O ano de 2019 vai fechar com um crescimento de quase 20% (precisamente 19,6%) no licenciamento de fogos habitacionais. A comparação é feita para os primeiros 10 meses deste ano face ao período homólogo de 2018. O passado mês de outubro foi mesmo o mais dinâmico desde há 114 meses (maio de 2010) tendo sido licenciados 2433 fogos, revela a consultora imobiliária imovendo na sua análise mensal de dezembro.
Recuando apenas três anos, para outubro de 2016 (com 985 registos), o aumento mais do que duplicou.
Apesar deste crescimento ter começado no 1º trimestre de 2016, a recuperação tem sido lenta e, dada a necessidade de construção dos imóveis licenciados, os efeitos sobre a oferta imobiliária só se fazem sentir passados 18 a 36 meses. Por este motivo, a consultora alerta para o facto dos já 20.100 fogos licenciados em 2019 estarem disponíveis no mercado apenas a partir do 4º trimestre de 2020, “pelo que o seu potencial impacto em termos de descompressão dos valores de mercado nunca será nem imediato, nem total”, conforme se realça em comunicado.
Em níveis historicamente altos, adianta a consultora em comunicado, está também o índice de Confiança na Construção, em linha com o maior dinamismo do licenciamento de novos imóveis. Uma confiança alicerçada no dinamismo económico em Portugal, as necessidades habitacionais e o turismo.
Mas, alerta Manuel Braga, CEO da imovendo, “nenhum destes pressupostos é hoje garantido, seja pelo impacto do Brexit, pela desaceleração que as principais economias europeias evidenciam, ou pelo crescente receio quanto à sustentabilidade a prazo do atual modelo de turismo”.