O feixe de luz de Seyfert ainda não terá tido tempo para assentar no imaginário da humanidade, mas pode muito bem passar a figurar nos futuros manuais de astronomia ou da história do universo. O curioso feixe luminoso terá ocorrido há cerca de 3,5 milhões de anos na sequência de uma violenta explosão no buraco negro que se encontra no centro da galáxia em que se encontra a Terra – precisamente a Via Láctea.
A descrição da explosão de grandes dimensões surge pela primeira vez num estudo liderado por Joss Bland-Hawthorn, investigador da Universidade de Sidney, Austrália. «O feixe luminoso terá atuado de forma similar a um feixe de um farol», referiu, citado pelo Cnet, o astrónomo australiano.
O feixe de luz de Seyfert terá alcançado as Nuvens de Magalhães (que devem o nome ao navegador português que liderou a primeira circum-navegação), que orbitam em torno da Via Láctea, a mais de 200 mil anos-luz de distância do ponto central, onde se registou a explosão.
De acordo com os astrónomos, que contam publicar ainda este ano um artigo científico sobre o assunto no Astrophisical Journal, o feixe luminoso produzido pela explosão terá durado cerca de 300 mil anos. A Terra não sofreu qualquer dano, pelo simples facto de a explosão se ter propagado na vertical, em vez de ter atravessado toda a galáxia.
O estudo tem por base dados registados pelo telescópio Hubble. Os primeiros indícios da explosão terão sido registados em 2003, com a deteção de pequenas “bolhas” de radiação.
«Isto confirma que o centro da Via Láctea é um lugar muito mais dinâmico do que pensámos previamente», refere Lisa Kewley, astrónoma da Universidade Nacional Australiana.
No seguinte vídeo animado que foi produzido pelos laboratório Astro 3D pode ver como é que terá sido gerado o feixe de luz de Seyfert: