James B. Comey discursou ontem e lamentou que a indústria esteja a vender cada vez mais equipamentos como smartphones e tablets com encriptação total do conteúdo, o que impossibilita algumas buscas e recolha de provas em caso de delitos. O diretor do FBI falou após o lançamento do iPhone 6, onde uma das funcionalidades mais enaltecidas é precisamente a encriptação dos dados, embora muitos equipamentos com Android também já o façam desde 2011.
As autoridades defendem o uso de uma “porta dos fundos” em todos os equipamentos, por onde possam entrar em caso de suspeita de crime e devidamente mandatadas para o efeito. O grande problema é que esta “porta” pode sempre ser usada por criminosos para pôr em causa a privacidade e a segurança dos utilizadores.
O The Atlantic explica que o diretor do FBI teme que existam dispositivos que possam ficar inacessíveis para as autoridades. Os dispositivos que encriptem os conteúdos por defeito podem ocultar provas e pistas de crimes como roubos, raptos e outros. Comey explica que o que se passa nas tecnologias agora, com a encriptação por defeito, é o mesmo que vender carros cujos porta-bagagens não podem ser abertos pelas autoridades nunca, nem mesmo com mandato judicial.
No entanto, a existência deste tipo de equipamentos ajuda a manter os conteúdos dos utilizadores a salvo de criminosos e ajuda mesmo a evitar casos em que as autoridades estejam a proceder a operações de vigilância de forma ilícita, como ilustrado por Edward Snowden, nas denúncias das práticas da NSA.