Uma equipa de cientistas do Goddard Space Flight Center da NASA está a explorar a forma como os telescópios de próxima geração poderão ser capazes de detetar sinais de vida alienígena inteligente. O grupo de investigadores, liderado por Ravi Kopparapu, explica que se este tipo de vida existir, a recolher energia a partir do Sol, possivelmente não precisa de níveis elevados que possam ser visíveis através dos nossos instrumentos atuais.
Citado pelo website Gizmodo, Kopparapu afirma que “a implicação é que as civilizações podem não se sentir impelidas a expandir-se para outras galáxias, porque podem ter atingido níveis sustentáveis de população e de uso de energia, mesmo que tenham padrões de vida elevados”. “Podem expandir-se no seu próprio sistema solar, ou mesmo para sistemas vizinhos, mas civilizações que se estendam por várias galáxias podem não existir”, afirma.
No estudo, publicado na revista científica Astrophysical Journal, os investigadores exploram se seria possível detetar painéis solares à base de silício, um material relativamente abundante, em exoplanetas com condições semelhantes às da Terra.
O cenário em análise teve como elemento central o Habitable Worlds Observatory, a nova geração de telescópios para observar exoplanetas cuja primeira fase de desenvolvimento deve arrancar em 2029, para observar a Via Láctea e tentar detetar um planeta modelado como a Terra com cobertura de painéis solares.
A equipa modelou depois um planeta com características semelhantes às da Terra, com diferentes níveis de cobertura de painéis solares, para perceber se o novo observatório conseguiria detetar sinais da sua presença a uma distância de 30 anos-luz. Os investigadores concluíram que, num cenário em que o planeta estivesse cobertura de 23%, seriam necessárias centenas de horas para descobrir esses sinais.
Partindo do princípio que para dar resposta às necessidades energéticas de 30 mil milhões de humanos seria necessário cobrir 9% da Terra com painéis solares, é fácil perceber que esperar um planeta com uma cobertura de 23% é demasiado otimista. Assim, com a geração atual (e talvez mesmo com a próxima), deve ser extremamente improvável que se consigam detetar sinais de vida inteligente alienígena, sugerem os investigadores
Para tornar este cenário ainda mais improvável, “certamente que uma sociedade que consiga colocar enormes estruturas no espaço, já terá acesso a fusão nuclear ou outros métodos mais eficientes para gerar energia”, afirma Vincent Kofman, co-autor do estudo, descartando-se assim a necessidade de se ter parte do planeta coberto por painéis solares.