Um grupo de investigadores da Rice University, nos Estados Unidos, desenvolveu uma técnica de impressão 3D, que permite recriar tecidos de órgãos humanos. Este método inovador, que recorre a uma tecnologia de open-source chamada SLATE (stereolithography apparatus for tissue engineering), torna possível a reconstrução de ligações vasculares como canais sanguíneos, linfáticos, respiratórios e outros sistemas vitais.
A equipa já conseguiu recriar estruturas pulmonares e comprovou que os tecidos conseguem aguentar bem as condições corporais. Determinante para a experiência, foi também a comprovação que os glóbulos vermelhos conseguem receber oxigénio quando passam pelo implante – os testes foram feitos numa primeira instância em ratos de laboratório e só depois é que foram realizados os primeiros testes com tecidos humanos.
«Um dos maiores bloqueios para gerar tecidos funcionais, que levem uma quantidade suficiente de nutrientes a áreas do corpo com uma grande densidade de tecidos, foi a incapacidade de reconstruir fielmente a complexidade das estruturas vasculares», disse Jordan Miller, professor assistente de bioengenharia na Rice University e condutor da investigação em causa, à Interesting Engeneering.
De acordo com o investigador, a transplantação de órgãos é uma das grandes questões da medicina moderna, pois, só nos Estados Unidos, há uma lista de mais de 100 mil pessoas à espera de receber um transplante. Sublinha que o risco de rejeição de um transplante é elevado, embora o potencial da aplicação desta tecnologia possa revelar-se muito inovador.
«Prevemos que a bioimpressão se possa tornar numa das maiores componentes da medicina dentro de duas décadas», disse Miller, sublinhando que esta tecnologia tem o potencial para recriar órgãos completos.