Não tem nome, mas tem data de nascimento e voz. O avatar da Agência para a Modernização Administrativa (AMA) nasceu para o mundo hoje, 26, e comunica por texto e também com a voz da fundadora da empresa DefinedCrowd, Daniela Braga.
O chatbot, totalmente gerado por Inteligência Artificial, mas com aparência realista, reconhece e reproduz texto e voz e está preparado para responder a perguntas sobre a Chave Móvel Digital (CMD), um produto considerado fundamental e que ainda não atingiu a taxa de utilização ambicionada.
Neste momento há 2,8 milhões de CMDs ativas e há muito potencial de aplicação por explorar, tendo em conta que o produto está integrado com 340 entidades – nas quais se inclui a banca e diversos serviços governamentais. Ao centro de atendimento da AMA chegam chamadas de cidadãos com dúvidas no processo de adesão e utilização o que fez deste o segundo projeto desenvolvido com base na tecnologia Azure Open AI, da Microsoft, logo após a solução criada para o Ministério da Justiça, de resposta a questões sobre divórcios.
No portal da AMA o avatar está sempre disponível, sete dias por semana, 24 horas por dia, para responder a perguntas, existindo logo na entrada uma sugestão das perguntas mais comuns, no que se pretende que venha a ser “um ponto de viragem na transformação dos serviços públicos em Portugal”, disse o Presidente da AMA, João Dias.
Nos próximos dois meses, o produto estará em avaliação, sendo a intenção a de estender a outro tipo de serviços como a revalidação da carta de condução ou a alteração de morada nas finanças, avança Manuel Dias, National Technology Officer da Microsoft.
Com esta solução, além da humanização do serviço e da facilidade de comunicação, pretende-se também tornar a plataforma mais inclusiva – em particular com o sistema de reconhecimento de voz. Apesar de estar todo concebido para a língua portuguesa, o modelo que é multilinguístico também é capaz de fazer traduções, de e para várias línguas, como o inglês ou o espanhol, embora esta vertente ainda não tenha sido devidamente testada. “Podem existir problemas com os acrónimos”, exemplifica Manuel Dias.
No futuro, a voz também poderá ser personalizada, para incluir sotaques ou outras línguas, neste que é um projeto pioneiro no mundo, financiado pelo PRR.
Há ainda a ideia de vir a batizar o avatar, já que a AMA pretende lançar um projeto que visa a escolha do nome.
