Os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional pretendem perceber se os micróbios criados em condições de baixa gravidade podem servir de “mineiros” e ajudar a extrair recursos em bases no espaço, tal como já o fazem na Terra.
Estes organismos já são usados em biomineração no solo terrestre, graças à sua capacidade de prosperar em rochas, libertando ácidos que ajudam a soltar minérios como ferro, cobre ou ouro. Se esta abordagem puder ser replicada no espaço, diminui-se a necessidade de envio de químicos de mineração para futuras bases que vierem a ser construídas. O projeto Biorock pretende aferir com mais certezas como se forma o biofilme dos micróbios e como as capacidades de biomineração são afetadas fora do espectro de influência da gravidade da Terra.
A publicação Vice explica que foram selecionados três tipos de bactérias que irão ser cultivadas em três bioreatores que simulam condições de gravidade na Terra, em Marte e de microgravidade. Dentro de três semanas, o crescimento das bactérias vai ser interrompido e estas amostras serão enviadas para a Terra para análise. A performance dos micróbios desenvolvidos no espaço vai ser comparada à performance dos “correspondentes” terrestres.
Uma das dúvidas que já se colocou é que o estudo está a ser feito em basalto, que prevalece em Marte e na Lua. A composição da rocha de base só precisa de ser ligeiramente diferente para que os micróbios tenham comportamentos e desempenhos diferentes.
Os investigadores envolvidos no Biorock pretendem recolher fundos para fazer novos testes, daqui a dois anos, desta feita em rochas encontradas e recolhidas no espaço.