidade, anunciou o responsável.
Instalado neste terreno está também a Escola Internacional de Torres Vedras (atualmente com 300 alunos, 70 dos quais estrangeiros), que passou a fazer parte dos ativos da LeapAssets.
Na ocasião esteve presente a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, que lembrou os trunfos, em termos de acessos, de que a região dispõe entre os quais as obras para a modernização e eletrificação da linha ferroviária do Oeste – cuja primeira fase prevê a ligação entre Sintra e Torres Vedras – e o novo traçado da variação de ligação da A8 que poderá ser prolongado até Santa Cruz.
O desenvolvimento da totalidade do projeto Portela da Villa prevê um prazo de mais de 5 anos e um investimento de cerca de €200 milhões, envolvendo além da nova construção, a revitalização das áreas pré-existentes, especialmente as que são de usufruto público.
O pontapé de saída foi dado pela LeapAssets, promotor de 119 lotes, e prevê um modelo de investimento trifásico. Assumindo-se como master developer da Portela da Vila, a LeapAssets pretende desenvolver dois terços dos 119 lotes para construção, num modelo de promoção com fundos próprios, e/ou de co-parceria com outros promotores, e através de um fundo de capital de risco, BlueCrow Development Fund I – Portuguese Property Fund, gerido pela BlueCrow, lançado em março deste ano, focado no desenvolvimento imobiliário no Oeste, e especificamente na Portela da Villa.
Além das duas moradias em banda em fase de construção, atualmente em comercialização, a empresa e o fundo irão avançar com a construção de um prédio residencial com conclusão prevista para o início de 2025, o primeiro de vários projetos planeados para um futuro próximo, com caraterísticas semelhantes.
A LeapAssets contabiliza atualmente mais de uma dezena de ativos geridos em operação ou em desenvolvimento nas áreas de habitação e hotelaria nas zonas da Avenida da Liberdade, Marvila e Beato.