Setembro é conhecido como o mês “Dourado”, o mês internacional de sensibilização para o cancro pediátrico. E, pela quarta vez, o Serviço de Oncologia Pediátrica e Centro de Referência de Oncologia Pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, organizou uma atividade especial.
Este ano, foi proposto um desafio criativo aos mais pequenos. “Perguntámos o que poderia ser diferente, não podendo mudar o que têm”, explica Maria do Bom-Sucesso, diretora do Serviço de Oncologia Pediátrica do São João e responsável pela organização, à VISÃO, acrescentando que o objetivo era que os jovens respondessem à pergunta “o que fazer quando tenho o que não quero e não o posso mudar?”.
A partir das palavras das crianças e do relato das suas experiências, vários artistas da cidade do Porto criaram verdadeiras obras de arte, nascendo o projeto “Se Eu Pudesse Mudar o Meu Cancro…”, em exposição na Estação de Metro de São Bento, no Porto, até 30 de setembro.
“As crianças aderiram muito bem. Elas estão sempre prontas, assim como as suas famílias”, refere a organizadora. “Na exposição, temos obras de artistas e fotografias, é um misto. E algumas fotografias são das próprias crianças, para ilustrar a frase que elas escolheram”.
Um dos exemplos é o caso do Pedro, que joga futebol. A representação escolhida por ele foi uma fotografia da sua equipa e dos seus remates. “A envolvência das crianças e dos jovens e das suas famílias é realmente o melhor”, recorda Maria, a sorrir.
A exposição, que conta, por exemplo, com obras de arte da arquiteta e ilustradora Ana Aragão ou do artista de street art Mr. Dheo, pretende, assim, homenagear a beleza da infância e os sonhos.
“Durante todo o percurso nada é escondido. Obviamente, há casos mais complexos que outros. Estamos a falar de um leque de idades muito variado e cada um tem o seu grau de desenvolvimento e o seu grau de maturidade, e a forma como o representam e falam é diferente”, acrescenta a diretora.
O cancro pediátrico é uma doença com cerca de 400 novos casos por ano em Portugal e uma taxa de cura que ronda os 80%.