O documento de 223 páginas contem comunicações entre a gestão de topo do Facebook e mostra que a empresa monitorizava o crescimento dos rivais e negava-lhes o acesso a dados que disponibilizava a outras empresas. Em 2014, o Facebook tinha cerca de 100 empresas identificadas como amigas do Mark ou da Sheryl, fundador e COO da empresa, cruzando a informação de quanto é que essas marcas tinham investido em anúncios na plataforma.
Numa análise recente, o Facebook reiterou que as deliberações e decisões tinham sido as mais corretas e que iria provavelmente atualizar uma política que restringia o acesso dos rivais aos dados.
A app de encontros Badoo, a Lyft, a Neflix ou a Airbnb estão entre as empresas que podiam ter acesso aos dados. Para a Lyft, era importante mostrar aos passageiros se houvesse amigos em comum no Facebook, como forma de quebrar o gelo durante a viagem. O Facebook aprovou a partilha, acrescentando, segundo os emails internos, que esta informação adicionaria uma sensação de “segurança” à viagem.
Do lado dos que não tinham acesso, há uma troca de emails em 2013, entre o executivo Justin Osofsky e Zuckerberg onde se alinha a estratégia de comunicação sobre o facto de o Vine ter deixado de ter acesso à listas de amigos no dia em que a rival Twitter lançou o serviço de partilha de vídeos. Segundo a Reuters, nenhuma das empresas quer beneficiadas, quer prejudicadas, quis comentar o tema.
Estes documentos surgem na sequência do caso que opõem a Six4Three, entretanto encerrada, e o Facebook. A criadora de apps acusa o Facebook de ter falhado nas suas promessas quando cortou o acesso dos developers aos likes, fotos e outros dados dos amigos dos utilizadores, em 2015.
Alguns analistas financeiros, como na Stifel, estão a recomendar suspender a compra de ações do Facebook com base em todo este cenário de incerteza política e regulatória, uma vez que poderá levar a alterações na forma como a rede social opera.