A DECO publicou um balanço das principais queixas que lhe chegaram no ano passado e conclui que as telecomunicações estão a complicar a vida dos portugueses há uma década. Segundo esta associação, mais de 405 mil consumidores recorreram aos seus serviços para procurar informações e apoio para a resolução de conflitos. Desses, 80% conseguiram ver o seu caso resolvido. Outra estatística interessante da DECO mostra que, das reclamações onde se verificava a cobrança ilegítima de valores, a intervenção da organização ajudou a que os consumidores não tivessem de pagar um milhão e 25 mil euros.
No setor das telecomunicações, o aumento ilegal de preços e a oferta de serviços não solicitados lideram as queixas e são apelidados de «prática comercial desleal e mais um exemplo da postura das operadoras». O comunicado da DECO diz que foram recebidas mais de 26 mil queixas relativas a serviços de compra e venda, com a falta de entrega ou atraso dos produtos, a recusa de cancelamento de compra dentro do período de reflexão ou ausência de reembolso nas vendas pela Internet constituem os temas mais abordados. Em terceiro lugar, com mais de 21 mil reclamações, seguem os setores da energia e da água, com as principais queixas a serem a falta de envio de faturação, a dupla faturação, a cobrança de consumos prescritos ou problemas decorrentes da mudança de comercializador e vendas de porta-a-porta. Por último, o setor dos serviços financeiros, com créditos e seguros associados ao crédito, também continua a motivar denúncias dos consumidores.
O portal queixasdostransportes.pt recebeu mais de três mil queixas sobre os transportes públicos coletivos e o comunicado termina com uma referência à low cost aérea Ryanair que, em setembro, cancelou milhares de voos e a DECO conseguiu fazer com que vários consumidores recebessem uma indemnização, num total de 35 mil euros.