A equipa da Universidade de Tecnologia de Chalmers conseguiu bater o recorde de velocidade de transmissão de dados, conseguindo emitir 1,8 petabits por segundo usando um sistema com apenas um chip e um laser. Para comparação, um petabit equivale a um milhão de gigabits por segundo e é o equivalente a transmitir duas vezes o tráfego global da Internet.
O chip ótico é o principal responsável por este feito, assentando num “pente de frequências”, um aparelho que transforma os raios laser num leque de frequências, espaçadas equitativamente como os ‘dentes’ de um pente e com cada um a carregar os seus dados. Sem esta abordagem, seriam necessários mil lasers para se conseguir a mesma transmissão de dados.
Victor Torres Company, que liderou o grupo de trabalho, explica que “o que é especial sobre este chip é que produz um pente de frequência com características ideais para as comunicações de fibra ótica – tem um grande poder ótico e cobre uma grande largura de banda dentro da região espectral que é interessante para as comunicações óticas avançadas”, cita o IFL. O cientista explica que algumas das características ótimas foram conseguidas por acaso e não de forma propositada.
A equipa modelou o chip especial, demonstrando depois que poderia ser capaz de realizar a transmissão de dados até 50 vezes mais rápido. Por usar apenas um chip e um laser, esta solução permite reduzir as necessidades energéticas associadas à transmissão de dados e às tecnologias de telecomunicações.
Leif Katsuo Oxenløwe, que também colaborou no trabalho, explica que “a nossa solução tem o potencial para substituir centenas de milhares de lasers localizados em hubs de Internet e centros de dados, que consomem energia e geram calor. Temos uma oportunidade para contribuir para uma Internet que deixa uma pegada ecológica mais pequena”.
O objetivo passa agora por integrar o laser e outros componentes no próprio chip, tornando-o mais eficiente e reduzindo os custos energéticos.