A Uber vai avançar com processos de despedimento em Portugal. A decisão foi confirmada pela tecnológica à Exame Informática. “Foi uma decisão muito difícil, mas necessária para ajudar a proteger a sustentabilidade a longo prazo da empresa. Apoiaremos todos os colaboradores afetados por estas mudanças e reforçamos o nosso compromisso com o crescimento do nosso negócio em Portugal”, disse fonte da empresa, por e-mail.
A confirmação é dada depois de o site Lisbob, que ajuda estrangeiros a mudarem-se para Portugal, ter revelado que o centro de suporte da Uber localizado em Lisboa – e que presta apoio também para outros mercados da empresa – tinha despedido 42% dos trabalhadores, cerca de 160 pessoas. O anúncio aos funcionários terá sido feito por videoconferência.
Sobre os números de pessoas despedidas, a Uber opta por não fazer nesta fase qualquer comentário, disse ainda a empresa à Exame Informática. No final de 2019, a tecnológica empregava 400 pessoas no centro de apoio localizado em Lisboa e tencionava contratar mais 200 funcionários. Na altura, a tecnológica já estava a passar por dificuldades financeiras, mas garantiu que o investimento em novas contratações projetado para Portugal era para manter.
Os despedimentos em Portugal surgem como parte dos despedimentos que a Uber está a fazer a nível global: em maio, a tecnológica norte-americana anunciou o corte de mais de 6600 postos de trabalho e o fecho de 40 escritórios internacionais. A Uber, apesar de estar avaliada em mais de 55 mil milhões de dólares na bolsa de valores, foi fortemente impactada pela crise da Covid-19, o que obrigou a empresa a centrar-se nas operações de transporte de pessoais e de entregas de encomendas, este último através da empresa Uber Eats. A empresa anunciou perdas de 2,94 mil milhões de dólares, cerca de 2,6 mil milhões de euros ao câmbio atual, nos primeiros três meses de 2020.