A projeção para a “criação líquida de emprego no setor das Tecnologias de Informação” para o quarto trimestre de 2024 está nos 12%, um valor positivo, mas representa uma redução de cinco pontos percentuais em relação às projeções feitas para os meses de julho a setembro. A conclusão do Experis Tech Talent Outlook é que o abrandamento que se tem vindo a observar em Portugal desde o segundo trimestre continue até ao final do ano. A concretizarem-se estes valores, o nosso país fica 23 pontos percentuais abaixo da média global de contratação e tem a quinta menor projeção de criação de empregos em TI de um total de 42 países analisados.
Nuno Ferro, líder de marca da Experis, explica em comunicado de imprensa que “as intenções de contratação dos empregadores das TI, para o final do ano, confirmam a trajetória descendente que se tem vindo a verificar em Portugal nos últimos meses, com uma projeção 45 pontos percentuais abaixo da observada no primeiro trimestre deste ano, quando as estimativas dos empregadores atingiram o segundo valor mais alto no pós-pandemia”. O responsável detalha que “este fenómeno está naturalmente associado ao efeito de ajuste das equipas, que já se faz sentir há alguns meses a nível internacional e que afeta também o mercado nacional. Reflete ainda o impacto da contínua disrupção tecnológica, com os crescentes investimentos em IA a obrigar a uma revisão das prioridades de talento por parte das empresas tecnológicas e a traduzir-se num balanço diferente ao nível das suas intenções de contratação”.
Apesar da queda, as intenções dos empregadores mantêm-se em terreno positivo, com um total de 32% dos empregadores do setor a pretenderem aumentar as suas equipas até ao fim do ano, face a 20% que antecipam ter de reduzir a força de trabalho e 45% que esperam manter o número atual de colaboradores.
O setor vai continuar a criar emprego e os empregadores “sabem que vão precisar de continuar a atrair talento especializado capaz de alimentar as necessidades de desenvolvimento não só em IA, como também em outras áreas prioritárias como a ciência de dados, a cloud ou a cibersegurança”, conclui Nuno Ferro.
A nível global, o setor das TI é o que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais elevada neste quarto trimestre, sendo o centro com crescimento mais forte nas intenções de contratação, recuperando da desaceleração do último trimestre. A média situa-se agora nos 35%, um aumento de seis pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. No topo da lista estão a Costa Rica (+53%), os EUA (+51%) e os Países Baixos (+49%). Na outra ponta do espectro, Roménia (-3%), Argentina (+4%) e Grécia (+8%).
A Experis entrevistou 5.912 empresas tecnológicas em 42 países e territórios e divulga este estudo aqui.