A determinada altura da História da Terra, aconteceu uma reação química que acabou por dar origem à vida no planeta. Até agora, a comunidade científica não tinha conseguido identificar esta combinação química, sabendo-se apenas que teria de ser simples o suficiente para emergir dos componentes existentes e poderosa o suficiente para catalisar a vida no ambiente envolvente. Agora, uma equipa de investigadores das universidades de Rutgers e de Nova Iorque, nos EUA, descreve aquela que poderá ter sido a transformação química que deu origem à vida.
A equipa descreve o peptídeo simples como nickelback, aludindo à estrutura da proteína que consiste numa corrente de aminoácidos e dois átomos de nitrogénio, ligados a um par de átomos de níquel. A descoberta pode ajudar a conduzir os astrónomos a procurarem reações semelhantes e estes ingredientes noutros planetas.
Vikas Nanda, um dos especialistas envolvidos no estudo, explica ao ScienceAlert que “acreditamos que algures entre os 3,5 e os 3,8 mil milhões de anos, houve um ponto de viragem, algo que desencadeou a mudança da química prebiótica – moléculas antes de haver vida – para sistemas biológicos, vivos (…) Acreditamos que a mudança foi desencadeada por um conjunto pequeno de proteínas precursoras que realizaram passos fundamentais numa antiga reação metabólica. E acreditamos ter descoberto um destes peptídeos pioneiros”.
A equipa teve de desconstruir as proteínas encontradas atualmente para conseguir chegar aos processos metabólicos cruciais. No caso do nickelback, descobriu-se que é composto por um total de 13 aminoácidos, moléculas conhecidas como os blocos construtores das proteínas e para a vida como a conhecemos.
O níquel seria um metal abundante nos primeiros oceanos da Terra e deve ter então servido como catalisador para a libertação de gás de hidrogénio, fonte vital para a energia há milhares de milhões de anos. A equipa conseguiu replicar estes processos em laboratório, para sustentar a sua descoberta.
Leia o trabalho completo publicado no Science Advances.