A Raposo Fernandes Associados (RFA) é uma empresa de marketing brasileira – e, segundo o jornal Estado de S. Paulo, foi também a principal fonte de falsas notícias (conhecidas por fake news), que têm sido lançadas nas últimas semanas para influenciar os votos dos brasileiros a favor do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, que está a disputar a segunda volta das presidenciais com Fernando Haddad. A Facebook acaba de confirmar que bloqueou a rede. A investida contra as denominadas fake news levou ao encerramento de 68 páginas e 43 contas de utilizadores.
A atuação da Facebook pode ser considerada um contratempo para a disseminação de fake news durante a reta final da campanha política, que termina com as eleições no próximo domingo, mas a Facebook recorda que o bloqueio das contas não se deve ao tipo de informação divulgada.
«A nossa decisão de eliminar estas páginas teve por base o comportamento dos intervenientes em causa – incluindo contas falsas e a publicação contínua de spam – mais do que o tipo de conteúdos que foram publicados», explicou a líder das redes sociais num comunicado reproduzido pela Reuters.
Apesar de reiterar que a eliminação das contas não se prende com os conteúdos divulgados, a rede social admite que a informação em causa assumiu contornos sensacionalistas e prometeu tomar mais medidas para «evitar que intervenientes mal-intencionados interfiram nas eleições do Brasil através do Facebook».
A intervenção da Facebook pode ter efeitos reduzidos no combate às falsas notícias: a Whatsapp, que pertence à Facebook, será provavelmente a rede social com maior dimensão no Brasil, tendo captado 120 milhões de utilizadores, entre os 210 milhões que constituem a população brasileira. Na origem das torrente de falsas notícias, alarmismo e teorias da conspiração terão estado empresários que financiaram a campanha negativa com um investimento total que terá orçado o equivalente a três milhões de euros.