Em 2025, são estas as tendências fundamentais que irão moldar o futuro do comércio eletrónico. Já não é novidade que o comércio eletrónico se encontra numa fase de evolução sem precedentes, impulsionado por avanços tecnológicos e pela mudança de comportamento dos consumidores. Tenho acompanhado de perto esta evolução, observando como a transformação digital não só está a moldar a forma como os negócios operam, mas também a redefinir a experiência de compra do consumidor.
O impacto desta transformação vai muito além da conveniência de termos um produto a caminho de casa com dois simples toques no ecrã: está a criar oportunidades únicas para as marcas se destacarem e a desafiar empresas a adaptarem-se rapidamente para se manterem competitivas num mercado em constante mudança.
Vamos às tendências que se prevêem.
A começar pela personalização potenciada por IA e machine learning. Através da Inteligência Artificial, as marcas conseguem antecipar as necessidades dos consumidores, oferecendo recomendações e experiências à medida, o que não só aumenta a satisfação do cliente, como também melhora significativamente as taxas de conversão. Outro destaque vai para a realidade aumentada (AR) e virtual (VR), que proporcionam experiências de compra interativas e envolventes. Estas tecnologias estão a aproximar as compras online da tangibilidade das presenciais, permitindo, por exemplo, experimentar roupas virtualmente ou ver como ficam os móveis lá em casa. A integração de AR e VR reforça a confiança dos consumidores nas compras, reduzindo as devoluções – um impacto positivo que se estende a praticamente todos os setores.
Não nos esqueçamos da ascensão do comércio social. Com as redes sociais a integrar funcionalidades de e-commerce, o consumo está cada vez mais interativo e imediato. Parcerias com influencers e eventos de compras em direto transformaram plataformas como Instagram e TikTok em verdadeiros centros comerciais digitais. Mas no reverso da medalha, estão os consumidores cada vez mais atentos ao impacto ambiental e ético das suas compras. Empresas que adotem práticas sustentáveis, como embalagens ecológicas e cadeias de fornecimento transparentes, serão naturalmente recompensadas com maior lealdade do cliente.
Para acompanhar e ser relevante neste novo paradigma veloz é preciso inovar. A digitalização não só permite uma gestão de inventário em tempo real, reduzindo desperdício e garantindo entregas mais rápidas, como através de ferramentas de IoT e Blockchain está também a transformar o negócio das entregas, trazendo maior eficiência e visibilidade de todo o percurso.
Olhemos para a última milha de entrega de uma encomenda: desde drones a veículos autónomos, o processo de entrega de encomendas está a tornar-se cada vez mais mecanizado, alinhando-se com a crescente procura por entregas no mesmo dia – ou até na mesma hora. Não é por acaso que, segundo o Fórum Económico Mundial, uma das profissões mais procuradas até 2030 será a de motoristas de entregas. Os consumidores estão cada vez mais exigentes, ansiosos e com menos paciência para esperar – um estudo indica que 38% dos compradores online abandonam o carrinho se a estimativa de entrega for superior a uma semana. Cabe-nos acompanhar este ritmo e responder às expectativas se quisermos permanecer relevantes. Por isso, considero que o maior desafio passa pela mudança de um pensamento estagnado e acabar com a resistência na digitalização dos processos.
Mais do que uma simples evolução tecnológica, esta mudança para um mundo extra digital representa uma oportunidade para criar valor de formas inovadoras, elevando a experiência do cliente e otimizando operações. O futuro do e-commerce que nasceu digital, será para sempre digital, e mais sustentável e conectado do que nunca. A transformação digital não é apenas uma tendência – é um caminho inevitável.