A Science Corporation foi fundada pelo ex-presidente da Neuralink, Max Hodak, e afirma ter desenvolvido um implante de retina que, aliado a uma interface cérebro-máquina, restaurou a capacidade de visão de um paciente cego. “Tanto quanto sei, esta é a primeira vez que a restauração da capacidade de ler fluentemente foi definitivamente mostrada em pacientes cegos”, afirma o executivo.
A empresa desenvolveu o Prisma, um chip fotovoltaico para ser implantado sob a retina do paciente e que deve ser usado em combinação com uns óculos especiais que integram uma câmara que projeta dados visuais no olho através de luz invisível e quase infravermelho. Esta luz serve para a alimentação energética do dispositivo e também converte os dados transmitidos em sinais elétricos que estimulam os recetores na retina e, com esses sinais a serem enviados ao cérebro, o paciente consegue ter visão rudimentar.
A tecnologia do Prisma não foi desenvolvida pela Science Corporation, mas sim comprada à Pixum Vision, outra startup no segmento. Os testes clínicos ainda terão de ser publicados e avaliados, mas a empresa adianta que envolveu 38 pacientes que sofrem de atrofia geográfica, uma forma de perda visual causada pela degeneração macular e que está presente na maior parte dos adultos que perdem a visão.
Todos estes pacientes receberam o Prisma e, embora os resultados tenham variado, os resultados foram promissores. Alguns pacientes conseguiram ganhar novamente a capacidade de ler algumas linhas de letras, outros conseguiram ler textos em livros e alguns até conseguiram completar um puzzle de palavras-cruzadas. Em média, os pacientes recuperaram a acuidade visual em 20 pontos num total de 160, mas cinco não tiveram qualquer melhoria registada, avança o website Futurism.
O Prisma não consegue devolver a visão de cores, mas assume ter uma vantagem sobre os rivais no que toca a “restaurar a visão de formas”, conta Hodak, “É um passo em frente para as próteses de retina, garantidamente. Há alguns detalhes que ainda não conhecemos e que nos podem dizer quão grande é esse passo”.