Os responsáveis do CERN querem apresentar uma proposta de abrandamento das experiências científicas que estão a ser conduzidas nas instalações na fronteira entre Suíça e França. O objetivo é não agravar a crise energética e Serge Claudent, responsável do painel de gestão de energia do CERN, assume que “a nossa preocupação é a estabilidade da rede energética, porque queremos fazer o que pudermos para evitar um apagão na nossa região”.
No pico de operação, as instalações do CERN são responsáveis por um consumo de 200 megawatts, quase um terço do que é consumido por toda a cidade de Genebra. Ainda assim, as experiências no LHC, o maior instrumento naquela localização, vão ser mantidas para evitar qualquer disrupção no aparelho avaliado em 4,4 mil milhões de dólares. O LHC é o maior dos oito aceleradores disponíveis, além dos dois desaceleradores, usados para experiências relacionadas com antimatéria.
As experiências no LHC foram retomadas depois de três anos de trabalhos de manutenção e com os cientistas a disparar protões à velocidade da luz ao longo do ‘aro’ de 27 quilómetros, resultando daí um elevado consumo de energia.
Segundo o Wall Street Journal, os responsáveis do CERN estão em conversações com o fornecedor de eletricidade francês EDF SA para receber um aviso com um dia de antecedência quando tiverem de consumir menos eletricidade. Caso surja o alerta, a estratégia passa por desligar outros aceleradores, resultando numa redução de energia de cerca de 25%.
A invasão russa da Ucrânia levou a uma guerra económica entre Bruxelas e Moscovo de onde já resultou a interrupção de gás natural pelo gasoduto Nord Stream 1, conduzindo à atual situação de crise energética.